A corda de Marco Silva no Everton pode estar a quebrar

Pedro SousaNovembro 30, 20195min0

A corda de Marco Silva no Everton pode estar a quebrar

Pedro SousaNovembro 30, 20195min0
São dias difíceis para Marco Silva em Inglaterra e a sua permanência no Everton pode estar em causa. Descobre o porquê aqui!

Pedro Sousa é autor do projeto Bola na Relva e colaborador do Fair Play!


Marco Silva está a viver dias complicados em Goodison Park. Em 16º lugar da Premier League, após 13 jogos, o Everton está apenas com mais quatro pontos que o 18º lugar (primeiro lugar de despromoção). Os maus resultados já levaram ao descontentamento dos adeptos no último jogo em casa (derrota por 0-2 frente ao Norwich). Ouviram-se cânticos contra o treinador e os tradicionais pedidos de demissão.

A juntar aos resultados inconstantes, o Everton não está a jogar bem. O investimento no verão foi forte e essa é uma das principais razões pelos protestos contra o técnico português. Ao todo foram cerca de 120 milhões de euros (dados do transfermarkt). É a segunda temporada de Marco Silva à frente dos toffees e os aficionados do clube de Liverpool esperavam melhores resultados.

A crise do meio campo e a saída de Idrissa Gueye

O treinador que já passou pelo Sporting CP, Estoril de Praia e Olympiakos pode queixar-se um pouco da falta de sorte, em lesões diz respeito. Os indisponíveis são muitos e a crise de lesões afeta o setor, talvez, mais crucial de uma equipa: o meio campo. Nesta altura, são cinco jogadores que estão a contas com lesões. André Gomes, Jean-Philippe Gbamin, Fabian Delph, Bernard e Seamus Coleman estão foras das contas de Marcos Silva.

Se olharmos para as posições dos atletas, vemos que três são médios e, talvez, titulares deste Everton. André Gomes estava a viver um bom momento de forma – foi, inclusive, chamado à seleção nacional por Fernando Santos -, mas lesionou-se com gravidade na partida frente ao Tottenham. Fabian Delph foi uma aposta de Marco Silva para reforçar o elenco. O jogador cresceu para patamares elevados, devido à influência de Guardiola, mas pretendia mais tempo de jogo. Marco Silva abriu-lhe as portas do Everton.

(Foto: The Runner)

Depois, está lesionado, o reforço que o técnico de 42 anos mais pretendia: Jean-Philippe Gbamin. O ex-jogador do Mainz foi adquirido para colmatar a saída de Idrissa Gueye. Contudo, já não participa num jogo do Everton desde da vitória frente ao Watford, na 2ª jornada da Premier League. As previsões, segundo o site do clube inglês, é que regresse apenas em janeiro. Foi uma contratação importante e Marco Silva depositava bastantes esperanças no jogador para atuar no lugar do, agora, jogador do PSG, Gueye.

A saída do senegalês criou um “fosso” no meio campo do emblema inglês. O timoneiro português tentou impedir, ao máximo, a saída do, talvez, jogador mais importante da equipa, mas as intenções foram goradas pela vontade o atleta. A substituição falhou e, em muitos jogos, sentiu-se a falta de um jogador como Idrissa: capaz de correr quilómetros e forte no desarme e condução de bola.

Os reforços que falharam e a não afirmação de outros

É certo que o Everton gastou imenso no último mercado de transferências. Contudo, nem todos os reforços foram apostas certeiras. Já falei do caso de Jean-Philippe Gbamin, mas há mais. Alex Iwobi, Moise Kean e Djibril Sidibé foram “tiros” ao lado do técnico e direção. Kean, avançado que tinha dado nas vistas na Juventus, não está adaptado ao futebol inglês, nem à vida em Inglaterra.

O pai, aliás, já veio pedir ao filho para que se mude, o quanto antes, de novo para Itália. Já Iwobi, extremo adquirido ao Arsenal, esperava-se que desse o salto de qualidade e explodisse em Liverpool. Apenas dois golos em 14 jogos oficiais. Depois há o caso de Sidibé. O defesa direito está emprestado pelo Mónaco e, até agora, só fez 8 jogos no clube inglês. Muito pouco para quem já foi considerado um dos melhores jogadores, da sua posição, a jogar na europa.

Se estes reforços falharam, até ao momento, também existem jogadores que, já estavam a época passada no Everton, estão a realizar uma época abaixo das capacidades. São eles Bernard, Richarlison, Gylfi Sigurdsson e Theo Walcott. Os dois jogadores brasileiros, esta temporada, ainda não encontraram o seu momento de forma ideal. Richarlison só fez apenas 3 golos na Premier League e esperava-se que esta época atingisse o potencial máximo. Bernard está a contas com uma lesão, mas neste segundo ano em Inglaterra exigia-se mais do extremo.

(Foto: Transfermarkt)

Theo Walcott anda sempre com problemas físicos e esta época não é exceção. Por fim, Gylfi Sigurdsson. O médio organizar islandês está a ter a pior época com o símbolo do Everton ao peito. São apenas dois golos na Premier League e passa ao lado dos jogos em muitas ocasiões. Também se pedia mais e ele já mostrou que vale muito mais do que tem mostrado esta temporada.

Esta conjuntura toda, leva Marco Silva a estar cada vez mais em perigo. O diretor desportivo veio, esta sexta-feira, dar um voto de confiança no trabalho do português, mas no ar paira o nome de outro português para comandar os toffees: Jorge Jesus.


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