A lotaria do miolo – O factor Gedson é a solução para o SL Benfica?

Nélson SilvaJulho 31, 20184min0

A lotaria do miolo – O factor Gedson é a solução para o SL Benfica?

Nélson SilvaJulho 31, 20184min0
Do 4-4-2 para o 4-3-3, da inclusão de Gedson ao desaparecimento de Zivkovic. Será a insistência no 4-3-3, com a inclusão de Gedson, a melhor solução para o ano que se pretende ser de reconquista?

MUDANÇAS NO ESQUEMA, MUDANÇAS NA FORMA DE JOGAR?

Do 4-4-2 para o 4-3-3, da inclusão de Gedson ao desaparecimento de Zivkovic. Rui Vitória começa a esboçar aquilo que pretende para o arranque da temporada 2018/2019. Será a insistência no 4-3-3, com a inclusão de Gedson, a melhor solução para o ano que se pretende ser de reconquista?

Costuma-se dizer que a chegada de bons jogadores para a mesma posição é sempre uma boa dor de cabeça para o treinador que os recebe. Pois bem, no caso do Benfica isso tem muito que se lhe diga. Rui Vitória aproveitou o seu ano mais negro desde que chegou ao Benfica para implementar o sistema que sempre lhe agradou mais. A melhoria na segunda volta do campeonato acabou por dar razão ao técnico que por uns tempos se viu mais livre da crítica. A afirmação de Krovinovic num meio campo partilhado com Pizzi trouxe novas aspirações sobre um rendimento até então decadente das águias.

A lesão grave do croata levou Rui Vitória a testar alternativas. Mal sabia o técnico que, já após testar sem sucesso o jovem João Carvalho, iria aparecer uma solução tão capaz de render Krovinovic – falamos de Zivkovic, o velocíssimo extremo sérvio mostrou-se como um peixe na água. Para além de fazer uso da sua capacidade de controlo de bola, mostrou ainda maior habilidade para passes em rutura e uma disponibilidade muito interessante de atuar em recuperação defensiva. Não há dúvidas que o melhor Benfica da temporada passada chegou com a passagem do sérvio para o miolo, fazendo até esquecer a época mais questionável de Pizzi, como já havia conseguido Krovinovic em pouco tempo.

Agora chegou um novo problema. Há um miúdo que se fez de graúdo e mostrou desde logo neste arranque de temporada que não vai abrir mão da oportunidade que lhe tem sido dada – Gedson Fernandes, um nome ilustre para quem acompanha a equipa B, uma surpresa total para quem anda distraído.

O jovem médio de apenas 19 anos mostra-se dotado de velocidade, qualidade de passe, boa meia distância e uma estatura bem elevada que o permite imperar nas bolas aéreas. Ao bom estilo de Yaya Toure, o perna longa encarnado tem excitado as bancadas com a dinâmica que trouxe à equipa, ainda Zivkovic andava de férias pós-Mundial. Desta forma, Rui Vitória tem apostado sistematicamente no trio Fejsa-Pizzi-Gedson e Zivkovic caiu de novo para opção secundária na ala.

Foto: Notícias ao Minuto

Apesar das qualidades individuais de Gedson e as várias assistências que Pizzi acumula nesta pré-temporada, é evidente que o Benfica continua com dificuldades na construção ofensiva e muito por culpa desta alteração. A dinâmica trazida por Zivkovic a médio interior esquerdo, permitindo que haja um esquerdino a usar o seu melhor pé do lado indicado, é apenas um dos muitos fatores desequilibradores da utilização do sérvio. É provavelmente o mais esclarecido na aproximação à área com bola e o primeiro a chegar no apoio a Fejsa.

A manter-se com o atual triângulo do meio campo, resta saber até que ponto se manterá a aposta em Gedson-Pizzi, ou se Zivkovic passa a ser visto novamente como um extremo puro, depois de uma enorme segunda volta a médio interior esquerdo. Se na cabeça de Rui Vitória ainda muito anda à roda, desta vez o problema passa por ter de deixar de fora um talentoso médio. Realidade bem distinta daquela com que arrancou a temporada anterior, agora a não ter de incluir um jogador de recurso, como em tempos foi o desastroso Filipe Augusto, ao invés de soluções que já sabe as valias que lhe trazem. Ingredientes não faltam, resta a mestria de saber cozinhar a tão desejada reconquista.


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