A história da Batalha da Roma num Jogo Histórico
Depois da Derrota por 4-1 em Camp Nou poucos seriam os adeptos do futebol que apostariam numa passagem da AS Roma à próxima fase da UEFA Champions League. Mas o impossível aconteceu e com um jogo que irá ficar na história do futebol europeu.
Início forte e personalizado
A Roma sabia que teria que entrar forte e agressiva no jogo, de modo a não deixar o Barcelona ter bola e poder fazer o jogo que pretendia. Com uma táctita que poderia indicar 5 defesas e uma preocupação em não sofrer golos, cedo se percebeu que a estratégia de Di Francesco era bem diferente, passando sim por uma defesa a três e dois laterais que se assemelhavam mais a extremos.
Com 6 minutos de jogo Dzeko (autor do golo fora) volta a facturar e reacende a esperança nos adeptos romanos, com a Roma a precisar agora de apenas mais dois golos.
Este golo deixou também a formação visitante em sentido de alerta, e com o decorrer do primeiro tempo a partida foi-se equilibrando, sempre com um Barcelona a privilegiar a posse de bola e um jogo em construção e uma Roma mais vertical a querer chegar à frente com mais velocidade, através dos alas Kolarov e Florenzi.
Com tudo isto e com um maior controlo o jogo caminhou para o intervalo sem grandes momentos, com excepção de um cabeceamento de Dzeko. Via-se demasiados cruzamentos e bolas longas por parte dos Romanos e um Barcelona que esperava um momento de genialidade de Messi numa Bola parada.
Uma parte histórica e emotiva
Di Francesco estava contente com a postura da equipa na primeira parte, no entanto continuava a precisar de dois golos para fazer história e levar a Roma para as meias finais, algo que não acontecia desde 83/84, onde perdeu na final para o Liverpool.
Não estivemos no balneário, mas há um “regra do futebol” que os mais sábio costumam aplicar na qual uma equipa que precise de fazer dois golos tem que fazer o primeiro deles até aos 60 minutos de jogo. Terá sido algo parecido que foi pedido aos jogadores, uma entrada forte e tentar marcar o mais cedo possível para fazer tremer o Barça e criar um autêntico inferno no Olímpico que os levasse à cambalhota na eliminatória.
Foi mesmo isso que a Roma conseguiu. 58 minutos de jogo e De Rossi converte dos 11 metros para delírio do Olímpico de Roma e para desespero de Ernesto Valverde e equipa do Barça.
Com o passar do tempo a Roma foi arriscando mais, foi acreditando mais e foi muito melhor equipa, conseguindo em momentos vulgarizar o todo poderoso Barcelona. Di Francesco arriscou e colocou El Shaarawi retirando Nainggolan num último esforço para tudo.
Valverde só mexeu aos 81 minutos, mas já era tarde, aos 82, num pontapé de canto exemplar, o central Manolas foge à marcação de Nelson Semedo e coloca os romanos na meia final da Champions League. A história estava quase completa, David estava preste a derrotar Golias outra vez, e o “Bombón”, como foi noticiado na imprensa espanhola, estava preste a eliminar o super favorito Barcelona da possibilidade do triplete.
12 minutos mais longos da história da Roma
Com o 3-0 no marcador restava à Loba segurar o triunfo. Faltavam “só” 12 minutos mas para os Romanos parecia uma eternidade.
Valverde esgotou as opções com Dembelé e Paco Alcácer, mas era tarde demais. O Barcelona bem tentou, colocaram Piqué a ponta de lança. Tentaram várias vezes, partiram para cima da Roma, mas esbarraram sempre na muralha dos Gladiadores, que foram sempre solidários e que deram o corpo às bolas para que a vitória não lhes fugisse.
O árbitro apita para o final e a loucura espalha-se por todo o estádio, ninguém queria arredar pé dali. Todos queriam viver aquele momento durante muito tempo. Todos cantavam e abraçavam a pessoa ao seu lado. A Roma regressa a uma meia final da Champions League e é a única equipa italiana ainda em prova, depois da eliminação da Juventus.
Homens Chave
Di Francesco
O técnico italiano é a figura maior desta equipa e foi ele quem montou a estratégia que permitiu derrubar o Barcelona. Arriscou com 3 defesas e quando Valverde teve medo de mexer, ele mostrou exatamente o contrário arriscando ainda mais no campo. A Roma ganhou porque foi a melhor equipa e porque quis mais ganhar que o seu adversário e toda essa vontade foi notória nos jogadores em campo.
Destaque para o facto da Roma não ter perdido tempo na parte final do jogo, com os seus jogadores a quererem sempre jogar e com Di Francesco a nem gastar a última substituição para ter um jogo mais fluido.
Edin Dzeko
É o goleador desta equipa e nesta eliminatória esse pormenor voltou a fazer a diferença com dois golos. Marcou o golo que permitiu que existisse esperança na segunda mão, ao faturar em Camp Nou, e iniciou a cambalhota com o primeiro golo da sua equipa, logo aos 6 minutos de jogo. Se isto não fossem já razões suficientes para ser o jogador chave da eliminatória, ainda sofreu o penalty que permitiu a De Rossi reduzir para um golo a diferença no marcador no conjunto das duas mãos.