Sheffield United. Os ‘Blades’ estão de regresso à Premier League
Pedro Sousa é autor do projeto Bola na Relva e colaborador do Fair Play!
O futebol de primeira está de regresso ao condado de South Yorkshire. O Sheffield United, que foi campeão inglês em 1897/98, garantiu a subida à Premier League, depois de ter ficado em segundo lugar no Championship. A equipa do norte de Inglaterra volta à primeira divisão após 12 anos de ausência. Um regresso saudado de um clube com 130 anos de história.
Um título muito distante, um investimento polémico e a festa no sofá
O título inglês já vai longe. Foi no ano de 1897/98 que o Sheffield United subiu ao topo do futebol inglês. Depois deste feito, o emblema de Yorkshire somou ainda a conquista de quatro FA Cups e mais três títulos de divisões inferiores. Sem competir no principal escalão desde da época de 2006/2007, o clube de Sheffield passou por dificuldades financeiras nos anos seguintes. A descida ao segundo escalão e, passados dois anos, a descida à terceira divisão, colocaram o clube em “cheque”.
A chegada de Abdullah Bin Mosaad Bin Abdulaziz Al Saud tirou os problemas financeiros do clube. Desde da sua entrada, o Sheffield United voltou a respirar financeiramente. Contudo, nos últimos tempos, veio ao de cima a origem de parte desse financiamento. Na atual disputa entre os dois proprietários do clube, Kevin McCabe e o príncipe saudita, descobriu-se que 3 milhões e 500 mil euros estão ligados a Osama Bin Laden. Uma guerra que promete dar que falar. Voltando à história do clube, o emblema inglês fez uma campanha sólida e muito eficaz no Championship. Terminou na segunda posição e, desde do início da temporada, deu a ideia que era candidato a subir.
Conseguiu e festejou de forma caricata. A confirmação da subida aconteceu graças ao empate entre o Leeds United e o Aston Villa e ao gesto de fair play de Marcelo Bielsa. O treinador argentino, nessa partida, obrigou os jogadores da sua equipa a deixarem o adversário marcar um golo. Isto porquê? Porque o Leeds marcou um tento em superioridade numérica, devido ao facto de um atleta do Aston Villa estar com queixas no relvado. Os homens de Bielsa não atiraram a bola para fora e fizeram um golo.
O técnico, visto isto, obrigou os seus pupilos a consentirem um de propósito. Quem ficou a ganhar? Os jogadores do Sheffield United que festejaram o empate e a consequente subida automática no sofá.
Os onze guerreiros de Sheffield
Todos os elementos do plantel, à sua maneira, contribuíram para este feito histórico do clube. No entanto, foram onze jogadores que tiveram uma maior importância na equipa comandada por Chris Wilder. O guarda-redes Dean Henderson, emprestado pelo Manchester United, foi uma muralha. O jovem inglês realizou 46 jogos no Championship e consentiu apenas 41 golos. Uma média bastante interessante do guardião de 22 anos.
A par do Middlesbrough, o Sheffield United foi a melhor defesa do campeonato. À frente de Henderson, o técnico do clube optou, na maior parte da temporada, por colocar três centrais e dois laterais. George Baldock, Enda Stevens, John Egan, Chris Basham e Jack O’Connell foram os jogadores mais utilizados. Os cinco contribuíram e muito para a bela temporada a nível defensivo. Depois deste quinteto, destacaram-se John Fleck e Oliver Norwood. Os dois médios, no total, falharam quatro jogos. Fleck falhou apenas um e Norwood falhou três.
Experiência e muita qualidade, quer defensivamente e ofensivamente, foram elementos importantes para dar equilíbrio à equipa. Mark Duffy, David McGoldrick e o goleador Billy Sharp foram as setas apontadas às balizas adversárias. Ao nível de ataque, a formação do South Yorkshire foi a quarta equipa com mais golos (78).
Juntando estes jogadores todos, o Sheffield protagonizou uma temporada bastante equilibrada e, em algumas partes da época, com muita qualidade. Como será este regresso à Premier League? Vão ter de investir. Isso é certo.