Dybala. Será a peça que falta ao Tottenham para chegar aos títulos?
Pedro Sousa é autor do projeto Bola na Relva e colaborador do Fair Play!
O plantel do Tottenham não sofreu alterações nas últimas duas janelas de transferências. Mauricio Pochettino conseguiu montar uma equipa forte e capaz de andar no topo da Premier League. Contudo, o maior feito do treinador argentino foi a chegada à final da Liga dos Campeões, na última época.
Os Spurs, talvez a “poupar” para pagar as despesas do estádio, não entraram em loucuras nos últimos mercados de transferências. Esta época, o cenário mudou. O emblema londrino já gastou 71 milhões euros e bateu o recorde de transferência pago por um jogador. Tanguy N’Dombélé custou 60 milhões e era um desejo expresso de Pochettino.
Porém, os adeptos do Tottenham estão a sonhar com outro jogador. Segundo a comunicação social inglesa e italiana, a Juventus recebeu uma proposta por Paulo Dybala, no valor de 90 milhões de euros.
Será a peça que falta ao clube do norte de Londres?
Sim. Paulo Dybala é a peça que falta para o Tottenham subir um degrau. O internacional argentino possui qualidades inquestionáveis. No entanto, perdeu espaço na Juventus com a chegada de Cristiano Ronaldo. A porta de saída entreabriu-se e Pochettino pode estar à espreita. Com a qualidade ofensiva que os Spurs já possuem, o argentino conseguia acrescentar mais qualidade.
Uma frente de ataque com Harry Kane, Son Heung-min, Dele Ali, Eriksen e Dybala faz inveja às melhores equipas europeias. Porém, a operação Dybala é complicada. A Juventus não vai querer perder o jogador ao desbarato, mas não recusava um bom encaixe financeiro. A primeira proposta – 90 milhões – foi recusada. O mercado inflacionado pode implicar um investimento maior ao clube inglês. Para além do dinheiro da transferência, Dybala vai querer receber à altura dos melhores jogadores da Premier League. Uma operação que pode envolver uma quantia enorme de dinheiro, mas que pode acrescentar muita qualidade ao plantel.
Mauricio Pochettino ia ter um novo desafio pela frente: conjugar os jogadores todos no mesmo onze. Essa tarefa, até pode ser simplificada porque Christian Eriksen tem muito mercado. A transferência do dinamarquês até pode beneficiar a entrada de Dybala.
A saída do criativo abria espaço para entrar um jogador de renome e Dybala encaixava bem nesse papel porque, no futebol inglês e com médios de cobertura fortes, o argentino joga melhor quando tem mais liberdade nas suas ações. Se Eriksen não sair e Dybala entrar, os problemas para Pochettino podem ainda aumentar, mas eram boas dores de cabeça. Satisfazia os adeptos, assustava a concorrência e, ter estes craques todos na mesma equipa, era um sinal de força de um clube que já não ganha um trofeu há muitos anos.
O 11 e o que falta
Vamos por partes. Hugo Lloris é indiscutível e ainda possui capacidades inegáveis para continuar na baliza. À frente do francês, Jan Vertonghen, Toby Alderweireld, Davinson Sánchez e Juan Foyth são centrais fortes e dão muitas garantias. Contudo, são nas laterais que os problemas são mais urgentes. Kieran Trippier saiu para o Atlético. Danny Rose parece não entrar nas contas do treinador.
Por isso, o emblema londrino vai ter que ir ao mercado para colmatar essas brechas. No meio campo, Harry Winks, Dele Ali, Tanguy N’Dombélé, Moussa Sissoko, Christian Eriksen e Oliver Skipp são jogadores competentes e com muita qualidade. Na frente de ataque, e se juntarmos Dybala, Mauricio Pochettino tem muita matéria para trabalhar. Harry Kane, Son Heung-min, Lucas Moura Érik Lamela criam bastantes dificuldades às defesas contrárias. O treinador argentino disse que queria um homem para a frente. Tenho a certeza que Dybala era o homem que precisava.