UEFA Women’s Champions League 23′: a campanha do SL Benfica

Margarida BartolomeuNovembro 19, 20234min0

UEFA Women’s Champions League 23′: a campanha do SL Benfica

Margarida BartolomeuNovembro 19, 20234min0
O SL Benfica é a única portuguesa na UEFA Women's Champions League e Margarida Bartolomeu diz-nos como está a ser a campanha das encarnadas

Na presente semana teve início mais uma fase de grupos da UEFA Women’s Champions League, onde podemos contar com a presença, mais uma vez, de uma equipa portuguesa – o SL Benfica. As campeãs nacionais em título encontram-se inseridas no grupo A, juntamente com FC Barcelona, 1. FFC Frankfurt e FC Rosengard. Se este é um grupo que, à partida, será dominado pela equipa do FC Barcelona, a verdade é que a equipa encarnada tem aqui uma oportunidade de ouro para se qualificar para a próxima fase da competição, através da conquista do segundo lugar do grupo. Certo é que esta não será uma missão que se avizinha fácil, mas não é uma missão hercúlea.

Na época 2022/2023, as encarnadas assinaram exibições de grande qualidade, conquistando 6 pontos num grupo, à primeira vista, mais competitivo do que aquele em que atualmente se inserem. Esses 6 pontos foram conquistados contra a equipa do FC Rosengard que, tal como o FC Barcelona, também faziam parte do grupo da equipa lusa, à semelhança do que acontece na presente temporada. Por outro lado, voltam a ter de defrontar uma equipa alemã – o 1. FFC Frankfurt que, não sendo poderosa como o FC Bayern München, é sempre uma equipa aguerrida, fisicamente agressiva e muito competitiva.

O início da campanha do SL Benfica não foi risonho, em termos de resultado – jogo em Barcelona, e derrota por 5 bolas sem resposta. Mas desengane-se quem possa pensar que este jogo foi um autêntico massacre. Muito pelo contrário. As encarnadas assinaram uma exibição cheia de personalidade contra as atuais campeãs europeias em título, podendo, inclusive, ter sido as primeiras a adiantar-se no marcador, após Kika Nazareth lançar Jéssica Silva na velocidade, que no 1×1 com a guarda-redes adversária, hesita no remate e permite o corte da defesa do Barcelona.

Até ao primeiro golo da equipa catalã, o Benfica foi sempre capaz de fechar espaços e impedir a criação de perigo por parte das adversárias, através de uma estratégia de marcação direta “mulher a mulher”, que não dava tempo e espaço a qualquer jogadora. No entanto, após o primeiro golo, resultante de um rasgo individual de Caroline Graham Hansen, a equipa encarnada foi sentindo mais dificuldades em acompanhar o crescimento de ritmo da equipa catalã, e começou a quebrar. A resistência da equipa lusa durou cerca de 20’, e daí para a frente, o jogo foi dominado pelo FC Barcelona. Derrota no primeiro jogo da fase de grupos, mas fica a certeza de que este Benfica está pronto para enfrentar qualquer equipa do grupo, olhos nos olhos.

Este desempenho “sem medo”, e competente, é um claro reflexo daquilo que tem sido a evolução do futebol jogado por meninas e mulheres em Portugal nos últimos 4/5 anos, e do potencial de crescimento que ainda existe, e que deve ser promovido por todos os intervenientes, não só pelos clubes e Federação, mas por todos aqueles que acompanham o futebol feminino, desde o “mero” adepto, ao presidente da Federação.

Mais uma UEFA Women’s Champions League, mais uma oportunidade de crescimento para a equipa do SL Benfica, que tem claras e fundamentadas aspirações de conquistar o apuramento para a próxima fase. Estaremos cá, todos os portugueses, a torcer pelo seu sucesso, que apenas beneficiará o contínuo crescimento do futebol feminino português. Certo, e dado praticamente adquirido, é que no momento em que sejam proporcionadas iguais condições às nossas atletas (e não falo apenas de condições a nível das equipas séniores, mas principalmente das equipas de formação), o crescimento das mesmas será exponencial, refletindo-se na competitividade do campeonato nacional, na sua capacidade para aliciar as melhores jogadoras e treinadores/as. A seleção nacional beneficiará deste incremento de qualidade, e começaremos a vivenciar uma nova época do futebol feminino nacional.


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