Seleção Nacional: A um passo da história

Cristiana PinaFevereiro 18, 20234min0

Seleção Nacional: A um passo da história

Cristiana PinaFevereiro 18, 20234min0
A seleção nacional feminina está prestes a jogar o apuramento para o Campeonato do Mundo e Cristiana Pina olha para o que podemos esperar

O futebol feminino tem dado passos importantes para a crescente afirmação na sociedade e no desporto. Por estes dias, em Portugal, os olhos estão postos na Nova Zelândia, mais especificamente na seleção feminina nacional, que vai disputar dia 22 de fevereiro, o jogo mais importante da história do futebol feminino português. A equipa liderada por Francisco Neto está na luta por uma presença histórica num campeonato mundial, e está a uma vitória frente à seleção dos Camarões, para alcançar esse feito histórico. O primeiro teste em solo neozelandês, vitória na passada de sexta-feira por 5 x 0, frente à seleção da Nova Zelândia demonstrou que a seleção portuguesa tem uma seleção diversa e recheada de qualidade; tanto no onze inicial, como no banco de suplentes.

O jogo decisivo decorre na madrugada da próxima quarta-feira, dia 22 de fevereiro, pelas 6h30. Apesar do favoritismo luso, a seleção dos Camarões, tem mais experiência em alta competição que Portugal, e é necessário que as jogadoras portuguesas entrem com mentalidade vencedora, e “pés na terra” para que não haja uma rasteira. Francisco Neto, sempre referiu que Portugal era uma seleção que valia pelo seu aglomerado de equipa, e não como individualidades.

Eu concordo, no entanto, atualmente há jogadoras que merecem um destaque especial pela importância que tem tido. Carole Costa, central do Benfica, é uma das jogadoras mais internacionais, é uma jogadora vital no seio da seleção. Central experiente, com uma boa visão de jogo, e excelente a antecipar e a cortar bolas seja pelo ar, como pelo chão. Acima do seu papel em campo, adiciona-se o fato de ser uma líder nata. Traz muita calma ao jogo, e é muitas vezes a jogadora que acalma a equipa, que muitas vezes duvida do seu potencial. Aliadas a estas características é uma jogadora forte em bolas paradas, e uma central com faro para golo; os seus 17 golos pela camisola lusa são um excelente exemplo disso. Aos 32 anos, Carole Costa, demonstra que a maturidade é adjetivo que lhe assenta bem.

Na melhor forma da carreira, Tatiana Pinto chega ao jogo mais importante da história da seleção feminina, como um pilar no meio-campo. Na presente época leva nove golos e duas assistências, e tornou-se numa jogadora fulcral tanto para o Levante como para Portugal; é uma jogadora com uma energia infinita, batalhadora nas suas ações, um motor no meio-campo da seleção nacional.

É muitas vezes o elo de ligação entre a defesa e o ataque: sabe ler o jogo, e sabe usar as suas características para oferecer ao jogo e á sua equipa, o que eles pedem em cada momento. Não sei qual a ideia do Francisco Neto para o jogo com a seleção dos Camarões, mas no meu onze estaria um meio-campo com Andreia Jacinto, Tatiana Pinto e Andreia Norton. Andreia Jacinto como pensadora do jogo, a ser o pêndulo da equipa, com Tatiana e Norton mais livres para transportar a bola e dinamizar o ataque.

Diana Silva, Jéssica Silva e Kika Nazareth seriam o trio de ataque escolhido por mim. Três jogadoras com características diferentes, mas que se complementam. Se Diana Silva pode trazer golo e velocidade ao ataque; Jéssica traz não só velocidade como irreverência e golo, a avançada portuguesa é bastante forte no 1×1 e pode ser importante para quebrar linhas de pressão defensiva. Por fim, Kika Nazareth complementa este trio de ataque como “dez”: Kika tem características muito especiais, é uma jogadora com uma quantidade de recursos futebolísticos acima da média, sendo capaz de sacar um coelho da cartola a qualquer momento do jogo. Nesta época apresenta números espetaculares: 20 golos e 12 assistências, e acima de tudo uma grande envolvência e importância no jogo da sua equipa.

Quer no Benfica, quer na seleção, a avançada tem vindo a ser mais consistente e preponderante. De salientar que nos jogos playoffs tanto ela como a Andreia Jacinto foram importantes para selar o triunfo luso, e quebrar as linhas defensivas montadas pela equipa adversária. A colheita de 2002 é especial, e Andreia e Kika são a prova disso, muita qualidade e muito potencial para serem as estrelas maiores da seleção no presente e futuro.

O meu onze escolhido, face ao momento de forma e características do jogo da seleção nacional:

Patrícia Morais, Catarina Amado, Diana Gomes, Carole Costa, Lúcia Alves, Andreia Jacinto, Tatiana Pinto e Andreia Norton, Jéssica, Kika e Diana.


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