59 Anos sem Heleno de Freitas: o craque temperamental

Romário IvoFevereiro 16, 201817min0

59 Anos sem Heleno de Freitas: o craque temperamental

Romário IvoFevereiro 16, 201817min0
Heleno de Freitas, um dos maiores craques de sempre do Botafogo, deixou o mundo do futebol há 59 anos e o Fair Play decidiu reviver a sua carreira.

Craque da década de 40, Heleno foi um dos maiores jogadores da história do Botafogo de Futebol e Regatas, onde até os dias atuais, é o 4° maior artilheiro. Formado em direito, ele transcendeu o futebol nos onze anos de carreira, seja com gols ou com seu temperamento explosivo que muitas das vezes levavam a sua expulsão e o tiravam das maiores oportunidades, como a da disputa da Copa do Mundo de 1950. Poderia ter evitado o Maracanaço. Mas viciado pelo álcool, drogas e com total desenfreio, deixou a vida e os gramados precocemente para brilhar como uma estrela solitária no universo.

Heleno de Freitas: único, galã, boêmio e mulherengo. Foto: Arquivo pessoal.

O início da Lenda

Nascido em 1920, na pequena São João Nepomuceno, um município do estado Minas Gerais e filho de um comerciante, desde pequeno Heleno se mostrava temperamental e ao mesmo tempo aliado a advocacia, profissão que se formaria no futuro. Gostava de Dostoievski e mesmo ainda criança já tinha uma opinião formada quanto aos crimes, o que deixava os amigos da família Freitas surpreendidos com o seu grande conhecimento. No futebol deu os seus primeiros passos com a camisa do Mangueira Futebol Clube, sendo comandado por seu irmão Heraldo e mostrando todo o talento com a redondinha. Após o falecimento de seu pai, seguiria para o Rio de Janeiro em 1933 com sua família.

Heleno ao centro no infantil do Mangueira de São João Nepomuceno. Foto: Historiador Marcelo Dieguez.

Heleno sem destino na nova cidade, caminhava por toda a capital brasileira. Até que um dia, observando as grandes partidas disputada na avenida atlântica, passou a se interessar pelo futebol de areia. A única barreira para o garoto ingressar em algumas das equipes, era o seu acanhamento excessivo que o impedia de relacionar-se com aqueles que jogavam. O seu dia chegaria. E ali, nas praias de Copacabana lapidou-se nas mãos do filósofo treinador Neném Prancha – o qual trouxe o garoto para jogar pelo Botafoguinho – que sempre via em Heleno um garoto habilidoso e a quem ensinava que “jogador de futebol tem que ir na bola com a mesma disposição com que vai num prato de comida”.

O próprio Neném Prancha levou o garoto para o juvenil do Botafogo em 1934, só que a categoria do glorioso deixaria de existir por dificuldades financeiras no ano seguinte. Recebendo então o convite de João Coelho Netto, o Preguinho (autor do primeiro gol da seleção brasileira numa Copa do Mundo), para atuar no Fluminense, de prontidão aceitou e matriculou-se como sócio do clube das Laranjeiras. Atuando como defensor, Heleno impedia os ataques ofensivos e demonstrava toda sua técnica para o tricolor carioca, ao mesmo também apresentava a sua ira, brigando com os companheiros de equipe.

Heleno (sexto, em pé, da esquerda para a direita) conquistou o Campeonato Carioca de Amadores pelo tricolor carioca em 1938. Foto: Pdadigital.

Deslocado ao ataque para diminuir as suas crises de fúria, Heleno revelaria sua faceta goleadora desconhecida. Mas continuaria com o mesmo comportamento. Ocasionando em sequência a saída do treinador uruguaio Carlo Magno do clube, com que teve a sua primeira grande briga em um coletivo. Sem paciência com o companheiros e à espera de um contrato profissional, deixou o Fluminense e rumou para General Severiano, onde assinou um contrato privilegiado com o Botafogo, o seu time de coração.

