La Liga 2018/19: 3 “estrelas” a manter debaixo de olho

Bruno DiasNovembro 20, 20187min0

La Liga 2018/19: 3 “estrelas” a manter debaixo de olho

Bruno DiasNovembro 20, 20187min0
Com cerca de um terço do campeonato jogado, novos nomes começam a despontar na La Liga. Vamos conhecê-los um pouco melhor.

Tradicionalmente, a La Liga transforma, todas as épocas, ilustres desconhecidos em nomes que qualquer adepto de futebol rapidamente consegue memorizar. Seja nos grandes colossos – como Barcelona ou Real Madrid -, seja em clubes de menor dimensão, vários são os jogadores que rapidamente puxam para si as luzes da ribalta, pela qualidade das suas exibições e/ou pelo potencial que apresentam, e que deixa muitos adeptos, treinadores e clubes de “água na boca”.

Esta temporada não é excepção, e para além das várias equipas que têm surpreendido pela positiva com as suas prestações, há também vários atletas cujo rendimento tem sido essencial nessas mesmas prestações colectivas, e cuja qualidade e talento são inegáveis. Em cada sector (defensivo, intermédio e atacante), surge de seguida um talento que está a deixar a sua marca na presente edição da La Liga.

Mario Hermoso (Espanyol)

Começamos pelo sector defensivo, e pelo esteio da defesa do Espanyol, formação orientada por Rubi e que tem vindo a deixar uma impressão extremamente positiva esta temporada, com um futebol atractivo e baseado num equilíbrio sólido e consistente entre o momento ofensivo e defensivo da equipa.

É precisamente no momento defensivo que Mario Hermoso é uma peça fundamental dos “periquitos”. Já esteve associado ao futebol português, nomeadamente ao Sporting, em Janeiro de 2017, e parece que os “leões” deixaram mesmo escapar uma oportunidade de ouro. Dono da sobriedade e classe próprias dos grandes centrais, “irrepreensível” é um adjectivo que muitas vezes surge associado à descrição das exibições de Hermoso.

Possui um timing de desarme muito apurado, que lhe permite ser fortíssimo na marcação e, simultaneamente, recorrer menos vezes à falta que o habitual na sua posição. A sua compleição física (1,84m) e capacidade atlética são também um forte apoio à sua solidez em termos defensivos, sendo capaz de ganhar vários duelos aéreos e de recuperar vários metros em velocidade quando a bola é colocada nas costas da linha defensiva.

Com bola, este canhoto destaca-se por ser um jogador de processos simples, que não arrisca muito no passe ou na condução, mas que é capaz de entregar a bola em boas condições aos colegas mais adiantados no terreno. É também um jogador com uma qualidade técnica acima da média, e é provavelmente esse factor que faz com que seja também utilizado, ocasionalmente, como lateral-esquerdo.

As suas prestações neste início de temporada levaram-no à estreia pela selecção A espanhola, e certamente que o levarão também para outros patamares competitivos, num futuro não muito longínquo, até porque Hermoso é ainda um jovem, com apenas 23 anos.

Brais Méndez (Celta)

Passando agora ao sector intermédio, e a um atleta que, por esta mesma altura no ano passado, não havia ainda sequer completado 90 minutos de tempo total na competição. Brais Méndez encantava, por essa altura, todos aqueles que assistiam aos jogos do Celta B, clube onde se formou e jogou em toda a sua carreira até hoje.

Natural de Mos, um pequeno concelho na região da Galiza, Méndez é um médio-ofensivo com um vasto manancial de recursos, e que se destaca principalmente pela forma criativa como pensa e pauta o jogo conforme a análise que faz do mesmo a todo o momento.

O seu pé esquerdo é um poço infindável de talento, de onde surgem passes teleguiados, dribles curtos repentinos e remates extremamente precisos. Sente-se à vontade em espaços congestionados, e alia a estas características uma morfologia física (1,83m) e uma predisposição para trabalhar sem bola que o transformam num médio moderno, capaz de encaixar em qualquer meio-campo, independentemente da ideologia colectiva vigente.

Tal como Hermoso, também as suas excelentes exibições no meio-campo da equipa “celeste” (agora comandada pelo português Miguel Cardoso) levaram à chamada à selecção A espanhola, tendo-se estreado no mesmo jogo que o central do Espanyol, frente à Bósnia.

No entanto, a estreia de Méndez será certamente uma noite inesquecível para o jovem de 21 anos, que saltou do banco aos 59 minutos e se estreou também a marcar aos 78’, dando à selecção agora comandada por Luis Enrique a vitória por 1-0. Estreia auspiciosa para um talento que promete rapidamente garantir a sua presença na equipa de “nuestros hermanos” para a próxima década.

Cristhian Stuani (Girona)

Finalizamos com um atacante de um perfil distinto dos dois talentos acima explorados. Sendo já um jogador feito e com larga experiência (32 anos e mais de 350 jogos e 120 golos na carreira), ao contrário de Hermoso ou Brais Méndez, Cristhian Stuani tem subido imenso de rendimento nas últimas épocas, tendo encontrado no Girona o contexto perfeito para maximizar o seu rendimento, fruto do bom projecto desportivo actual do clube e dos bons técnicos com quem tem trabalhado, com destaque para Pablo Machín, que no final da temporada passada trocou o clube da região da Catalunha pelo Sevilla.

Avançado móvel e possante, Stuani nunca se esconde do jogo e da procura pela disputa da bola. É claramente um “matador” com faro de golo, pela forma inteligente e muitas vezes instintiva como se movimenta na área.

Apresenta variabilidade de recursos na finalização com ambos os pés, sendo um perigo permanente no jogo aéreo, método muito utilizado pelos seus colegas para o servirem, através de cruzamentos e bolas longas. De Stuani não se esperam dribles magníficos ou golos de antologia, mas pode-se, certamente, esperar golos decisivos e que garantam vitórias às equipas que defende em campo.

Também a estatística sustenta a afirmação de que esta é, de facto, a melhor fase da sua carreira. O uruguaio tem 8 golos em 10 jogos realizados esta temporada no campeonato, precisando em média de apenas 95 minutos para fazer a bola “beijar as redes” da baliza adversária. Na temporada passada – a melhor da sua carreira – apontou 21 golos em 33 jornadas, terminando a época como o 5º melhor marcador da competição, apenas atrás de Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Luis Suárez e Iago Aspas, e à frente de nomes como Antoine Griezmann ou Gareth Bale. Números bem demonstrativos da importância de Stuani no sucesso do Girona.


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