Laterais para todos os gostos nos dois rivais lisboetas
Nesta nova época, há uma característica que salta à vista nos planteis de Sporting e Benfica, que é a grande quantidade de laterais que possuem no seu plantel e a frequência com que efetuam mexidas nas suas alas durante as partidas. Isto leva a querer que há uma importância maior atribuída a esta posição tipicamente defensiva e que entra numa fase de rotação ao nível dos médios e avançados.
Obviamente que estas posições tem características bem diferentes do habitual fruto da tática utilizada pelos rivais lisboetas, o 3x4x3 ou 3x5x2 que obrigam os laterais a fazerem o corredor todo, causando-lhes um desgaste brutal em épocas cada vez mais desgastantes e preenchidas.
No Sporting a prioridade de mercado foi mesmo reforçar as duas alas com as chegadas de Ricardo Esgaio, Gonçalo Esteves e Rúben Vinagre a antecederem todas as restantes contratações, notando-se logo aqui a preocupação de Rúben Amorim em contar com bastantes laterais para ambos os corredores.
Para já podemos dizer que se trata de uma aposta ganha, uma vez que Esgaio e Vinagre já levam 3 assistências na Liga (50% da equipa) e já permitem uma rotação completamente diferente da que era oferecida por João Pereira e Vitorino Antunes, dois laterias com muita experiência, mas com muitas dificuldades para atuarem na intensidade pretendida.
No jogo com o B SAD, foram ainda utilizados Nuno Mendes e Pedro Porro, os dois titulares da época passada que foram relegados para o banco por questões físicas, mas que demonstram aos adeptos e a Rúben Amorim que pode contar com os 4 laterais para todos os jogos sem que a qualidade coletiva seja comprometida, algo que irá permitir gerir melhor o esforço, nomeadamente, quando começar a participação na UEFA Champions League.
OK. O Esgaio "cumpre". Mas podemos voltar ao melhor lateral da Liga? ? pic.twitter.com/6iHHnUStyQ
— Sporting Tático (@sporting_tatico) August 24, 2021
No caso dos encarnados, há claramente uma filosofia idêntica com Jorge Jesus a ter recebido Gil Dias primeiro que todos os outros reforços para fazer concorrência ativa a Grimaldo e para se juntar ao trio do outro corredor (André Almeida; Diogo Gonçalves e Gilberto).
Numa altura em que a equipa já está envolvida em duas provas em simultâneo, já é possível verificar a rotação das alas, com os laterais Grimaldo e Diogo a jogarem qualificação e playoffs da UEFA Champions League, ao passo que Gilberto e Gil Dias tem sido a opção na liga.
Tal como Rúben Amorim, também Jorge Jesus tem utilizado duas das suas alterações para refrescar as laterais, sendo exemplo disso a partida em Barcelos, frente ao Gil Vicente, onde Gil Dias deu lugar a Grimaldo e Gilberto deu a André Almeida.
O Benfica prepara assim cada vez mais o seu novo modelo de jogo, procurando ter jogadores com novas características, mas que acima de tudo possam manter a intensidade nas alas sempre no nível máximo.
Com a moda dos 3 centrais a pegar em Portugal podemos começar a ver mais laterais a surgirem, e pelo olhar dos treinadores são uma das peças mais importantes do sistema e na qual é obrigatório ter soluções de elevadíssima qualidade.