A Lista do The Guardian e um olhar a quem está lá (e podia estar)
Tal como é habitual, o The Guardian, um dos melhores jornais do mundo, lançou esta semana uma lista das 100 melhores jogadoras do mundo. Uma lista que não é consensual, mas que dá destaque a algumas das melhores jogadoras do mundo. Claúdia Neto é até agora a única jogadora portuguesa a marcar presença na lista. A média do Sporting, e uma das antigas capitãs da Seleção Nacional, marcou presença na lista de 2018 onde ocupou a 75º posição e em 2019 onde ocupou o 97º lugar.
Aitana Bonmatí está com todo o mérito no primeiro lugar, seguida de Sam Kerr e Salma Paralluelo. No top 5 estão ainda Keira Walsh e Frodolina Rolfö. Quatro jogadoras do FC Barcelona, atual campeão europeu da Liga dos Campeões; Salma e Aitana arrecadaram ainda a medalha de campeãs do mundo com a Espanha, enquanto Keira Walsh arrecadou uma um honroso segundo lugar com Inglaterra. Mary Earps, guarda-redes titular de Inglaterra e vencedora do melhor prémio de guarda-redes do Campeonato do Mundo, aparece em nono lugar, e é a única guarda-redes a estar presente no top-20. A guarda-redes titular de Inglaterra, acaba contrato com o Manchester United em junho de 2024 e promete ser um dos nomes sensação no próximo verão.
How the Guardian ranked the 100 best female footballers in the world 2023 https://t.co/p5Gsb3Aft3
— Guardian sport (@guardian_sport) January 8, 2024
Nesta lista há também várias baixas de relevo por lesão: Alexia Putellas, vencedora das últimas duas Bolas de Ouro, a média do FC Barcelona contraiu uma Rotura do Ligamento Cruzado (LCA) e esteve de fora a última temporada, tendo regressado em abril, mesmo a tempo de ser convocada e ganhar o Mundial com a Espanha. Vivianne Miedema, estrela dos Países Baixos, Beth Mead e Leah Williamson são outras três ausências de peso, pela mesma lesão.
Não sabendo quais são os critérios para estar nesta lista de 100 selecionadas, acho que a média portuguesa Tatiana Pinto, era um nome que podia marcar presença. A Internacional portuguesa, atualmente a jogar em Inglaterra pelo Brighton, protagonizou a melhor temporada da carreira e ajudou o Levante a colocar-se terceiro na Liga Espanhola. Apontou 12 golos e três assistências e foi uma das três melhores jogadoras do clube espanhol. Jogou mais de dois mil minutos e foi uma das jogadoras em destaque no país, tendo-lhe rendido uma nova aventura no futebol inglês. Sem querer colocar esta lista em causa, penso que a jogadora portuguesa se está a afirmar em contexto europeu e a demonstrar que Portugal, e a jogadora portuguesa, vieram para ficar e conquistar o seu lugar no futebol feminino europeu. No futuro, não muito longínquo vejo a Kika Nazareth ou a Andreia Jacinto, com qualidade e protagonismo para estarem aqui representadas. Voltando a colocar a lista do The Guardian em foco, é para mim uma lista justa, mas onde o Campeonato do Mundo teve um peso enorme. Se é justo para alguns contextos? Provavelmente não, uma vez que jogadoras como a Patri Guijarro (jogadora decisiva na final da Liga dos Campeões, ao apontar os dois golos que deram a igualdade no marcador e posteriormente decisivos para a conquista do título) ficou apenas 11º lugar.
Ou Salma Paralluelo que apesar de ter feito uma excelente época, a meu ver não uma época para ser top 3 desta lista. No entanto, olhando as várias listas que foram saindo, incluído a da própria UEFA, acho que é a mais justa que vi até agora. Um exemplo é o sétimo lugar da Caroline Graham Hansen, ela que é quase sempre esquecida neste género de prémios, viu aqui um reconhecimento justo pela sua qualidade e rendimento. Não é uma lista perfeita, eu pessoalmente faria algumas alterações, mas olhando as últimas premiações é uma lista coerente.
A Salma Paralluelo fez uma época fantástica, e vai ser um fenómeno. Mas não fez uma época para top 3, nem para top 5. Vai estar lá no futuro, mas por agora ainda não. https://t.co/eVbPcx3RiL
— Cristiana Pina (@CristianaPina) January 12, 2024