Gigante adormecido ou morto: AC Milan, Milão em esquecimento?

João NegreiraJunho 26, 20185min0
O AC Milan é um nome incontornável, tanto em Itália como no futebol europeu, mas tem estado num mau momento há vários anos. O Fair Play explica-lhe o que se passou e que se tem passado com este histórico.

Neste sexto episódio da rubrica, expandimo-nos para Itália, onde analisamos mais um histórico que tem estado fora da órbita dos títulos. Na mesma senda dos outros artigos, estamos abertos para que o leitor nos aconselhe a mais históricos que possamos analisar nesta rubrica.

A Associazione Calcio Milan é um clube que dispensa apresentações. Com mais de 100 anos de vida e um palmarés, tanto a nível nacional como internacional, invejável, é uma instituição a que tem que se fazer, no mínimo, referências, quando falamos de clubes históricos. Não obstante, ao estarem apagados nesta última década, temos que analisar o clube de Milão.

Apesar da grande história, algo parece estar a falhar neste passado mais recente

Todos os seus títulos, todos os grandes jogadores que por lá passaram e a própria imagem que hoje têm no mundo, demonstra o quão grandes são. De referir que o clube ainda nasce no século XIX, em 1899, começando aí o legado dos rossoneri.

É importante mencionar o largo palmarés que detêm. São 18 Campeonatos Italianos, 5 Taças de Itália, 7 Supertaças de Itália, 7 Ligas dos Campeões, 5 Supertaças Europeias e 1 Campeonato do Mundo de Clubes. Para além disto, são muitas mais finais em Taças e muitas lutas pelos campeonatos até ao final.

A juntar a isto, o clube teve jogadores como: Gianni Rivera, Ruud Gullit, Andriy Shevchenko, Marco van Basten, George Weah ou Kaká, que ganharam a Bola de Ouro, mas também grandes nomes como: Paolo Maldini, Franco Baresi, Alessandro Costacurta, Mauro Tassotti, Massimo Ambrosini, Grennaro Gattuso, Clarence Seedorf, como jogadores com mais jogos jogados, ou até em termos de mais golos marcados como: Gunnar Nordahl, José Altafini, Filippo Inzaghi, entre outros que já foram referidos.

Para além destes que mais marcaram através de números, é importante realçar jogadores (estes que o leitor possa reconhecer mais facilmente) como: Andrea Pirlo, Carlo Ancelotti, Cafu, Desailly, Dida, Alessandro Nesta, Frank Rijkaard e Rui Costa.

São jogadores de alto gabarito, os referidos, sendo importante referir que não os mencionámos a todos. Desde a 2ª metade do século XX até ao início do corrente, o AC Milan contou com jogadores que o fizeram o clube que é.

E é a partir de, sensivelmente, 1950 que os rossoneri começam a ganhar títulos e a convencer a Europa. Até 2013, o clube esteve sempre, ou quase sempre, na luta por algo, lá em cima, no topo, com os melhores. Contudo, desde esse ano que houve uma queda de rendimento brutal…

A equipa que ganhou o último campeonato pelo AC Milan, em 2011. (Foto: PosterFutebol)

O AC Milan de hoje em dia

Os números falam por si, o seu sucesso é inegável, mas o que realmente queremos analisar é o que tem estado a falhar.

Ora, apesar dos 18 campeonatos italianos, o AC Milan só ganhou 2 neste século, assim como também só conquistou 1 Taça de Itália e 2 Ligas dos Campeões. Não queremos enganar o leitor, o clube teve sucesso neste século, mas não tanto como no anterior.

E o que podemos realçar é que o clube veio a decair e nesta década foi/tem sido o desastre total. O seu auge foi, de facto, na 2ª metade do século XX, onde ganharam mais troféus, prolongando esse sucesso até ao final do século, onde chegam a tri-campeões nacionais.

Deste século, há que destacar 2 treinadores: Carlo Ancelotti e Massimiliano Allegri. Entre os demais, há algo que têm em comum, para além dos títulos, claro está: o facto de terem conseguido permanecer no cargo por vários anos, algo que está intimamente ligado às conquistas.

Aludir para o facto de ser desde a saída de Allegri que o clube não mais volta à ribalta. E porquê?

Desde um conjunto de timoneiros jovens ex-jogadores (neste momento está o rígido Gattuso), a uma má política de contratações para renovar a equipa, o clube tem estado em maus lençóis, sendo que de há 5 temporadas para cá, o melhor que conseguiu foi um 6º lugar, nas últimas duas épocas.

Já com alguns bambinos a subirem à equipa principal, mas a nem todos terem o que é preciso para se afirmarem, o clube parece precisar de um treinador com “cartas dadas” para que seja a ele a implementar a sua ideia de jogo, contratando bem a nível quantitativo e qualitativo.

Isto porque os rossoneri são um dos clubes mais ricos do mundo, tendo um proprietário chinês, Li Yonghong, que lhes assegura um excelente nível financeiro, com patrocinadores de grande quilate.

De referir, por isso, que capital para investir na equipa não falta, e já pudemos verificar isso no verão passado, mas como essas transferências são aplicadas na equipa é que é importante avaliar e/ou talvez mudar.

Reiterar, então, que à imagem do que Ancelotti e Allegri fizeram, o AC Milan necessita de um treinador semelhante. Que dê uma nova cara ao clube, mas que seja com personalidade e carisma para que este possa voltar aos tempos áureos a que já nos habituou.

André Silva e Donnarumma são dois jogadores para o futuro do AC Milan. (Foto: TuttoMercatoWeb)

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