Três Portugueses a Jogar na Europa: Fonte, Cédric e Bruma
Começando por trás, o experiente central português não está a ter uma temporada como certamente desejaria, à semelhança do seu clube, o West Ham que ocupa um modesto 16º lugar ao fim de 9 jornadas, em igualdade pontual com o antepenúltimo classificado e primeiro abaixo da linha de água, o Everton. O campeão europeu foi titular em 7 partidas, não tendo apenas completado os 90 minutos na receção ao Tottenham, onde a equipa perdeu por 3-2, tendo já registado uma assistência para golo, precisamente nesse jogo.
Fonte tem sido uma das pedras base de Slaven Bilic desde que chegou a Londres em Janeiro passado, mas tem beneficiado do esquema de três centrais e da ausência do capitão Winston Reid para ser sempre titular e rubricar exibições que ainda assim não ultrapassam o nível satisfatório, revelando sempre dificuldades quando se depara com avançados mais rápidos e fortes, como sucedeu com Harry Kane e Solomón Rondón, algo que não lhe irá tirar o bilhete para a Rússia, certamente. Com o número elevado de jogos que todas as equipas inglesas têm, a recorrente utilização do central poderá trazer-lhe alguns problemas, sendo provável que o jogador chegue a maio bastante fatigado.
Cédric Soares é outro dos campeões europeus a atuar em terras de Sua Majestade. O lateral formado em Alcochete é um dos homens em quem o técnico argentino Mauricio Pellegrino mais confia, como provam os 9 jogos realizados em 9 possíveis na Premier League, e os 803 minutos já jogados em 810 possíveis (cedeu o lugar a Ward-Prowse frente ao Manchester United).
O lateral português destaca-se pela profundidade que dá no corredor direito, aproveitando os constantes movimentos interiores do extremo direito sérvio Dusan Tadic para abrir o corredor e ir à linha cruzar diversas ocasiões. Deverá ainda assim melhorar bastante a capacidade de cruzamento, uma vez que desperdiça algumas situações de vantagem e de desequilíbrio do adversário devido a maus cruzamentos eu efetua. Defensivamente, o titular da seleção nacional tem evoluído significativamente, sendo cada vez mais difícil de ultrapassar devido ao seu notório crescimento tático. Em condições normais, estará certamente na Rússia no próximo verão, e provavelmente como titular, podendo ser afetado pelo mesmo problema de José Fonte, excesso de jogos nas pernas, podendo este ser um fator a favor da concorrência (Nélson Semedo, Ricardo Pereira, João Cancelo…).
Na Bundesliga estreia-se nesta temporada Bruma. O jovem extremo ex-Galatasaray transferiu-se esta época para o clube mais odiado da Alemanha, o RB Leipzig, por 18 milhões de euros e tem-se exibido a um nível muito interessante. O extremo nascido na Guiné-Bissau foi utilizado em 7 das 9 partidas disputadas na Bundesliga, tendo sido titular em 4 partidas e tendo somado até agora um golo e uma assistência. O jovem formado no Sporting soma ainda 2 jogos na liga milionária, 1 como titular, na vitória frente ao Futebol Clube do Porto.
A nível exibicional, Bruma tem conseguido expor o seu futebol incisivo e veloz, sendo uma dor de cabeça para os laterais que enfrenta devido à sua capacidade no 1 um-para-um. No entanto, falta a Bruma o que sempre lhe faltou, regularidade. O jovem talento de 23 anos ainda tem demasiados “apagões” durante os jogos, em que parece aliado da ação do jogo, algo que terá de combater para se tornar um jogador referência no seu clube e na seleção, onde tem de enfrentar forte concorrência nas alas para estar no Mundial da Rússia, situação que vive também no clube, onde vive um pouco na sombra de Emil Forsberg e Marcel Sabitzer, que lhe poderão tirar minutos preciosos e o protagonismo desejado.
Bruma, Cédric e José Fonte são três dos muitos jogadores que baralham neste momento as contas de Fernando Santos, e, a continuarem a este nível, podem muito bem alimentar o sonho de representar Portugal na Rússia. A competitividade dos campeonatos onde atuam poderá ser fator determinante nas escolhas finais do “engenheiro”, uma vez que a experiência em grandes palcos é fundamental, e não há palcos maiores e mais competitivos que os ingleses e alemães.