Marcando a história e tornando um símbolo da torcida Alvinegra

Com a responsabilidade de substituir o experiente ídolo botafoguense, Carvalho Leite, Heleno foi contratado por João Saldanha. Estreando com o pé-direito e vitória em um jogo preliminar, com amadores do Botafogo e América. O primeiro jogo no entanto com os profissionais seria de se esquecer, uma derrota de goleada para os argentinos do San Lorenzo, por 5 a 1, em um amistoso. Atuando como meia, seria substituído ainda no primeiro tempo dessa partida.

O jovem atacante continuou trabalhando duro por uma nova oportunidade. Com um futebol diferente e refinado, criativo, era ágil e ainda tinha a habilidade única do cabeceio. O tempo passou. A torcida prestigiava e pedia o garoto no time profissional.

Heleno com a camisa do Botafogo. Foto: Agencia o Globo.

No dia 28 de Abril de 1940, Heleno entrou em campo (substituindo Carvalho Leite) e iniciou a glória de sua marcante trajetória no glorioso, com dois golaços que garantiram a vitória sobre o São Cristóvão. A torcida foi ao delírio. Em 1940 Heleno marcou 5 gols em 19 jogos. No terceiro anos incríveis 30 gols em 37 matches. A ascensão de Heleno era notória e titular absoluto com a aposentadoria de “Maravilha da Serra”, o experiente Carvalho Leite, Heleno passou a ser a única e maior estrela solitária do elenco botafoguense e foi o artilheiro do campeonato carioca de 1942 com 28 gols marcados. Anos seguintes passou a integrar a seleção estadual do Rio e venceu o Campeonato Brasileiro de Seleções em 1944. Neste mesmo ano, Heleno debutou com a camisa amarelinha, marcando um gol na goleada sobre o Uruguai, por 4 a 0. No Botafogo ele continuava com sua saga a busca do primeiro título carioca, no entanto, o seu temperamento explosivo persistia com os companheiros de clube. Em 1946 faria a sua melhor temporada com o Botafogo, fazendo 42 gols em 33 jogos.

Era raro passar uma partida sem Heleno se irritar, reclamava com Deus e o mundo dentro dos gramados. Não aceitava nenhum erro de seus companheiros. Inúmeras vezes era expulso. Talvez esse fosse um dos motivos pelo qual o Botafogo não conseguisse as conquistas, já que sem Heleno, o clube perdia toda a referência e a qualidade do ataque. Braguinha era um de seus alvos preferidos, disseminava ofensas ao humilde jogador que nada lhe havia feito, como conta Otávio, seu melhor companheiro: “Ele xingava o Braguinha pra caramba, desmoralizava os mais simplórios. O Braguinha era muito simples, pacífico, não era de briga. Teve um jogo em que a bola saiu para lateral, Braguinha mirou o peito de Heleno e errou. Acabou escutando um poucas e boas: Nem com a mão, você acerta”. Pelo Botafogo Heleno correspondia sempre e sua qualidade era inegável, o que levou à seleção brasileira nos sul-americanos nas posteriores edições. Foi assim destaque e artilheiro nos vice-campeonatos.

Heleno (ao centro) com a camisa da seleção brasileira, onde conquistou o vice-campeonato sul-americano em 1945/46 e marcou 14 em 18 partidas. Foto: CBF.

Heleno era uma pessoa de difícil de convívio, foi antes de Garrincha, o maior ídolo do clube, mesmo sem um título pelo clube. Se os gols persistiam em campo, fora de campo sua vida ruía e suas crises persistiam a medida que consumia seus vícios no lança-perfume e éter. Chegou a tentar-se auto-eletrocutar num treino do Botafogo. Em 1948 deixaria o clube depois de ser tetra-vice do campeonato carioca.

