Sporting CP e os contratos a expirar em 2026: ponto de situação

Todos os clubes que contam com uma estrutura profissional já se encontram a preparar o mercado de transferências do próximo verão. Bruno Lage, treinador do Benfica, referiu precisamente isto há uns dias atrás, admitindo que o seu trabalho está unicamente concentrado nos próximos jogos da formação da Luz, mas que existem membros, como Rui Pedro Braz ou o próprio Rui Costa, que trabalham nas sombras e no futuro da instituição. Este cenário não varia assim tanto de equipa para equipa. Os dirigentes sabem que existem vários jogadores vão sair e que outros terão que entrar para ocupar os seus lugares, ou dotar o plantel de uma maior profundidade e opções de qualidade.

O Sporting não foge à regra. O mercado de janeiro ficou aquém das expetativas, com Hugo Viana evidentemente mais concentrado no Manchester City. Rui Borges recebeu Rui Silva para a baliza, que tem sido uma mais valia, mas tudo o resto foi ‘fraquinho’. Frederico Varandas, agora acompanhado de Bernardo Palmeiro e Flávio Costa, quer certamente que os leões façam melhor, tendo em conta as possíveis saídas na próxima janela de transferências (nomeadamente a de Viktor Gyokeres, que vai deixar Alvalade por uma verba algo inferior aos 100 milhões de euros da cláusula de rescisão). Um dos capítulos a ser analisado pelo lado verde e branco da Segunda Circular são os nomes de jogadores que terminam contrato em 2026. Na teoria ainda têm vínculo por uma temporada. Na prática, se não forem vendidos (ou renovarem o contrato) terão que ser vendidos entre julho e agosto, de maneira a existir algum rendimento financeiro com as suas saídas.

Novo capitão?! 👀

Com a saída de Hjulmand à vista, Varandas quer oferecer a braçadeira de capitão ao extremo, como trunfo para a renovação de contrato do jogador, que termina o vínculo com os leões em 2027 🦁

O que achas de Francisco Trincão como capitão do Sporting? 👇 pic.twitter.com/8NSkOkfzsH

— Leonino (@leoninopt) March 18, 2025

Existem cinco nomes nesta situação no Sporting (descontando Eduardo Felícissimo, que seguramente vai seguir na equipa, já que está a contar com oportunidades): Francisco Trincão, Jeremiah St. Juste, Hidemasa Morita, Ricardo Esgaio e Matheus Reis. Este lote conta com atletas importantes e influentes na maneira de jogar de Rui Borges, com um certo peso no balneário. O único caso que não preocupa é do único extremo desta lista. Francisco Trincão está em negociações para continuar por Alvalade e aparenta ser um caso simples de resolver. Manterá o seu estatuto de indiscutível e ganhará peso no balneário. Já em relação aos outros, acredito que a melhor opção seria a venda.

Hidemasa Morita está ao nível de Francisco Trincão, mas já assumiu que quer rumar a uma nova aventura e o melhor nestes casos é satisfazer o pedido do jogador. O nipónico é o segundo melhor médio do plantel (o primeiro é Morten Hjulmand) e poderá rechear os cofres de Alvalade. Conta com um valor de mercado de 15 milhões de euros. Aos 29 anos, sabe que esta será a sua última oportunidade de jogar numa das Big 5. O Sporting conta com João Simões para a posição, mas terá obrigatoriamente que atacar o mercado (já o devia ter feito inclusivamente no último verão) para dar concorrência ao jovem português. Daniel Bragança tem uma qualidade acima da média, mas é fisicamente instável e aparenta estar condenado a ser fustigado por lesões.

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Morita pode estar de saída do Sporting (Em atualização) pic.twitter.com/iCFmHvg8L9

— Universo Sporting (@Universo_scp) July 26, 2024

Se a saída de Hidemasa Morita prende-se pela vontade do jogador, as restantes estão longe disso. Ricardo Esgaio é o exemplo mais simples de ser explicado. Embora seja um elemento importante no balneário, o que faz dentro das quatro linhas é curto e não tem qualidade suficiente para jogar no Sporting. Já esteve próximo da saída em janeiro, para a Turquia, mas acabou por ficar, já que a estrutura não foi capaz de trazer um novo lateral direito para o plantel. O luso passou a ser assim a sombra de Iván Fresneda, com capacidade de jogar também a central num 3x4x3. Seguramente sairá por uma verba simbólica.

Jeremiah St. Juste também está a cumprir os seus últimos meses de leão ao peito. O defesa neerlandês é um dos mais bem pagos do plantel e a sua utilização tem sido curta, dadas as suas lesões desde a sua chegada a Alvalade, em 2022. Com capacidade de ser o melhor central da Primeira Liga, nunca conseguiu provar o seu valor durante um largo período de tempo, embora se verificasse a sua qualidade. O jogador somente abandonará o Sporting devido às questões físicas, que não são compatíveis com um salário principesco. Caso o seu estatuto neste aspeto fosse inferior, poderia manter-se no plantel, se aceitasse uma redução drástica no seu vencimento, algo que não parece que vai acontecer. Eduardo Quaresma está à sua frente na lista de opções e existem jovens que poderão vir a ocupar o seu lugar, além da presença de Zeno Debast, que deverá regressar à sua posição de origem a partir de 2025/26.

Jeremiah St. Juste vai deixar o Sporting CP no final da época, avança @abolapt.

O central de 28 anos está apto para o que resta da temporada, encontros que serão os de despedida do neerlandês que chegou a Alvalade no verão de 2022.

Foram 11 períodos de paragem, na casa dos 400… pic.twitter.com/KnZtJ9h3Mc

— Sporting CP Adeptos 🏆 (@Sporting_CPAdep) March 21, 2025

Será complicado encontrar um clube que faça uma boa proposta por Jeremiah St. Juste, dado o seu estado clínico. O Sporting gastou 10 milhões de euros para garantir a sua contratação, um desejo de Ruben Amorim, mas é praticamente impossível reaver o investimento realizado. Ainda assim, uma saída por uma verba curta estará fora de questão.

Matheus Reis é o último nome desta lista. O lateral que a pouco e pouco se transformou num central pelo lado esquerdo, começou por ser visto como o patinho feio, mas acabou por cair nas graças dos adeptos. O brasileiro está longe de qualidade de Jeremiah St. Juste, por exemplo, mas é esforçado e tem raça, além de ser um dos capitães de equipa. Ainda assim, conta com algumas ‘paragens cerebrais’ que lhe ficam mal na fotografia. Seria uma venda a considerar, caso chegasse uma boa oferta. Se a vontade de Matheus Reis for manter-se em Alvalade, uma oferta de renovação não seria algo descabido, mas caso o Sporting queira aumentar a qualidade do seu plantel, não faz grande sentido. O jogador já é curto, pois não tem o nível para atuar na Champions League, competição em que os leões querem marcar presença anualmente, além de lutarem por todos os títulos ao nível interno.

O Sporting estará certamente a tratar destes dossiers, tendo em conta as movimentações a realizar no próximo mercado de transferências. Está aqui um leque que pode render algum dinheiro ao clube, sem que afete assim tanto a qualidade do plantel (exceto no caso de Hidemasa Morita). Frederico Varandas terá a última palavra, mas um cenário distinto do apresentado, é difícil de imaginar.