Liderança: inata ou treinável? talento ou trabalho? dom ou decisão?
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa define:
lí·der:
(inglês leader)
- Pessoa que exerce influência sobre o comportamento, pensamento ou opinião dos outros.
- Pessoa ou entidade que lidera ou dirige.
- Chefe de um partido ou movimento político.
- Que ou o que lidera determinado sector de actividade ou uma competição.
che·fe:
(francês chef)
- Funcionário ou empregado que dirige um serviço.
- Director.
- Cabeça, principal.
- Cabecilha.
dés·po·ta:
(grego despótes, -ou, senhor, amo, déspota)
- Pessoa que governa conforme lhe apraz os que lhe são dependentes, exigindo-lhes obediência passiva. = TIRANO
- Que não tolera que a sua vontade seja contraditada.
- Que revela autoritarismo. = AUTORITÁRIO, TIRÂNICO
Como podemos ver, até o dicionário te alguma dificuldade em acompanhar a rapidez das mudanças a que assistimos hoje. Senão, como explicar que apenas e só na política é que um mero chefe pode ser enganosamente apelidado de Líder? Andaremos todos enganados nessa área e a aceitar repetidamente “gato por lebre”?
Há quanto tempo andamos, enquanto equipa social que somos, a chamar Líder a tantos chefes e déspotas?
O meu querido amigo Arménio Rego, no seu livro “Super Equipas – Orientações para a Criação de Verdadeiras Equipas”, indica um conjunto de 7 testes que todos os aspirantes a líderes devem realizar:
- Teste da Paixão: “Gosto do que realmente faço?”. É mau sinal quando o trabalho me causa desprazer.
- Teste do Impacto: “Provoco um impacto positivo à minha volta? A minha presença é uma fonte de alegria?”. É mau sinal quando ninguém dá pela minha falta.
- Teste Bobby Robson: “Consigo identificar novos talentos? Sou um descobridor de talentos escondidos?”. É mau sinal quando outros descobriram talentos que me passaram despercebidos.
- Teste da Marca Pessoal: “Qual a marca da minha liderança? Em que pensam as pessoas quando pensam em mim?”. É mau sinal quando diferentes pessoas têm ideias muito diferentes sobre mim.
- Teste do Jazz: “Como lido com o erro honesto e com a imperfeição?”. É mau sinal quando os outros têm medo de me revelar as suas falhas.
- Teste da Aprendizagem: “Gosto de aprender? Ajudo os outros a aprender? Aprendo com eles?”. É mau sinal quando não tenho tempo para ler nada nem para formação.
- Teste das Parcerias: “Trabalho com outros para desenvolver o meu potencial? Procuro parceiros que me possam ajudar a melhorar?”. É mau sinal quando não gosto de “modernices” como, por exemplo, o Treino Mental.
Segundo o autor, “não acredite que os líderes nascem. Esse costuma ser o erro de quem se toma por um líder nascido e que, por conseguinte, não precisa de aprender. Conheça-se a si próprio. Prepare-se para as dificuldades. Aprenda com as derrotas. Frua as pequenas vitórias mas nunca as tome como definitivas nem como indicadores seguros de vitórias futuras. Torne-se (assim) um melhor líder.”
Já o meu grande treinador e amigo Sérgio Salvador, ainda ontem em conversa informal me revelava que já não tem quaisquer dúvidas: líder é o que ouve com mais atenção!
Treinador há décadas, tem validado esta sua descoberta com imensos casos reais. Segundo ele,
“não são os mais altos, os mais fortes ou os que têm mais jeito que se prolongam na actividade escolhida e se tornam líderes; são os gordinhos, os franzinos e os descoordenados que ouvem com toda a atenção e bebem cada palavra sorvendo a sua enorme importância. São os mais resilientes desses que, anos mais tarde, se revelarão – com enorme surpresa para os demais – os seus verdadeiros líderes.”
E tu, preferes debitar a tua imensa sabedoria ou investir na tua aprendizagem?
Gostas de falar e de te ouvir? Ou de observar e escutar o que os outros têm para te ensinar?
És líder, chefe ou déspota?
Se reconheces que por vezes és chefe ou déspota, já estás no bom caminho para seres o líder que desejas.
Qualquer dia é um excelente dia para mudar.
Se estás mesmo decidido a ser um Líder, Muda O Teu Jogo!