Antoine Griezmann, “el principito” que encantou o futebol

Cristiana PinaNovembro 24, 20244min0

Antoine Griezmann, “el principito” que encantou o futebol

Cristiana PinaNovembro 24, 20244min0
Uma homenagem forte a Antoine Griezmann, o príncipe dos Bleus, o senhor do Atleti e um senhor fora e dentro de campo

Antoine Griezmann surpreendeu o mundo do futebol, no passado mês de setembro, ao anunciar a sua retirada da seleção francesa, aos 33 anos. “El principito” como é conhecido no mundo do futebol, retirou-se após 137 internacionalizações pelos “Blues” e 44 golos apontados. No currículo tem um Campeonato do Mundo, uma Liga das Nações, e dois desgostos, com duas finais perdidas (o Europeu de 2016, ante Portugal e Campeonato do Mundo de 2022, diante da Argentina).

Muitas vezes mais subvalorizado do que merecia, o francês é a meu ver um dos melhores jogadores da última década, e houve épocas em que sentou à mesa com Cristiano Ronaldo e Leonel Messi. Numa década onde ambos dominaram o futebol mundial, este é o maior elogio que se pode fazer ao francês. Ironicamente perdeu duas finais com a França, para cada um deles. Hoje é um ídolo para muitos jovens, e um exemplo, pela sua qualidade, mas também pela postura que mantém dentro e fora de campo. Renegado pelas formações dos grandes clubes franceses, como o Lyon ou o Marselha, o avançado francês fez uma dura escolha ainda nas camadas jovens: abandonar o seu país em busca do seu sonho.

Com 15 anos deixou o seu país, a sua casa e a sua família para rumar a San Sebastián, e incorporar-se na academia da Real Sociedad. Por lá cresceu a pulso e tornou-se um jogador importante, tornando-se um dos destaques da equipa. Daí transferiu-se para o Atlético de Madrid, onde é o melhor marcador da história do clube colchonero, e ídolo de toda uma falange de adeptos. Um jogador que chegou à seleção francesa sem nunca jogar profissionalmente no país, talvez por isso não tenha assumido a braçadeira dos blues tantas vezes quanto merecia.

Tornando este texto mais pessoal, Antoine Griezmann é dos meus jogadores preferidos. Agarrou-me por aquela irreverência quando apareceu na Real Sociedad, e pela magia e estilo endiabrado que apresentava em campo. Se a final do Europeu de 2016 foi dos dias mais bonitos que vivi com o desporto, houve um segundo de tristeza que se abateu por ele. Foi o melhor jogador torneio, e inspirou muitos jovens com a sua presença, ao trazer os videojogos para o seu jogo através dos seus festejos. Antoine Griezmann é um jogador marcante não só pelo seu jogo, mas também pela imagem fora dele.

Desde os penteados com cores irreverentes, mas também pela lição que transmite em campo. Foi um fiel escudeiro de Didier Deschamps, e um dos jogadores que melhor interpretou o que lhe pedia. Acrescento que Deschamps e Diego Simeone são os treinadores que marcam a carreira profissional do jogador, era o fiel escudeiro de ambos e interpretou cada uma das posições onde o colocavam. Fosse a avançado, extremo, e mais recentemente no meio campo onde assumia um papel de “10”, e ajudava a ligar o meio campo com o ataque. O seu palmarés está longe de fazer jus à sua qualidade e dimensão futebolística, no entanto a importância e o carinho que os adeptos tem para com ele é o maior troféu que pode ter. Ídolo máximo com as cores rojiblancas, é um jogador muito acarinhado em San Sebastián.

A verdade é que este título e este texto podiam ter “cores diferentes” já que Antoine Griezmann era elegível para jogar por Portugal, já que tem ligações familiares ao país; mas também por Espanha, que é o país que o acolheu desde os 15 anos.  Quis o destino que a história se escrevesse em tons de azul, e foi mágica e bonita para qualquer amante da modalidade. Ao Antoine Griezmann só tenho de agradecer pelos golos, pelas assistências e pela forma como fez apaixonar pelo seu futebol e pela sua irreverencia em campo. Infelizmente o tempo passa a voar, e sua carreira caminha a passos largos para o fim. Resta-me (nos) aproveitar estes entretantos, e aproveitar o que nos resta desta linda carreira.

“Merci pour tout principito”


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