O ataque das quinas: Presente e Futuro

Emanuel RicardoJaneiro 28, 20235min0

O ataque das quinas: Presente e Futuro

Emanuel RicardoJaneiro 28, 20235min0
Rafael Leão com Gonçalo Ramos? Ou Cristiano Ronaldo ainda vai ser o líder do ataque de Portugal? Reflexão de Emanuel Silva a esta dúvida das Quinas

A indefinição no XI base da Seleção Nacional Portuguesa está instaurada. Algo que já vem da era Fernando Santos e que, muito provavelmente, se irá iniciar a era Roberto Martínez. Com os elementos ofensivos no centro desta indefinição. Muito devido à passagem de testemunho do capitão da seleção das quinas, Cristiano Ronaldo, aos seus colegas mais jovens, especialmente no que concerne ao ataque. Surge, por exemplo, o paradoxo Cristiano Ronaldo/Gonçalo Ramos que tanto foi discutido no Mundial 2022 no Qatar.

Num momento em que o futebol português insiste em produzir, todas as temporadas, jovens com elevado nível de progressão, não falta opções para constituir o possível tridente ofensivo da seleção nacional, partindo do princípio de arrumação da equipa em 4-3-3 (dependendo da dinâmica imposta 4-2-3-1). Formação a que já fomos acostumados a assistir na seleção e que Roberto Martínez elegeu como predefinida nos anos em que comandou a Bélgica.

Já com a próxima grande competição, O UEFA Euro 2024 (e a sua qualificação), a aproximar-se, a incerteza começa a acumular, especialmente com a ida de Cristiano Ronaldo para a Arábia Saudita, numa liga em que o nível competitivo está muito abaixo do exigido num atleta que representa a seleção. A Posição de ponta-de-lança está normalmente atribuída a Cristiano Ronaldo, com André Silva como seu suplente, capaz de realizar um bom trabalho, mas, como podemos ver no Campeonato do Mundo 2022, parece que Gonçalo Ramos assumiu algum protagonismo na tabela das opções, especialmente depois do Hattrick diante da Suíça nas oitavas-de-final.

Olhando aos números, Gonçalo Ramos é o melhor marcador da Liga Portugal Bwin com 12 golos apontados e já leva 18 golos e três assistências em todas as competições, pelo Sport Lisboa e Benfica. Existe ainda outro jovem português que tem enchido as medidas na liga portuguesa enquanto número nove, Vitinha. Apontou treze golos e cinco assistências em todas as competições pelo Sporting Clube de Braga.

Nas extremas do ataque português, destaca-se, de longe, Rafael Leão. Principalmente no lado esquerdo do ataque. O jogador do AC Milan é atualmente o jogador português com maior valor de mercado (85M de euros) e ganhou o prémio de melhor jogador da Série A na temporada passada. No último campeonato do mundo, apesar de não ter tido muitos minutos, marcou dois belos golos demonstrando toda a sua qualidade. Após Leão, a hierarquia é um pouco incerta.

Surgem Diogo Jota e João Félix como principais opções, mas ambos têm muito mais rendimento jogando entre linhas adversárias e nas costas do ponta-de-lança, na mediática posição de 9,5. Ainda assim, ambos dão garantias como extremo esquerdo. O mesmo acontece com Ricardo Horta, que apesar de partir da ala, a sua veia goleadora exige muitas vezes uma posição mais central.

Fazendo referência a extremos-puros, Portugal carece um pouco. Podemos enumerar: Gonçalo Guedes, Pedro Neto, Daniel Podence, Francisco Trincão ou Jota (do Celtic FC). Ainda assim, retirando Gonçalo Guedes, nenhum deu provas concretas, tanto ao serviço da seleção como ao serviço do seu clube, num maior nível competitivo. Surge o caso Rafa Silva. O único jogador do seu estilo que Portugal tem à disposição no plantel. As várias polémicas e a própria rejeição de Rafa à seleção afastam esta hipótese. O nomear de Roberto Martínez como selecionador nacional poderá dar uma nova vida ao jogador do Benfica na seleção das quinas. Esperemos para ver como o espanhol lida com a situação.

Nos últimos anos, a posição de extremo direito da seleção portuguesa tem sido, indiscutivelmente, de Bernardo Silva. Apesar disto, Bernardo não é um extremo de origem. Esta temporada, no Manchester City FC, Pep Guardiola colocou-o apenas por quatro vezes a jogar na direita, na Premier League. As qualidades de Bernardo sugerem um jogador que atue mais no corredor central, tal como o próprio também já admitiu. Surge um ponto de interrogação no lado direito do ataque português.

Bernardo não é caso único. Como o jogador do Manchester City existem outros capazes de dar rendimento nas alas, neste caso direita, e ao meio. Otávio e João Mário são os casos mais óbvios. Tando o jogador do FC Porto como o do Benfica têm sido titulares nas alas direitas dos seus clubes, João Mário, inclusive, começou a temporada mais descaído na esquerda. Outro jogador capaz de preencher a vaga à esquerda, apesar das suas capacidades que pedem um jogo mais central, é Pedro Gonçalves.

O jogador do Sporting CP tem sido, regularmente um dos melhores jogadores na liga portuguesa, mas ainda não teve uma verdadeira hipótese de se provar a nível internacional. Hipótese que pode surgir com Roberto Martínez.

As várias opções de Portugal para o ataque prometem ser uma bela dor de cabeça para o novo selecionador nacional, mas são muito mais vastas que as apresentadas. Roberto Martínez tem observador de perto imensos jogadores portugueses, indo com regularidade aos estádios portugueses e a estádios onde atuem jogadores portugueses. Existe, também, as tremendas formações que possuímos, atualmente, em Portugal. Sugerem que até ao próximo europeu de futebol podem aparecer mais nomes capazes de ocupar uma vaga na convocatória.


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