O insaciável Palmeiras de Abel Ferreira
Palmeiras conquistou mais um título sob a tutela de Abel Ferreira. No último domingo, no Allianz Parque com recorde de lotação, o Verdão goleou o Água Santa e garantiu mais uma Taça para a sua gigantesca Sala de Troféus, que se torna menor a cada dia com tantas conquistas.
O Verdão perdera a primeira partida, realizada na Arena Barueri, pelo placar de 2-1, num lance infeliz do lateral direito Marcos Rocha. O alviverde vinha numa sequência de jogos sem derrota, mas teve que amargar o mau resultado durante toda a semana que antecedeu o derradeiro jogo da final. Os rivais se divertiram com piadas e trocadilhos com o nome Água Santa. Pra apimentar ainda mais a situação, a final ocorreu no domingo de Páscoa, feriado cristão, o que favoreceu o cenário anedoticio.
Mas, assim como das outras vezes em que o Palmeiras se deu mal no primeiro jogo e teve que recuperar no segundo, a tradição se manteve. O Verdão simplesmente ignorou a equipa de Diadema, ao impor seu jogo forte e rápido. Ao final do primeiro tempo, o Alviverde não só já tinha recuperado a vantagem, como também a havia ampliado. O primeiro tempo mostrou vitória parcial do Verdão por 3-0.
Na segunda etapa, o Palmeiras administrou o resultado. O Água Santa até dominou a posse de bola em grande parte do segundo tempo, mas lhe faltava objetividade no ataque. O Verdão, no entanto, sempre descia com perigo nas vezes em que recuperava a posse de bola. E assim foi quando o argentino Flaco López recuperou a bola na intermediária, avançou a tabelar com Rony e teve calma para driblar o zagueiro e cravar o quarto e derradeiro gol do Alviverde.
Foi o suficiente pra botar abaixo o Allianz Parque e seus quase 41500 adeptos que bateram o recorde de público da Arena, A festa nas arquibancadas foi linda, com shows pirotécnicos e muita alegria no entorno do estádio, com pessoas a comemorar pelas ruas e avenidas da zona oeste paulistana.
O desespero dos rivais
O Campeonato Paulista de 2023 teve um fator interessante – somente o Palmeiras, dentre os times grandes, chegou às meias-finais. Todos os outros ficaram pelo caminho, mais cedo ou mais tarde. O Santos foi eliminado já na primeira fase. Corinthians e São Paulo caíram diante do Ituano e do Água Santa, respectivamente. Assim, ficou fácil para o Alviverde o caminho até o seu 25o título paulista.
Todo esse sucesso é fruto do trabalho do português Abel Ferreira, isso é indiscutível. Mas não é só isso. Toda a infraestrutura do clube, aliada ao profissionalismo da administração da presidenta Leila Pereira, corroboram demais os triunfos palmeirenses dos últimos anos.
Aos rivais, restam seguir o exemplo alviverde ou continuar a ver os louros do Palmeiras pela televisão. Afinal de contas, já vimos em outros textos que a base do Verdão hoje é uma das mais fortes do país, um verdadeiro celeiro de novos jogadores que irão trazer muitas alegrias aos adeptos alviverdes nos próximos anos.
E o futuro?
O futuro, como diz o ditado, a Deus pertence. Mas os investimentos feitos pelo Palmeiras nos últimos anos podem nos dar uma boa ideia de como será o amanhã. Abel Ferreira deve continuar no comando da máquina alviverde, e assim os adeptos sabem que a equipa está em boas mãos.
Mesmo com a saída de jogadores importantes (o Verdão perdeu Scarpa e Danilo, duas peças fundamentais da equipa em 2022), o elenco parece se renovar como Fênix e a equipa como um todo continua forte. Na próxima quarta-feira o Palmeiras inicia uma nova maratona de jogos que incluem a Copa do Brasil, o Brasileirão e a busca do tetracampeonato da Libertradores da América. Serão nove jogos por mês nos próximos dois meses, um número inimaginável para os padrões europeus.
Abel vive a reclamar deste problema. Em suas entrevistas, sempre critica a desorganização nata do futebol brasileiro. Mas se não há uma luz de mudança a curto e médio prazos, o negócio é tentar se adaptar a essa situação, e isso ele tem feito muito bem. Só em 2023, já foram duas finais e dois títulos conquistados, e ainda estamos no mês de abril.
Nenhuma surpresa nas demais finais dos regionais
Enquanto isso, pelo país afora, embora muitas equipas chamadas pequenas conseguiram chegar às finais em seus Estados, as equipas grandes dominaram o cenário nos principais polos futebolísticos do país. Além do Palmeiras, o Grêmio venceu o Gaúcho (pela 6a vez consecutiva, diga-se de passagem), o Galo ganhou em Minas e o Bahia ganhou no Estado que leva o mesmo nome. A surpresa foi o RJ, em que o Fluminense sagrou-se campeão sobre o Flamengo, após perder o primeiro jogo por 2-0. O Flu não só reverteu o placar na finalíssima, como também cravou uma goleada histórica por 4-1 no Maracanã.
Em uma semana começa o Brasileirão, e aí teremos todos estes campeões a medir forças pelo título máximo de ser o melhor dentre os melhores. Boa sorte, Palmeiras!