O Fim do Chutão para a Frente Portista?
O final de época azul e branco foi penoso e incrivelmente doloroso. À falta de títulos conquistados, associou-se um fio de jogo deprimente, previsível e fundamentalmente físico dos portistas.
A final da Taça de Portugal perdida frente ao Sporting CP marca provavelmente o fim de um ciclo, o término do chutão para a frente (e fé no Marega).
No grupo de 15 jogadores portistas que tiveram minutos no Jamor, 8 deles estão na porta de saída: Éder Militão, Felipe, Alex Telles, Héctor Herrera, Yacine Brahimi, Moussa Marega, Hernâni e Ádrian López. Deste grupo de elementos, 4 jogadores são essenciais e ativos defensores do atual fio condutor azul e branco.
Felipe é um defesa medíocre com a bola nos pés e, face à sua incapacidade de sair a jogar com a bola controlada, privilegia demasiadas vezes o passe direto para os seus avançados, contudo, sem grande sucesso dado o número de passes estapafúrdios. Já Alex Telles assumiu-se como um executante de bolas paradas por excelência, no entanto, sempre que a equipa está com dificuldades na criação de jogo ofensivo, o lateral brasileiro não ajuda e insiste em “despejar” bolas para a área adversária que, invariavelmente, não dá bom resultado. Quanto ao capitão Héctor Herrera, apesar da sua enorme capacidade física e de pressão, o mexicano é um elemento com fraquíssimos recursos técnicos o que impede a casa das máquinas portistas de ligar competentemente o seu jogo ofensivo e de completar com sucesso inúmeras transições defesa-ataque. Por fim, Moussa Marega. O maliano é um portento físico nos relvados portugueses capaz de fazer “tremer” os adversários mais lentos ou “pesados”, contudo, as virtudes de Marega parecem fazer despontar os defeitos dos seus colegas: Felipe insiste no passe longo, Alex Telles bombeia bolas para as áreas adversárias e Herrera deposita esperanças na profundidade. Tudo somado, o chutão para a frente parece ter tomado conta da filosofia de jogo azul e branca.
Os muitos milhões de euros que irão entrar nos cofres portistas permitem encarar com algum otimismo o mercado de transferências, porém, tudo dependerá da forma como o FC Porto irá reforçar-se e de como Sérgio Conceição irá potenciar os elementos à sua disposição.
A temporada 2018/2019 encerra com somente um troféu conquistado, a Supertaça Cândido de Oliveira. Apesar das 2 finais disputadas (Taça da Liga e Taça de Portugal) e da luta até ao fim no campeonato nacional, a presente temporada dificilmente será recordada pelos melhores motivos. Os portistas anseiam desesperadamente por uma revolução no futebol azul e branco, assim, a silly season de 2019/2020 será determinante para definir o rumo dos próximos 4 anos do FC Porto.