O Galã

Fora de campo Heleno se transformava. Não parecia um jogador. Estudou no tradicional Colégio São Bento e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde formou-se no curso de Ciências Jurídicas e Sociais. Nunca trabalhou como Advogado. Vivia com uma grande dupla personalidade: pois era um homem intenso, inteligente e belo. Ansiava a atenção e trazia o ódio do público adversário, recebendo o apelido de Gilda da torcida tricolor, em relação a personagem interpretada por Rita Hayworth.

Heleno e o inseparável cigarro. Foto: Terceiro Tempo.

Tinha pinta de dirigente, cara de Rodolfo Valentino e humor de leão. Seus ternos eram feito pelo alfaiate De Cicco, o mesmo que produzia os do presidente Getúlio Vargas Sua notoriedade e aparência significavam que as coisas eram fáceis para ele. Viveu toda a sua vida com muito excesso. Existe até um boato de um caso com Eva Perón, a primeira dama da Argentina, durante sua passagem pelo Boca Juniors.

Era frequentador assíduo do Clube dos Cafajestes e dos cassinos do Copacabana Palace. Encantava todas as mulheres. Com o passar dos anos, os vícios de Heleno aumentaram. Seu vício em álcool, lança perfume e éter se tornaram maiores. Mesmo casado, vivia um vida sexualmente sem controle e sem quaisquer cuidados. Caminharia assim para o seu próprio declínio nos anos seguintes.

A passagem frustrada pelo futebol argentino

Heleno em sua curta passagem pelo Boca Juniors. Foto: El Gráfico

Após 9 temporadas atuando pelo Botafogo, sem qualquer grande conquista, o supersticioso Carlito Rocha assumiu a presidência do Botafogo e fez uma grande revolução no alvinegro carioca. O novo mandatário acreditava que o Botafogo nunca seria campeão com o craque. Heleno se destemperava cada vez mais com os seus companheiros, adversários, juízes e até mesmo a torcida com gestos obscenos. Estando suspenso novamente e só treinando, sua relação com o glorioso chegaria ao fim quando chegara a proposta tentadora do Boca Juniors, a qual se tornaria a maior negociação do futebol brasileiro da época. Sua despedida aconteceu contra o Atlético-PR, não marcou. Depois de 209 gols em 235 jogos, casaria com a sua esposa Ilma e deixaria o Rio para jogar camisa dos Xeneizes.

Empolgando a torcida no seu primeiro jogo, Heleno deixou a sua marca com dois gols e o Boca Juniors venceu o Banfield. Parecia que seria uma trajetória de sucesso. Mas a passagem ficou marcada mesmo com muitos escândalos, brigas e a frequentar o banco de reservas. Um lugar que não era adepto para Heleno. Com 17 partidas disputadas e apenas 7 gols marcados, ficando muito insatisfeito deixou o clube argentino e retornou ao Rio de Janeiro para atuar no Vasco da Gama.

A conquista do tão sonhado título carioca no rival

Elenco Cruz-Maltino campeão de 1949 do Campeonato Carioca. Foto: Anotando Fútbol.

As maiores obsessões de Heleno de Freitas em seu retorno ao Brasil, era participação na da Copa do Mundo de 1950 (já que não havia acontecido em 42 e 46, devido à segunda guerra mundial) e a conquista do título do Campeonato do Estado do Rio de Janeiro, desde os tempos de Botafogo. Infelizmente, ele nunca conseguiu essa façanha com o clube de General Severiano. A convite de Flávio Costa, treinador do Vasco e da seleção brasileira, Heleno acertou com o gigante da colina. Comandando o ataque “Expresso da Vitória” e conquistando o título carioca de 1949 e marcando 19 gols em 24 partidas. A passagem do goleador ao seu fim, ficaria marcada pela briga com o treinador vascaíno.

