Selecção de Portugal: há espaço para reformulações?

Francisco IsaacMarço 16, 20227min0

Selecção de Portugal: há espaço para reformulações?

Francisco IsaacMarço 16, 20227min0
Portugal entra em campo na próxima semana para tentar chegar ao Mundial, e lançamos as possíveis novidades na lista de Fernando Santos

Portugal entra em campo já na próxima quinta-feira, dia 24 de Março, para defrontar a Turquia, na tentativa de ainda chegar ao Campeonato do Mundo 2022, sendo que uma derrota coloca as Quinas completamente de fora da maior competição do Desporto-Rei, lembrando que uma derrota no primeiro jogo afasta imediatamente a Selecção Nacional, enquanto uma vitória só garante uma finalíssima a disputar frente à Itália ou Macedónia do Norte. Com Rúben Dias de fora por lesão, e Pepe a não estar na sua melhor condição física, Fernando Santos sabe de antemão que não poderá contar com João Cancelo e Renato Sanches para o primeiro embate decisivo na corrida ao Mundial – ambos de fora por cumulação de amarelos -, o que forçará a alterações na convocatória e também no 11 titular que defrontará o elenco turco dentro de uma semana.

Que alterações poderá o seleccionador nacional efectuar? E haverá espaço para novidades? Comecemos pela defesa e percorramos o caminho até a frente de ataque da selecção nacional sénior masculina.

DEFESA: QUEM ENTRA PARA O LUGAR DE DIAS?

Apostando, desde logo, que Rui Patrício será o guardião titular de Portugal – Diogo Costa e Anthony Lopes poderão ser soluções melhores neste momento, exclusivamente devido à sua forma, com Luís Maximiano a correr por fora -, quem serão os quatro titulares da defesa lusa para o 1º encontro? Nuno Mendes ou Raphael Guerreiro na esquerda? Ricardo Pereira ou Diogo Dalot no lugar de João Cancelo, que, caso Portugal ultrapasse a meia-final, deverá regressar ao seu posto? E no centro, poderá Fernando Santos confiar numa dupla super-experiente entre José Fonte (continua a atravessar um excelente momento de fora, titular a 100% no Lille) e Pepe, ou Gonçalo Inácio terá uma oportunidade para tentar começar a trilhar o seu caminho nas Quinas?

São três perguntas carregadas de dúvidas e perguntas, mas a nossa aposta deverá recair em Nuno Mendes como lateral-esquerdo, enquanto no lado oposto poderá surgir Ricardo Pereira, isto e apesar da recente onda de jogos a titular de Diogo Dalot no Manchester United, com o jovem internacional português a ter uma boa probabilidade de ser uma das cartadas-surpresa do timoneiro português. Já no eixo-defensivo, Gonçalo Melo, escritor do Fair Play, já tinha avançado com alguns potenciais nomes, entre os quais Danilo Pereira, que mesmo estando a actuar no Paris Saint-Germain como trinco – a sua posição natural -, há uma leve chance que seja convocado como defesa-central para actuar ao lado de José Fonte, isto se Pepe continuar a apresentar os sinais de fadiga muscular, um pormenor que o tem impossibilitado de estar ao mais alto nível pelo FC Porto em 2021/2022. Gonçalo Inácio seria um nome merecedor da chamada e até aposta, tanto pelo que demonstrou até ao momento na Bwin Liga nos dois últimos anos, como pela excelente prestação na Liga dos Campeões, onde foi até uma das unidades em melhor nível ao serviço do plantel treinado por Rúben Amorim.

Inácio traz frescura física, velocidade de movimentos, conseguindo acompanhar adversários mais rápidos com confiança, isto sem falar da sua categoria na saída com bola, no controlo da mesma e até no criar linhas de conexão entre a defesa e o ataque, sendo claramente não uma dor-de-cabeça “negativa”, mas sim um excelente activo que não poria as Quinas em risco casso fosse lançado durante este último sprint de Portugal em direcção ao Campeonato do Mundo. Pode subsistir a questão da “excessiva” juventude na defesa, algo que Fernando Santos não é um sumo-apreciador – é o seleccionador que mais jogadores lançou na selecção nacional nos últimos anos -, contudo, não é impossível que arrisque em optar pelos melhores ou por quem está fisicamente e animicamente num patamar melhor.

NO MEIO ESTÁ A CONFUSÃO OU ORGANIZAÇÃO

Já no meio-campo, sem Renato Sanches no primeiro-jogo para criar dúvidas, as questões estarão ao redor de quem assume a função de médio mais recuado, João Palhinha, Rúben Neves ou Danilo Pereira, podendo ainda existir uma reflexão para com a utilização ou não de João Moutinho como médio de ligação, ou voltar a ir por William Carvalho, ou mesmo seguir pela via de Matheus Nunes, que apesar da sua “inexperiência”, tem demonstrado as qualidades mínimas para assumir esta função de 8 no futuro. Mais uma vez, a maior pergunta vai para o critério que Fernando Santos irá seguir nas suas escolhas no “miolo”: forma física, encaixe na estratégia delineado (por mais defensiva que ela seja ou de assumir de uma atitude de retranca e contra-ataque) ou por estatuto e experiência.

Matheus Nunes e João Palhinha funcionam bem em Alvalade, podendo dar outra segurança a Bruno Fernandes no assumir de um papel mais dianteiro do meio-campo, ou até envolver João Moutinho nesta dupla, oferecendo assim um tratamento de bola requinto, lógico e mais directo… já se a decisão for por Danilo Pereira, William Carvalho e João Moutinho, claramente o seleccionador Nacional está a fazer uma aposta na forma física neste momento destes jogadores, para além da larga experiência que estes três nomes somam entre si. Meio-campo mais virtuoso, lesto e ágil? Ou uma “casa-das-máquinas” mais dura, fisicamente de confiança e que poderá funcionar melhor no controlo das operações do meio-campo para trás?

POUCAS DÚVIDAS NO TRIO DA FRENTE

Finalmente chegamos ao ataque, e poucas dúvidas restaram para quem irá compor a frente… Diogo Jota, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo. Será extremamente difícil que Fernando Santos fuja a esta ideia, pois são o trio com maior rotação por Portugal nos últimos dois anos, somando a isto a forma física dos dois “extremos” do Manchester United e City, com Cristiano Ronaldo a deter o Factor-X, que em jogos deste calibre podem fazer a diferença. Na sombra destes três, estarão Rafael Leão, João Félix e André Silva, com grandes chances do avançado do Atlético Madrid ser a primeira substituição frente à Turquia, já que pode oferecer alguma imprevisibilidade e outro “calo” técnico num jogo que se espera algo físico.

Por isso, apresentamos dois 11’s, um que gostaríamos de ver em campo, e aquele que será o mais próximo da realidade:

– Anthony Lopes, Nuno Mendes, José Fonte, Gonçalo Inácio, Ricardo Pereira (entrada de Cancelo caso Portugal ultrapasse as meias-finais); Rúben Neves, Matheus Nunes e Bruno Fernandes; Diogo Jota, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo;

– Rui Patrício, Nuno Mendes, José Fonte, Pepe, Diogo Dalot; Danilo Pereira, William Carvalho e João Moutinho; Diogo Jota, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo;

E poderão surgir outras surpresas? Colocamos algumas categorias diferentes, com jogadores que podem surgir na convocatória oficial de Fernando Santos.

Surpresa improvável: Vitinha e Luís Maximiano;
Ausência-surpresa provável: Gonçalo Guedes e Pedro Gonçalves;
– Surpresa que deveria acontecer: Ricardo Horta;


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