Rescaldo Final à Liga BPI

João NegreiraJunho 25, 20214min0

Rescaldo Final à Liga BPI

João NegreiraJunho 25, 20214min0
A Liga BPI terminou no dia 23 de maio e após várias descidas e a consagração de um novo campeão, é altura de fazer um rescaldo da época.

A Liga BPI 2020/2021 sofreu alterações devido à pandemia. Com a paragem dos campeonatos em março de 2020, não foi consagrado campeão e não foram aprovadas as equipas que desciam à II Divisão Nacional, nem as equipas promovidas. Assim, a Federação Portuguesa de Futebol decidiu reformular os quadros competitivos do futebol feminino para 20/21, onde promoveu 8 equipas do 2º escalão e aumentou a Liga BPI para 20 equipas, não concretizando quaisquer descidas. A 2ª fase foi dividas em Apuramento de Campeão, onde foram apuradas as 4 primeiras equipas da Série Norte e as 4 primeiras da Série Sul, sendo que as outras iriam disputar a fase de Manutenção e Descida.

Como já tínhamos vaticinado, a luta pelo título acabou por ser entre Benfica e Sporting, já que Braga e Famalicão foram perdendo alguns pontos pelo caminho. Na luta pela manutenção, tanto o A-dos-Francos como o Fiães tiveram sempre dificuldades e cedo se demonstraram ser o elo mais fraco. Vamos analisar as classificações finais ao pormenor.

Apuramento de Campeão

Na luta pelo título de campeão nacional, tivemos desde o início da época, a certeza de que a luta iria ser a 4. São equipas diferenciadas, com estruturas e com soluções muito melhores que todas as outras. Tanto as equipas, como as condições ainda fazem a diferença e Benfica, Sporting, Braga e Famalicão foram as equipas capazes de oferecer isso mesmo. Por isso, eram as equipas candidatas ao título, havendo ainda alguma distância para todas as outras equipas.

Dentro das outras equipas apuradas encontravam-se: Marítimo, Torreense, Albergaria e Condeixa. Estas 4 equipas eram claramente outsiders e garantiram em janeiro o seu objetivo da época: garantir a manutenção. Numa 1ª fase muito renhida (a norte, na última jornada estavam 5 equipas a lutar pelo 3º e 4º lugar; e a sul o Torreense e o Estoril lutaram até ao último segundo) estas equipas asseguraram um passaporte que lhes permitiu ter uma 2ª metade de época muito mais descansada.

Pelo caminho, águias, leoas, arsenalistas e famalicenses iam dominando (e atropelando) as várias adversárias. Porém, foi a equipa de Torres Vedras a colocar fim à superioridade massiva destas 4 equipas ao vencer o Braga por 3-2 e o Famalicão por 2-0. Aproveitando maus momentos de ambas as equipas a equipa fez história ao ser a primeira equipa não-profissional a derrotar uma equipa profissional.

Estes maus resultados abriram o caminho do título para Sporting e Benfica. As verde e brancas estiveram na frente do campeonato até à penúltima jornada, onde perderam com o Braga. Assim foram para a decisiva e última jornada frente às encarnadas em desvantagem. Na 14º jornada da fase de apuramento de campeão da Liga BPI, em Alvalade, o Benfica de Filipa Patão venceu o Sporting de Susana Cova por 3 bolas a 0 e sagrou-se campeão nacional feminino pela primeira vez na sua história.

Manutenção e Descida

No que diz respeito à manutenção e descida, Amora, Ouriense, Estoril Praia, Damaiense, Futebol Benfica e A-dos-Francos formaram o grupo a sul, e Valadares Gaia, Boavista, Gil Vicente, Ovarense, Cadima e Fiães formaram o grupo a norte.

Desde cedo que as amorenses e as gaienses se destacaram nas suas séries conseguindo atingir a manutenção até bastante cedo. No reverso da medalha, Fiães e A-dos-Francos também se destacaram nos seus grupos mas pela negativa, atingindo a despromoção ainda com jogos por realizar.

No final o Boavista juntou-se ao Valadares Gaia e estas foram as 2 equipas que a norte asseguraram desde logo a manutenção. Por outro lado, com uma luta até ao final, o Ouriense também garantiu a manutenção juntando-se ao Amora.

No play-off de despromoção o Damaiense enfrentou o Gil Vicente e a Ovarense enfrentou o Estoril. Numa decisão a 2 mãos, foram as gilistas e as canarinhas a levar a melhor, eliminando a recém-promovida Damaiense e a histórica Ovarense.

Desceram diretamente à II Divisão Nacional o Fiães e o Cadima e também o A-dos-Francos e o histórico Fut. Benfica.

Quanto às subidas, a norte, o Vilaverdense levou a melhor sobre todas as equipas e consagrou-se campeão da zona norte. A sul, foi a equipa B do Sporting quem derrotou toda a concorrência, mas como não pode subir de escalão é a equipa do Atlético CP quem é promovida.

Assim, das 20 equipas presentes na Liga BPI em 2020/2021 desceram 6 e subiram 2, o que significa uma reorganização de um campeonato a 16 equipas em 2021/2022.

Fica o registo de novas equipas a aparecerem, de outras a aproximarem-se da diferença para as equipas profissionais, mas também do adeus dos grandes palcos de equipas históricas. Para o ano há mais!


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