O favoritismo e os desafios que ele acarreta para Portugal
O apuramento da Seleção Feminina para o Europeu de 2025, que se vai realizar na Suíça, já iniciou, e a seleção nacional não podia ter começado melhor. Duas vitórias nos dois primeiros jogos da fase de grupos, frente às seleções da Bósnia e Herzegovina e Malta. Relegado para a segunda divisão da Liga das Nações, a tarefa de Portugal para estar no próximo Campeonato da Europa é na teoria difícil, mas para já ainda é prematuro pensar em fazer essas contas, já que anda há quatro jogos para disputar, e só a vitória e o pleno de pontos interessam. Neste momento, o saldo são duas vitórias em tantos jogos: o jogo com a Bósnia e Herzegovina marcou o pontapé de saída da equipa lusa na Liga das Nações, com uma vitória por 3-0 com golos de Carole Costa; Diana Silva, e um autogolo adversário; já o segundo jogo com a Malta ficou-se num aquém 2-0, com golos de Ana Capeta e Carole Costa, este último de grande penalidade.
A eliminação da Liga A, e consequente descida à Liga B, foi uma desilusão para quem segue este equipa. A qualidade é imensa e cada vez maior e mais diversa, e como tal, nos jogos com a Áustria ficou um amargo de boca e a sensação de que Portugal não conseguiu ser a sua melhor versão. Apesar desse contratempo, a Liga B pode e deve servir para Portugal reafirmar a sua posição; demonstrar em campo que quer continuar a subir degraus e voltar a estar entre a elite; assumir o favoritismo e praticar em campo um futebol condizente do seu estatuto de favorito.
Pela primeira vez, numa competição oficial, a seleção nacional parte como favorita no grupo; e por isso conquistar os 18 pontos, ou seja, realizar um pleno de pontos com seis vitórias e assumir o seu estatuto de favorito tem de ser o objetivo principal. A humildade deve manter-se, mas consciente que somos melhores e que devemos demonstrá-lo em campo. A qualidade da equipa das quinas é inegável, as jogadoras jovens desta seleção vieram subir o nível e a basta olhar para a época da Andreia Jacinto na Real Sociedad, onde se assume como uma das protagonistas da equipa, para ver isso.
Se Kika Nazareth é a líder dessa geração, Andreia Jacinto, Lúcia Alves e Telma Encarnação estão prontas para a seguir. Joana Martins e Andreia Faria são outros dois nomes que têm menos reconhecimento, mas que têm vindo a realizar uma excelente época com Sporting e Benfica, respetivamente e que também prometem vir a entrar nas contas do meio campo da seleção.
Nesta competição onde a seleção é clara favorita, Francisco Neto para além de afinar as táticas e as estratégias da equipa devia procurar dar algum espaço para jogadoras com menos tempo de jogo terem a sua oportunidade; para além da Andreia Faria e da Joana Martins, gostaria de ver jogadoras como a Nádia Gomes, a Ana Rute, Ana Dias ou Beatriz Fonseca a ter algumas oportunidades. Aproveitar a fragilidade dos adversários para dar espaço a outras jogadoras de se poderem demonstrar, ter minutos e provar que também são uma opção válida. Ao nível tático, e após estes dois primeiros jogos ficou claro que a finalização continua a ser um problema, nestes dois jogos Portugal marcou apenas 5 golos: dois de bola parada, um autogolo e só dois em jogo corrido, muito pouco para o que a seleção tem produzido jogo após jogo. Intensidade e assertividade na finalização são dois dos pilares do jogo que têm faltado à seleção das quinas, e que Francisco Neto precisa de trabalhar nestes quatro jogos que falta. A qualidade está cá, e o selecionador só precisa de encontrar a melhor fórmula para a conseguir explorar.
𝟮/𝟭𝟬 𝗘𝗦𝗧𝗔́ 𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 🙅♀️ De Malta chega novo triunfo das #Navegadoras e um 𝗣ortugal 𝗢n 𝗩iew! 🧳🤩
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— Portugal (@selecaoportugal) April 12, 2024