A história da Batalha da Roma num Jogo Histórico

José Nuno QueirósAbril 12, 20186min0

A história da Batalha da Roma num Jogo Histórico

José Nuno QueirósAbril 12, 20186min0
Os Romanos pareciam já afastados depois do jogo em Camp Nou, mas com uma reviravolta épica na história do futebol, tudo mudou, numa demonstração de força dos gladiadores no "Coliseu" do Olímpico de Roma.

Depois da Derrota por 4-1 em Camp Nou poucos seriam os adeptos do futebol que apostariam numa passagem da AS Roma à próxima fase da UEFA Champions League. Mas o impossível aconteceu e com um jogo que irá ficar na história do futebol europeu.

Início forte e personalizado

A Roma sabia que teria que entrar forte e agressiva no jogo, de modo a não deixar o Barcelona ter bola e poder fazer o jogo que pretendia. Com uma táctita que poderia indicar 5 defesas e uma preocupação em não sofrer golos, cedo se percebeu que a estratégia de Di Francesco era bem diferente, passando sim por uma defesa a três e dois laterais que se assemelhavam mais a extremos.

Com 6 minutos de jogo Dzeko (autor do golo fora) volta a facturar e reacende a esperança nos adeptos romanos, com a Roma a precisar agora de apenas mais dois golos.

Este golo deixou também a formação visitante em sentido de alerta, e com o decorrer do primeiro tempo a partida foi-se equilibrando, sempre com um Barcelona a privilegiar a posse de bola e um jogo em construção e uma Roma mais vertical a querer chegar à frente com mais velocidade, através dos alas Kolarov e Florenzi.

Dzeko foge a Umtiti e prepara-se para facturar o primeiro (Fonte: Mirror.co.uk)

Com tudo isto e com um maior controlo o jogo caminhou para o intervalo sem grandes momentos, com excepção de um cabeceamento de Dzeko. Via-se demasiados cruzamentos e bolas longas por parte dos Romanos e um Barcelona que esperava um momento de genialidade de Messi numa Bola parada.

Uma parte histórica e emotiva

Di Francesco estava contente com a postura da equipa na primeira parte, no entanto continuava a precisar de dois golos para fazer história e levar a Roma para as meias finais, algo que não acontecia desde 83/84, onde perdeu na final para o Liverpool.

Não estivemos no balneário, mas há um “regra do futebol” que os mais sábio costumam aplicar na qual uma equipa que precise de fazer dois golos tem que fazer o primeiro deles até aos 60 minutos de jogo. Terá sido algo parecido que foi pedido aos jogadores, uma entrada forte e tentar marcar o mais cedo possível para fazer tremer o Barça e criar um autêntico inferno no Olímpico que os levasse à cambalhota na eliminatória.

Foi mesmo isso que a Roma conseguiu. 58 minutos de jogo e De Rossi converte dos 11 metros para delírio do Olímpico de Roma e para desespero de Ernesto Valverde e equipa do Barça.

De Rossi marca e Messi já imaginava o pior. (Fonte: gazzetadopovo.com)

Com o passar do tempo a Roma foi arriscando mais, foi acreditando mais e foi muito melhor equipa, conseguindo em momentos vulgarizar o todo poderoso Barcelona. Di Francesco arriscou e colocou El Shaarawi retirando Nainggolan num último esforço para tudo.

Valverde só mexeu aos 81 minutos, mas já era tarde, aos 82, num pontapé de canto exemplar, o central Manolas foge à marcação de Nelson Semedo e coloca os romanos na meia final da Champions League. A história estava quase completa, David estava preste a derrotar Golias outra vez, e o “Bombón”, como foi noticiado na imprensa espanhola, estava preste a eliminar o super favorito Barcelona da possibilidade do triplete.

12 minutos mais longos da história da Roma

Com o 3-0 no marcador restava à Loba segurar o triunfo. Faltavam “só” 12 minutos mas para os Romanos parecia uma eternidade.

Valverde esgotou as opções com Dembelé e Paco Alcácer, mas era tarde demais. O Barcelona bem tentou, colocaram Piqué a ponta de lança. Tentaram várias vezes, partiram para cima da Roma, mas esbarraram sempre na muralha dos Gladiadores, que foram sempre solidários e que deram o corpo às bolas para que a vitória não lhes fugisse.

O árbitro apita para o final e a loucura espalha-se por todo o estádio, ninguém queria arredar pé dali. Todos queriam viver aquele momento durante muito tempo. Todos cantavam e abraçavam a pessoa ao seu lado. A Roma regressa a uma meia final da Champions League e é a única equipa italiana ainda em prova, depois da eliminação da Juventus.

A loucura com o golo de Manolas e com a reviravolta completa (Fonte: Sputnik International)

Homens Chave

Di Francesco

O técnico italiano é a figura maior desta equipa e foi ele quem montou a estratégia que permitiu derrubar o Barcelona. Arriscou com 3 defesas e quando Valverde teve medo de mexer, ele mostrou exatamente o contrário arriscando ainda mais no campo. A Roma ganhou porque foi a melhor equipa e porque quis mais ganhar que o seu adversário e toda essa vontade foi notória nos jogadores em campo.

Destaque para o facto da Roma não ter perdido tempo na parte final do jogo, com os seus jogadores a quererem sempre jogar e com Di Francesco a nem gastar a última substituição para ter um jogo mais fluido.

Edin Dzeko

É o goleador desta equipa e nesta eliminatória esse pormenor voltou a fazer a diferença com dois golos. Marcou o golo que permitiu que existisse esperança na segunda mão, ao faturar em Camp Nou, e iniciou a cambalhota com o primeiro golo da sua equipa, logo aos 6 minutos de jogo. Se isto não fossem já razões suficientes para ser o jogador chave da eliminatória, ainda sofreu o penalty que permitiu a De Rossi reduzir para um golo a diferença no marcador no conjunto das duas mãos.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS