Finalmente candidatos com carimbo da Liga NOS

Daniel CarvalhoOutubro 14, 20184min0

Finalmente candidatos com carimbo da Liga NOS

Daniel CarvalhoOutubro 14, 20184min0
Data de 13 de maio de 2018 foi um momento negro no currículo de Paços de Ferreira e Estoril Praia. Duas equipas sensação dos últimos anos na Primeira Liga deixaram a consecutividade de maus resultados abalar o seio do plantel e nem a qualidade individual foi suficiente para salvar “os amarelos”. O empate do Estoril no terreno do Feirense e a derrota do Paços na visita ao Portimonense ditaram a sentença. A partir daí tudo mudou

Histórico

Nada faria prever a relegação do Paços. Não contando com 3 grandes, SC Braga e Vitória SC, os castores foram a equipa com mais sucesso nas últimas 15 temporadas de Liga NOS. Finalista da Taça de Portugal em 2008/2009 frente ao FC Porto e finalista da Taça da Liga em 2010/2011 frente ao SL Benfica. Em 2012/2013, alcança um histórico terceiro lugar, o qual lhes valeu a oportunidade de defrontarem o Zenit na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, na temporada seguinte. Apesar do insucesso frente à formação russa do Zenit, a experiência da Liga Europa foi bastante mais positiva.  Em 2007/2008 e em 2009/2010, o Paços de Ferreira já tinha participado na segunda competição de clubes mais importante da Europa. Em suma:

-1 final da Taça Portugal

-1 final da Taça liga

-1 participação na Liga dos Campeões

-3 participações na Liga Europa

André Leão e Danny na estreia do Paços na Liga dos Campeões, temporada 13/14 (Foto: getty images)

Se nada faria prever a descida do Paços, a do Estoril Praia foi igualmente surpreendente. O futebol espetáculo do Estoril de Marco Silva ainda paira nas mentes dos amantes do futebol português. Um quinto e um quarto lugar nas temporadas de 2012/2013 e 2013/2014 (respetivamente) elevaram os canarinhos para um patamar diferente dos seus concorrentes diretos. Num espaço de 4 anos o cenário mudou por completo: as aspirações europeias deram lugar a uma descida de divisão.

As mudanças

Tanto Pacenses como Estorilenses tiveram de mudar o “chip”, tendo em conta as caraterísticas de uma e outra competição. Por um lado, se a Liga NOS é o principal palco do futebol português e o objetivo máximo é garantir a manutenção o mais rapidamente possível, por outro, a Ledman é vista como autêntica maratona futebolística, onde apenas qualidade não chega para alcançar o sucesso.

Mais jogos, maior desgaste, maior número de lesões e menos terrenos de jogo de qualidade são desafios encontrados pelas equipas recém-despromovidas. O não atendimento das caraterísticas das duas competições é talvez o principal culpado da falta de sucesso, nos últimos anos, das equipas relegadas para a Ledman Liga PRO.

Neste campo, Paços e Estoril fizeram o trabalho de casa e até agora tudo está a correr dentro das previsões.

O Paços de Ferreira, começou por contratar Vítor Oliveira, conhecido do futebol português pelo número impressionante de subidas à Primeira Liga. Com o talismã do seu lado, as coisas têm corrido de feição aos ‘castores’. Futebol simples e eficaz é a frase correta para descrever a versão 2018/2019 de Paços de Ferreira.

Com 5 vitórias em 6 jogos é a formação com mais vitórias na prova, sendo também a equipa com menos golos sofridos (apenas 2). Por outro lado, apesar de a estatística apontar para uma média de quase 3 golos por jogo, os Pacenses faturam apenas 9 tentos em 6 jogos, uma média pouco frequente para um primeiro classificado. Tudo isto conforme a análise já realizada culmina na análise já realizada: uma equipa que prefere a vitória em detrimento do futebol espetáculo, não querendo isto dizer que o Paços pratica um futebol ‘feio’, está muito longe disso.

O Estoril Praia, optou por estratégia diferente. Uma revolução no plantel e no perfil de equipa técnica foi a opção tomada pela direção estorilense. A experiência de Pedro Emanuel deu lugar à juventude de Luís Freire. O técnico ex-Mafra foi prendado com a experiência de futebol profissional, após muito boas temporadas ao serviço de clubes de escalões inferiores, como é o caso do Pêro Pinheiro e do Ericeisense.

A retenção no plantel de jogadores como Gonçalo Brandão e Kléber foram essenciais para o bom desempenho da equipa nesta temporada. Em adição, chegaram nomes como Roberto (melhor marcador da competição), Sandro Lima e João Vigário. Trata-se de um conjunto organizado, consistente em todos os processos de jogo, blindado por um misto de experiência e irreverência.

A estatística não engana naquilo que é o futebol de ataque mortífero dos canarinhos. Em 6 jogos, contam já com 20 golos divididos por 3 goleadas, número este praticamente impossível de encontrar nos restantes campeonatos europeus.

Momento muitas vezes repetido nesta temporada: a alegria do golo.(Foto: Site oficial Estoril Praia)

Entre estas duas formações temos: a melhor defesa/ equipa com mais vitórias na Ledman e o melhor ataque/equipa com mais goleadas. Com este cartão de visita, os dois recém-despromovidos não se fizeram rogar pela descida de divisão e são, nesta fase, os grandes candidatos à subida para a Liga NOS.


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