Apoio nas vitórias, mas não nas derrotas…

José Nuno QueirósFevereiro 20, 20234min0

Apoio nas vitórias, mas não nas derrotas…

José Nuno QueirósFevereiro 20, 20234min0
As claques leoninas decidiram parar de apoiar o clube e o impacto nota-se nos jogadores. Pote criticou e o tema voltou à ordem do dia.

A época do Sporting não está a ser famosa e as razões para o insucesso da turma de Alvalade são várias, mas uma delas foi muito badalada esta semana. A falta de apoio dos adeptos do Sporting, nomeadamente das claques, foi muito criticada por Pedro Gonçalves depois do empate frente ao Midtjylland e é algo que tem sido uma constante ao longo desta época.

As claques do Sporting, com especial foco na maior claque leonina, a Juventude Leonina, não concordam com a democrática eleição da presidência de Frederico Varandas, por duas vezes, e decidiram abrir uma guerra aberta ao presidente e trouxeram a mesma para os Estádios e Pavilhões.

A bancada sul de Alvalade é uma autêntica clareira criada por aquelas que se dizem diferentes e presentes nos bons e maus momentos do clube, mas bastou que se tivessem retirado vários dos benefícios que possuíam com outros presidentes, para que aquelas que amam incondicionalmente o clube tenham abdicado de apoiar a equipa. Neste momento a equipa em campo é brindada com uma banda sonora de assobios ou com o já famoso canto dirigido ao presidente leonino, duas atitudes que, por mais esforço que faça, não consigo compreender como ajudam o clube a vencer dentro do terreno de jogo.

É um facto que a equipa está num mau momento de forma e que custa ver muitas vezes uma qualidade exibicional tão baixa em campo, mas é precisamente nesses momentos que quem está em campo tem que apoiar mais do que nunca, deixando os assobios para depois do apito final. Nunca assobiei ninguém no estádio porque, simplesmente, não consigo perceber de que modo essa atitude se traduz numa melhoria dos resultados do clube.

Convém de uma vez por todas que quem ama de verdade este clube use esse amor para apoiar e deixe-se de desculpas da qualidade da equipa ou da pessoa que está na presidência. Não é por culpa da direção que falta apoio. Não apoiar a equipa porque é o presidente X ou Y no comando significa que não apoiam a equipa mas sim o presidente que gostam. Não se pode dizer que somos adeptos diferentes se só vamos ao estádio para apoiar nas vitórias e quando se joga bem. Não se praticam preços tão diferentes dos rivais para que o valor do bilhete seja um problema exclusivo do Sporting (é sim um problema nacional).

Chega de desculpas para justificar o injustificável, que é o ódio que as claques tem para o presidente por lhes ter pedido para apoiar o Sporting sem receberem nada em troca e a revolta interior que sentem por a democracia não bater certo com o candidato que defendiam.

Pote falou e disse muito bem aquilo que vai na alma dos jogadores e do balneário, que estão isolados depois de terem sido a base do Sporting mais bem sucedido do milénio. Que lutam sozinhos contra os adversários que entram em campo com o público do lado deles, independentemente do lugar que ocupam ou da qualidade do seu jogo. Que quando pedem um apoio extra recebem assobios e que quando precisam de uma música de apoio, olham e os poucos adeptos estão de costas para o jogo, virados para a tribuna a insultar o presidente.

Lembrem-se sempre que são os adeptos que puxam pela equipa e não a equipa que tem que puxar pelos adeptos. Desta forma até dão razão aos nossos adversários quando diziam que “só foram campeões pela falta de público”. É revoltante pagar muito pela gamebox ou pelo bilhete e ver um empate ou derrota, é frustrante ver um jogo menos conseguido, mas é um sacrifício que fazemos por um clube que amamos e isso devia sempre sobrepor-se a tudo, se não serve para apoiar, ao menos que não assobiem ou insultem.

A imagem das últimas épocas. Bancadas vazias e indiretas à direção. (Fonte: Record)

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