Só no futebol português

Luís MouraJaneiro 1, 20254min0

Só no futebol português

Luís MouraJaneiro 1, 20254min0
Mudanças de treinadores, choques entre jogadores, isto tudo e muito mais no mundo do futebol português

2024 já lá vai e nos últimos dias do ano o futebol português esteve ao rubro. Dentro de portas, João Pereira saiu e Rui Borges assumiu o comando técnico do Sporting. Daniel Sousa ocupou o lugar livre no Vitória. Fora de portas, Paulo Fonseca não aguentou a pressão da direção do Milan e acabou despedido. Sérgio Conceição aterrou em Milão no penúltimo dia do ano para o substituir. Entre as trocas de posição, o Sporting ainda teve tempo de vencer o Benfica no último dérbi de 2024.

No Sporting a saída de João Pereira constituiu a confirmação de um erro. O jovem treinador não estava preparado para assumir as rédeas do campeão nacional. A decisão de Frederico Varandas de apostar no jovem treinador revelou-se um erro estratégico. Apesar das boas intenções, João Pereira não estava preparado para lidar com a exigência de um clube de topo. Além disso, a existência de um “presente envenenado” dado pela direção que, ao invés de apoiar, expôs o treinador a críticas excessivas. A pressão sobre o jovem técnico aumentou a cada jogo e culminou na sua saída, deixando claro que a escolha inicial foi um erro.

Frederico Varandas, por sua vez, não ajudou a suavizar a situação. O seu discurso de despedida a João Pereira, na apresentação do novo treinador, Rui Borges, ficou aquém do esperado. A postura do presidente não refletiu a responsabilidade necessária para um momento tão delicado. Em vez de assumir o erro de planeamento, Varandas, optou por declarações vagas, que não explicaram aos sportinguistas as razões por trás das mudanças e tampouco deram respaldo ao novo técnico. O Sporting, no entanto, parece ter encontrado uma solução (nem que seja momentânea) em Rui Borges, que chegou com ideias claras e uma personalidade forte, aliada à sua capacidade comunicativa.

Vindo do Vitória, Rui Borges rapidamente deixou a sua marca no Sporting. Alterou o sistema tático, reforçando o meio campo em momento ofensivo e utilizando laterais e extremos mais projetados para explorar a velocidade pelos flancos. O resultado? Uma vitória contundente contra o Benfica no último dérbi do ano. A equipa do Sporting mostrou organização e garra, aproveitando as fragilidades do adversário. Bruno Lage, técnico do Benfica, por sua vez é criticado pela falta de criatividade e por uma preparação tática inadequada. A sua equipa teve dificuldades para criar perigo real ao Sporting, demonstrando que o treinador ainda enfrenta desafios para montar uma estrutura tática totalmente competitiva em grandes jogos.

Fora do cenário nacional, outro nome que chamou atenção foi Paulo Fonseca. No comando do Milan, o treinador português foi uma vítima das expectativas exacerbadas de uma direção impaciente. O jogo contra a Roma, que seria seu último, demonstrou a falta de confiança, reflexo do clima interno instável. O facto de Fonseca ter tido consciência da sua demissão antes mesmo de entrar em campo só agravou a situação. Para o substituir, o Milan anunciou a chegada de Sérgio Conceição, um nome de peso no futebol português, mas também europeu.

Sérgio Conceição aterrou em Milão no penúltimo dia do ano, pronto para encarar um grande desafio. O Milan, sete vezes campeão da Europa, encontra-se fragmentado, tanto em termos de desportivos, quanto diretivos. Mas se há alguém capaz de reverter o cenário, é Conceição. Conhecido pela sua abordagem disciplinada e por extrair o melhor de seus jogadores, tem a hipótese de devolver ao Milan o protagonismo perdido nos últimos anos. A sua missão não será fácil, mas a confiança dos rossoneri parece renovada.

PS: Em último, o mais importante. Votos de um feliz 2025 a todos os leitores do Fair Play. O agradecimento por terem acompanhado os artigos e podcasts durante o ano, com o desejo de que continuem desse lado em 2025!


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