O Nuno Borges e o João Almeida já são heróis

Luís MouraJulho 21, 20243min0

O Nuno Borges e o João Almeida já são heróis

Luís MouraJulho 21, 20243min0
Nuno Borges levou o seu primeiro ATP 250 para Portugal e Luís Moura explica a importância dos feitos do tenista e João Almeida para Portugal

O mês de Julho está, inevitavelmente, marcado pelas grandes competições jogadas sob relva. O Euro 2024 trouxe a confirmação de que o futebol no seu estado puro ainda pode vencer uma grande competição. A Espanha encantou, venceu as sete partidas que disputou e apresentou um nível de jogo elevado e atrativo. No outro lado do atlântico, ainda no futebol, a Argentina ganhou a terceira competição seguida. Depois da Copa América de 2021, vencida no Brasil, revalidou o título este ano frente a uma Colômbia aguerrida que lutou até ao último suspiro para fazer a sua nação feliz. Claro está que era a seleção favorita, depois do mundial conquistado em 2022- como decerto todos nos recordamos- frente à França. Nota para o infeliz começo de jogo marcado por incidentes fora e dentro do recinto. Não só no futebol a relva brilhou, uma vez que Alcaraz brilhou em Wimbledon para revalidar o título de campeão, bem como para somar o quarto Grand Slam da carreira com apenas 21 anos. Derrotou Djokovic por três sets a zero no derradeiro jogo do torneio.

Contudo, permitam-me, para os portugueses, o enumerado não foi o ponto alto de julho, invés, a volta a França que João Almeida está a realizar.

Desde tenra idade acompanho as grandes competições do ciclismo mundial. As grandes subidas às maiores colinas da Europa que definem os campeões. O João é um deles. Não venceu, é verdade, mas mostrou a fibra de que somos feitos. Foi até à última gota de suor para alcançar a quarta posição do Tour, que ainda não está fechada, mas que estará dentro em breve, quando o rapaz das Caldas Rainha acabar a ultima etapa da volta, uma chegada ao sprint que nada mais é do que uma consagração.

Quando comecei a escrever o presente artigo, não perspetivava que o dia 21 de julho fosse tão importante para o desporto português. Não só o João nos enche de orgulho neste dia, também o Nuno Borges. Se cresci a ver ciclismo, não é menos verdade que no ténis sempre fez parte da minha vida. Na altura era João Sousa a reinar, nas diferentes superfícies. Sousa acabou a carreira há pouco tempo, mas tem um substituto à altura para continuar o caminho que o vimaranense desbravou. Hoje joga contra Nadal, a sua primeira final de um torneio ATP.

O jogo não será fácil, mas o Nuno já nos orgulhou. Já fez história e continuará a fazer. Daqui a umas horas estarei à frente do televisor a assistir à final do Bastad ATP, na qual, estou certo, Nuno Borges fará mais uma bela exibição. Quando a final terminar, o João estará prestes a cruzar a linha de meta pela última vez no Tour para se consagrar como o melhor dos terrestres.

Este artigo não é uma noticia, uma análise ou uma crítica. É um apelo. O desejo de que os portugueses valorizem aqueles que tanto querem representar o nosso país além fronteiras. Aos atletas que fazem tanto, com tanto pouco.

O Nuno Borges e o João Almeida já são heróis. Aconteça o que acontecer.


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