A história de um jogador com apelido de capital e alcunha de lenda
Na Bundesliga, os prodígios têm um campeonato onde podem despontar e em que conseguem, desde logo, subir a um nível competitivo que os beneficia de sobremaneira no seu crescimento, desde os valores que lhes são transmitidos à paixão inerente pelo futebol. É assim que surgem muitas histórias que merecem ser contadas e, entre essas, surge um craque de 1,76m e 68 kg, com apenas 20 anos, que pode muito bem ser uma das principais revelações da temporada 18/19. O nome do jogador é Bote Baku, mais conhecido por Ridle, graças à lenda do Dortmund Karl-Heinz Riedle, de quem o seu pai era um enorme fã.
A sua chegada à principal equipa e a estreia de sonho
O atleta é um jovem médio de ascendência congolesa que chegou à primeira equipa do Mainz já no fim da temporada 17/18, através de um acontecimento bastante peculiar. Corria o dia 30 de abril e o Mainz tinha um encontro importantíssimo frente ao RB Leipzig para garantir a sua manutenção. O atleta jogava nas reservas (Mainz 05 II) e estava em deslocação para defrontar a equipa de reservas do Friburgo quando foi chamado a meio da viagem de volta ao estádio da sua equipa, tendo parado numa bomba de gasolina, sido levado para a Opel Arena e sido colocado, de imediato, a titular! Não só se fartou de correr, como jogou os 90 minutos e, melhor, marcou o último golo da vitória da sua equipa contra a equipa que foi à Champions na temporada passada.
Depois, a equipa fez uma complicada viagem até Dortmund, com a concretização de mais uma vitória, e tendo Bote Baku sido, outra vez, o principal destaque, considerado como o homem do jogo por quem o observava, e isto contra o clube da lenda que o seu pai preconizava e que lhe valeu a alcunha. Para coroar, marcou mais um golo!
É daquelas histórias que merecem ser contadas porque, caso contrário, ninguém acredita, mas a verdade é que, desde aí, o jovem não mais olhou para trás e é agora uma das principais figuras do seu clube, e isto tendo apenas disputado meia dúzia de jogos na equipa principal.
As suas características serão importantes para o futuro do Mainz
O médio está no Mainz há já 11 anos, ou seja, desde os seus 9 anos de idade, e fez todo o trajeto que o leva agora a um possível estrelato no futuro. É internacional alemão nas camadas jovens (sub 18 e sub 19), estando perto de poder ser chamado aos sub 21 se continuar o seu nível demonstrado. Com os poucos jogos jogados, Ridle conseguiu demonstrar que é um jogador todo-o-terreno, que não se farta de correr, que trata bem a bola e que pode ser decisivo no último terço do campo. Numa equipa como o Mainz, que tem vindo a encontrar mais dificuldades nas últimas temporadas e que perdeu algumas das suas principais figuras, estas características podem revelar-se essenciais para o seu sucesso.
Na verdade, o médio tem semelhanças na forma de jogar com Naby Keita, o agora médio do Liverpool que defrontou Ridle na sua estreia na Bundesliga. Nessa partida, Keita foi absolutamente “secado” pelo alemão de descendência congolesa, o que talvez tenha significado uma passagem de testemunho no que toca a brilhar na Bundesliga. Algo que beneficia Ridle é também a sua versatilidade, pois o craque pode também jogar nas alas e na zona mais recuada do meio campo se lhe for requerido. O lugar de 8, no entanto, como se tem visto, é o seu predileto e aquele onde tem brilhado.
O futuro parece risonho para Ridle
Em dois jogos até agora jogados, o médio fez os 180 minutos, mostrando que a aposta do técnico Sandro Schwarz, depois do épico sucesso obtido pelo médio nos últimos jogos da transata temporada, é para manter. Será interessante perceber se o jogador continuará a manter a sua regularidade e até que ponto ficará por Mainz muito tempo, visto que será certamente cobiçado em janelas futuras de mercado. O seu valor de mercado de 1,5 milhões de euros (per Transfermarkt) irá certamente subir em flecha pois a demanda por jogadores box to box com as características de Ridle é cada vez maior.
Por enquanto, o jovem da casa tem o mundo aos seus pés e não mais terá de ser resgatado de bombas de gasolina. Terá sempre um lugar reservado para si se mantiver aquilo que tem feito e pode-se afirmar como o motor do meio campo da equipa, sendo um jogador que, muito jovem, mas já com 11 anos de casa, pode motivar e levar os restantes colegas a superar-se.