Duas caras de Bailey em 2018/2019, que lhe reserva o futuro?
Leon Bailey tem apenas 21 anos, é ainda um jovem jogador, mas que já mostrou muito daquilo que é capaz. No entanto, a época 2018/2019 não tem sido uma à altura daquilo que se esperava do prodigioso jamaicano. Há um ano atrás, falava-se de uma possível ida do jogador para um Bayern Munique ou para um Chelsea por valores estratosféricos, mas tal não parece ser possível de acontecer no próximo verão, porque esta época simplesmente não está a ser uma que o justifique.
Muito rápido, com golo, um pé esquerdo repleto de técnica e um drible bastante apurado, Bailey é daqueles jogadores que parece predestinado a ter um lugar num grande clube mais cedo ou mais tarde, até pelo que demonstrou já em temporadas passadas, mas 2018/2019 tem sido uma viagem atribulada.
Até à saída de Heiko Herrlich, a temporada estava a ser sofrível
O extremo, na primeira metade da temporada, esteve muitos furos abaixo daquilo que seria exigível, sendo públicas algumas divergências do jogador com o técnico, o seu tempo de jogo algo limitado, sendo muitas vezes apenas suplente utilizado.
Tal também certamente deriva da fraca campanha que a equipa fez na primeira metade da temporada, em que a equipa ocupava apenas o nono lugar da classificação, com 24 pontos e sete vitórias em dezassete jogos.
Em termos estatísticos, Bailey tinha apenas participação em três golos da equipa (um golo e duas assistências), números sofríveis para aquilo que o jamaicano é capaz de demonstrar. Mais do que isso, Bailey parecia um jogador descontente a jogar futebol, parecia que tinha perdido a alegria a jogar o desporto rei, algo bastante preocupante para um jovem de apenas 21 anos com o mundo pela frente.
Com Peter Bosz, a situação mudou, tanto para o Leverkusen como para Bailey
Com a chegada de Peter Bosz, técnico que esteve em Dortmund na passada temporada mas onde falhou redondamente, a situação melhorou significativamente tanto para o clube como para Bailey. A equipa apresenta um futebol mais condizente com aquele que os seus adeptos pretendem (futebol de ataque, com muitos golos), e Bailey está a beneficiar de uma segunda metade da temporada mais condizente com o seu valor. Dezoito pontos em vinte e sete colocam a equipa na luta pelos lugares europeus, da qual o clube nunca deve estar fora.
Em nove jogos, o jamaicano já faturou em quatro ocasiões, estando também, de forma consistente, a começar a regressar à sua melhor forma, e quando o jamaicano está nesse ponto, fica no “ponto de rebuçado”. Jogador conhecido por grandes golos e por ser aterrorizador no “um contra um”, nada menos de uma carreira ao mais alto nível se espera de Bailey.
Por aqui se pode esperar que Leon queira acabar em grande esta temporada, para fazer definitivamente os seus críticos esquecer aquela que foi uma primeira parte da temporada bastante penosa. A dinâmica do 4-3-3 é uma que o beneficia, na medida em que tem quem o cubra um pouco na questão defensiva do jogo, pode fazer combinações com os médios em aproximação à área e, principalmente com Kevin Volland, pode ganhar muitas vezes as costas dos adversários em tabelinhas.
Plantel competitivo leva a que Bailey tenha de elevar o nível, isto se quiser também mostrar-se ao mundo
O plantel do Bayer é rico em soluções de qualidade, principalmente a nível ofensivo, mas não em número, o que impacta a equipa quando existem lesões ou suspensões. No eixo ofensivo, figuram jogadores como Kevin Volland e Lucas Alario, atrás de si figura a pérola Kai Havertz e, para as alas, temos jogadores como Bellarabi, Julian Brandt (que até tem jogado a médio centro) e o designado Bailey.
Na teoria, a equipa mais forte do Leverkusen tem condições para lutar pela presença na Liga dos Campeões, mas não tem sido propriamente fácil face a campanhas nas quais a equipa não passa da Liga Europa. Com equipas como o Leipzig e o Borussia Mönchengladbach mais consistentes, o desafio é grande. Com um Bailey ao seu nível, fica mais fácil ao Leverkusen subir um pouco a sua produção.
Será interessante acompanhar os desenvolvimentos dos próximos meses, para perceber até que ponto o Leverkusen concretiza os seus objetivos e em que medida segura todas as suas pérolas para a próxima temporada, algo bastante difícil mediante o poderio financeiro proveniente de outros destinos. No caso de Bailey, tendo em conta esta temporada que vai do 8 ao 80, seria importante ficar em Leverkusen para poder assumir-se definitivamente como um grande jogador e não como uma definitiva promessa que nunca vai conseguir dar o salto que dele se espera.
Uma coisa é certa, Leon Bailey pode ter um grande futuro se assim o quiser. Talvez o maior crescimento que tenha mesmo de fazer seja a nível mental, porque nos grandes clubes só jogam os melhores tanto a nível qualitativo como a nível humano, de concentração.