Completamente louco, Heleno mostrara a sua maior ira em um episódio no qual apontou uma arma descarregada a Flávio Costa que deu-lhe uma surra, mandou embora do Vasco e o tiraria da sua última oportunidade de defender o Brasil na Copa do Mundo de 1950. Longe do Brasil, afirmou “Se eu estivesse no comando de ataque o Brasil não perderia a Copa do Mundo. Conheço a manha dos uruguaios, e Obdulio Varela não faria comigo a metade do que fez com nosso ataque”. Neste mesmo ano Heleno se transferiria para o Junior de Barranquilla, para Liga Pirata da Colômbia, onde sem fazer muito barulho, mas sem o mesmo sucesso de anos anteriores, abandonou o campo em uma partida sem explicação alguma até os dias atuais.

A despedida com gosto Amargo

Com passagem rápida e duradoura apenas por um treinamento, Heleno com sua insanidade avançada seria dispensado do Santos FC, após o primeiro e único treinamento. Depois de despejar refrigerante na cabeça do treinador Aymoré Moreyra na hora do almoço, assim foi demitido do clube da baixada santista. A doença começa a refletir de forma ácida sobre o craque. O América-RJ seria o último clube a estender a mão para Heleno, que tinha o grande sonho de atuar no recém-inaugurado Maracanã. Heleno entrou em campo no dia 4 de novembro de 1951, para enfrentar o São Cristóvão.

Heleno com a camisa do América-RJ, seu último clube. Foto: Globo.

Era a oportunidade de ouro para o craque demonstrar o seu futebol, que o marcou ao longo de sua vida com uma técnica única e seu ímpeto goleador. Tudo deu errado para a estrela solitária . Em campo parecia perdido, ainda no primeiro tempo foi expulso aos 25 minutos, saindo de campo vaiado, viu seu clube ser derrotado por 3 a 1, no Campeonato Carioca. Era o fim da linha para Heleno. A doença sexual começou a atrapalhar Heleno em seu dia a dia, e assim após noites vagando pelo Rio a procura da satisfação do prazeres e já sem nenhum tostão, seria internado em 1953 e nunca mais voltaria aos gramados cariocas.

O último encontro com o glorioso

Já em seus últimos anos de vida, Heleno voltou para São João Nepomuceno. Vivendo aos cuidados do irmão Heraldo. Após um exame na Casa de Saúde Santa Clara, em BH, constatou a sífilis em grau avançado. Assim, foi levado e internado na Casa de Saúde São Sebastião, tendo o cuidado de sua família durante toda estadia.

Heleno fora de forma em raras ocasiões que deixou a clínica para tentar voltar a jogar no próprio campo de Barbacena, em 1955. Foto: Jogo Quase Perfeito.

Na nova cidade Heleno foi tratado com muito cuidado. Tratado com doses de Benzetacil, antibiótico utilizado para tratar infecções e todo tipo de medicamentos, Heleno teve a vida prolongada. O maior problema é que a sífilis já havia atingido seu cérebro, e assim sofreria não mais com as marcações dos zagueiros, mas com a paralisia geral progressiva. Seus últimos anos foram difíceis. A maior graça que o ex-jogador teve nos últimos dias de luta, foi a vinda do Botafogo a cidade de Barbacena, onde estava internado. Quis o destino, que fosse o último contato daquele que lutara com dentes e unhas em anos anteriores pelo glorioso alvinegro. O Botafogo veio em outubro de 1956 a “Cidade dos Loucos” – que fazia parte de um grupo que abrigava sete instituições psiquiátricas – para enfrentar o Olympic numa partida amistosa, válida ainda pelo Troféu Dr. Paulo Azeredo. Na qual se realizaria também a inauguração dos refletores do Estádio Santa Tereza.

Com gols de Mané Garrincha, o “anjo de pernas tortas”, Paulinho Valentim (duas vezes), Ênio (contra), Ary e Neném, o Botafogo massacrou e venceu o modesto clube mineiro, por 5 a 1. O resultado seria o de menos, o mais importante daquele dia seria o encontro do ex-companheiros com o craque-louco envelhecido. Heleno levado pelos enfermeiros, sairia do hospital psiquiátrico, para acompanhar essa partida nas arquibancadas, onde comemorou como se fosse nos velhos tempos.

