Ruben Amorim: Será este o fim ao leme do Sporting?
Ruben Amorim assumiu em plena conferência de imprensa que abandonará o comando técnico do Sporting caso a equipa não vença troféus esta temporada. As declarações do técnico surgem depois da eliminação da Taça da Liga e numa altura em que o Sporting está na luta por duas provas (campeonato e taça) e presente na Liga Europa (embora sabendo que as probabilidades são bem mais diminuídas). Mas qual foi a intenção de Amorim com estas declarações?
Em primeiro lugar Amorim pretende aumentar a exigência dos adeptos do Sporting, entendendo que não é admissível 2 anos consecutivos sem qualquer troféu, e segundo passar a mensagem para dentro do grupo de trabalho de que está na altura de assumir a pressão do momento.
Se no ano do título, Ruben Amorim foi sempre o primeiro a “sacudir” a pressão dos seus jogadores, focando apenas no próximo jogo e desviando as atenções do título, este ano Ruben Amorim pretende que os jogadores subam um degrau e lutem com este “peso nas costas”. A equipa do Sporting está em primeiro na liga e em boas condições de avançar para as meias-finais da Taça de Portugal e Amorim puxa a si a responsabilidade do bom momento e exige a continuação do mesmo.
Mas como reagirá o clube à possível perda de Amorim depois de se verificar o crescimento do mesmo ao leme dele? O clube andou á deriva e foi Amorim quem levou a bom porto: A política de contratações mudou, a forma de vender também e a exigência subiu.
Com uma equipa claramente feita à imagem do seu treinador é claramente um problema deixar o plantel à mercê de outro técnico, desde logo pela possível mexida tática (Sporting tem centrais a mais para uma tática de 2 centrais), tem laterais que são mais alas do que laterais, tem já os jovens talentos que gosta identificados, tudo fatores que podem mudar com uma nova visão. Isto obrigaria a um caótico mercado de venda de excedentários e compra para posições carenciadas, a uma visão diferente do mercado e a acima de tudo, a correr o risco de falhar no novo técnico e com isso hipotecar a chegada à Champions.
Com a nova mudança dos prémios monetários e com a queda no ranking, alcançar o segundo lugar na liga ganhou contornos de obrigação para Porto e Sporting, que ficando fora tem uma quebra brutal nas suas fontes de receitas enquanto veêm os encarnados a consolidar a sua capacidade, com a agravante do Porto já saber que irá receber 50M do Mundial de Clubes, o que põem o Sporting numa posição ainda mais frágil.
Posto isto e tendo em conta a história recente do Sporting não seria para mim motivo de fim de linha uma época em que Amorim conseguisse aceder à Champions mesmo não conquistando títulos. No entanto, não é menos verdade que conhecendo as posições no final de Janeiro seria uma tremenda desilusão e um duro “golpe no estômago” sair sem qualquer troféu desta temporada, nomeadamente o de campeão nacional, principalmente pela qualidade exibicional da equipa.
Sendo assim percebo a posição de Ruben Amorim, mesmo percebendo que pela estrutura o técnico continuaria ao leme da equipa, está dada a palavra aos jogadores que quererão fazer tudo para ser campeões e com isso segurar o técnico por mais tempo.