Um Arsenal de pólvora seca

Nélson SilvaJaneiro 15, 20184min0
Mais uma vez as palavras Wenger Out ganham força. Mas o que se passa com os Gunners? E será mesmo o fim do francês? Uma leitura ao ponto de situação

Na capital de Inglaterra, vivem-se já tempos que mais parecem de guerra. Os arsenalistas revoltam-se cada vez mais contra um francês, não ditador mas sob o qual já se começa a questionar: terá Arsene Wenger poder a mais na estrutura do clube londrino?

São demasiados anos sem um título maior, de um gigante adormecido de Inglaterra. O francês vai passando por entre as balas, refugia-se nas trincheiras onde vai respondendo com uma Taça de Inglaterra por entre outra. O pior é que na presente temporada nem isso Wenger pode revalidar, uma vez que perdera frente ao Nottingham Forest do Championship. Pior ainda, é o tamanho distanciamento para os primeiros lugares do campeonato.

O Arsenal está a 8 pontos do último lugar de acesso à Liga dos Campeões, mas ainda se mantém na Liga Europa e o nível apresentado perante os rivais diretos da liga leva a pensar que até vencer a Liga Europa pode ser o caminho mais fácil para chegar à “Champions”.

Foto: Standard.co

Dos últimos sete jogos, o Arsenal só foi capaz de vencer um e mesmo assim pela margem mínima. Os gunners ainda não sabem o que é vencer em 2018. Duas derrotas e dois empates, com a agravante de que as derrotas foram contra o já mencionado Nottingham Forest e Bournemouth, que este sábado virou um resultado que estava favorável à equipa de Wenger. São resultados inadmissíveis para os objetivos a que o Arsenal se propõe e, pior ainda, surgem no início de um ano em que reabre a janela das transferências, com o clube a ser falado apenas sobre possíveis saídas e nenhumas chegadas.

Coquelin rumou ao Valência, mas o pior cenário será mesmo a confirmação de que Alexis Sánchez siga para Old Trafford, para representar a equipa de Mourinho. Tudo isto, a confirmar-se, é mais um tiro no pé de um treinador que reiterou não voltar a vender um jogador a um rival direto como o Manchester United, na altura em que viu Van Persie trocar os arsenalistas pelos diabos vermelhos de Manchester.

A solução? Cortar o mal pela raiz. Já é mais que o fim da linha para Wenger. Com ele podem sair jogadores que tardam em reaparecer como estrelas ao nível das que vão empurrando os seus rivais para os lugares do topo. Debuchy, Mertesacker, Nacho Monreal, Wilshere, Walcott e Wellbeck são os exemplos mais gritantes de jogadores a ocupar demasiado espaço no plantel para aquilo que oferecem à equipa e recebem na folha salarial. Para não facilitar, as grandes estrelas da equipa, Alexis Sánchez e Ozil tardam em renovar contrato, com o chileno a ser já negociado.

Com um murro na mesa, limpando a casa e fazendo chegar atletas capazes de se equipararem ao estrelato dos dois mencionados, talvez os mesmos mudassem de ideias. Um dos alvos mais apetecidos do mercado podia até ser um grande impulso para a motivação dos gunners: Angel Di Maria. O argentino quer jogar mais para estar preparado para o Mundial que se avizinha. A chegada de Mbappé e Neymar empurrou o extremo para o banco e, apesar de corresponder com golos e assistências quando é chamado, certamente não estará satisfeito com a sua situação no clube.

Este seria um dois em um, pois tratar-se-ia de um ex-jogador do rival United e certamente, pelas suas características, ofereceria um conjunto de soluções ofensivas que tem escasseado na turma de Wenger. Contudo, o técnico francês tem sido displicente no mercado e a fúria dos adeptos em contratar Granit Xhaka por 45M€ e Mustafi por 41M€, com o rendimento de ambos a tardar em justificar o investimento, será difícil de apagar sem que hajam mexidas extraordinárias na equipa.

Foto: Paint in the Arsenal

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