O único e inesperado encontro de duas lendas botafoguense aconteceria da maneira mais triste. Foto: O Blog do Roberto Porto.

Após a partida, os jogadores rumaram para o encontro com o mesmo no sanatório, muitos ficaram perplexos e tristes pela situação do antigo artilheiro botafoguense. Heleno já em estado avançado pela sífilis, reconheceu alguns dos atletas, aos poucos se confundia nas palavras e mesmo com a pequena lembrança dos tempos vividos, agradeceria sem saber que seria o último contato com o clube de coração que lhe havia projetado para o mundo.

Morte

No dia 8 de novembro de 1959, Heleno foi encontrado morto em seu quarto. Quatro anos depois da internação, Heleno lutou pelo sonho de viver. Mas era tarde e assim deixaria a vida e o único filho aos 39 anos. Sendo eternizado em todos os corações alvinegros.

Em uma crônica emocionante, o jornalista Armando Nogueira lembrou o triste fim do craque temperamental: “Dizem que Heleno dormia abraçado com uma bola. Certamente, não era a bola de nossos campos infantis. Seria, talvez, a bola delirante do jogo de ontem, do jogo de hoje, de amanhã, do jogo de nunca mais. Quando acordava, bola murcha, Heleno tornava ao atroz devaneio”.

Heleno (ainda jovem), com a pelota, sua única companheira que lhe fora fiel até os últimos suspiros de sua vida. Foto Livro: Nunca Houve um Homem como Heleno.

Depoimentos de grandes personalidades sobre o craque-louco:

“Em nenhum caso uma partida da qual participe Heleno tem probabilidade de se transformar num logro, porque vaiar, da mesma maneira como aplaudir, é uma forma coletiva de reconhecer publicamente um fato”.
Gabriel Garcia Márquez, escritor colombiano, vencedor do prêmio Nobel de literatura.

“Heleno de Freitas tinha pinta de cigano, cara de Rodolfo Valentino e humor de cão raivoso. Nas canchas, resplandecia. Uma noite, perdeu todo o seu dinheiro no cassino. Outra noite, perdeu não se sabe onde toda a vontade de viver. E na última noite morreu, delirando, num hospício”.
Eduardo Galeano, escritor uruguaio.

“Heleno foi visitar um amigo doente. E então aconteceu o seguinte: todas as mulheres da casa, da avó à lavadeira, apaixonaram-se por ele”.
Nelson Rodrigues, jornalista e dramaturgo.

“Heleno de Freitas, o craque das mais belas expressões corporais que conheci nos estádios. Morreu, sem gestos, de paralisia progressiva e descansa, hoje, no cemitério de São João Nepomuceno, onde nasceu um dia para jogar a própria vida num match sem intervalo entre a glória e a desgraça”.
Amando Nogueira, jornalista.

“O grande Heleno de Freitas, o deus das cabeçadas, que deslumbrou plateias do mundo, envergando, entre outras, as gloriosas jaquetas do Botafogo e do Boca Juniors. (…). Aquele que aqui na terra foi um deus, que multiplicou gols como se gols fossem peixes”.
Roberto Drummond, escritor e ex-colunista do Estado de Minas.

Conquistas:

  • Taça Prefeito Dr. Durval Neves da Rocha de 1942;
  • Campeonato Brasileiro de Seleções de 1944;
  • Copa Roca de 1945;
  • Vice-Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1945 e 1946;
  • Campeonato Carioca de 1949 (Vasco).

Artilharias:

  • Seleção Brasileira na Copa América de 1945 (6 gols);
  • Botafogo no Campeonato Carioca de 1942 (34 gols em 32 jogos).

Clubes: Fluminense (1937 a 1938); Botafogo  (1939 a 1948); Boca Juniors (ARG) (1948 – 1949); Vasco da Gama (1949 – 1950); Atlético Júnior (COL) (1950); América do Rio (1951).


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