Jovens estrelas que caíram cedo demais: Gueïda Fofana

Francisco IsaacMaio 31, 20244min0

Jovens estrelas que caíram cedo demais: Gueïda Fofana

Francisco IsaacMaio 31, 20244min0
Antes de N'Golo Kanté havia Gueïda Fofana, um talento nato e que prometia muito até que os joelhos cederam como conta Francisco Isaac

Quantas jovens estrelas atingiram o patamar mais alto do futebol mundial para depois caírem abruptamente ou, pior, devagar sem nunca encontrarem um rumo de regresso aos títulos internacionais e aos grandes palcos (como é o caso de Gueïda Fofana)?

Nesta rubrica não procuramos descobrir quem tem culpa, mas sim as razões desse desaparecimento, perceber onde foram parar e se há alguma hipótese de redenção. E atenção, não dissemos desaparecemos porque ainda jogam seja numa primeira, segunda ou terceira divisão.

Se conheces mais casos deixa nos comentários para investigarmos e falarmos desses nomes.

DIAMANTE LYONNAIS QUE PARTIU

Em 2011, no Campeonato do Mundo de sub-20, Portugal e Brasil disputaram o título, que acabou por ser conquistado pela canarinha num jogo supra emotivo, isto depois de um torneio cheio e carregado de grandes momentos e jovens talentos que passados uns anos vingariam ao mais alto nível. Em 4º lugar ficou a França, que depois de ser derrotada por Portugal nas meias-finais (2-0), voltaria a somar nova derrota ante o México na luta pelo bronze. Apesar desse desfecho, a selecção gaulesa deixou boas notas com alguns nomes a se destacarem: Alexandre Lacazette, Gilles Sunu, Antoine Griezmann, Cédric Bakambu, Gaël Kakuta, entre outros. Enquanto estes prosseguiram para ter uma carreira recheada de bons momentos, havia outro jogador que deveria ter tido a mesma sorte, e o seu nome é Gueïda Fofana. Formado na reconhecida e reputada escola do Le Havre, Fofana era um “monstro” de resiliência, força e capacidade táctica acima da média, com alguns treinadores a dizerem que podia mover montanhas se fosse necessário.

Aos 18 anos deu o salto para os séniores e vingou na equipa principal, somando minutos atrás de minutos na Ligue2, marcando até um golo na sua época de estreia, isto tudo num campeonato altamente exigente em termos físicos. Paralelamente, Fofana ia também coleccionando internacionalizações pelas várias selecções da França, impondo-se com total domínio no meio-campo defensivo, sem deixar de mostar algumas notas artísticas ou um calibre técnico que fazia água na boca de quem o via a jogar.

Entre 2006 e 2012, Fofana somou quase 60 internacionalizações nas camadas de formação da selecção nacional francesa, ajudando-os a conquistar o título de campeões europeus de sub-19 em 2010, sendo o capitão dessa franca magnifica geração. Fofana era aquilo que N’Golo Kanté viria a ser… infelizmente, o destino e os joelhos não quiseram que se viesse a afirmar no futebol sénior. Bem, até teve algum tempo a jogar ao mais alto nível ao serviço do Olympique Lyon, equipa que o contratou ao Le Havre em 2011 por 2M€. As três primeiras temporadas foram positivas, somando praticamente 90 jogos e 10 golos e 11 assistências, dados que até fizeram ao Chelsea ponderar na sua contratação.

Porém, chegou 2014 e mesmo antes do fim da temporada, surgiram os primeiros problemas físicos. Uma lesão no tornozelo que depois geraria uma situação física na virilha e, umas semanas depois, uma lesão na cartilagem num dos joelhos. Três lesões em três meses… resultado? 15 meses afastado da competição até que Fofana não aguentou mais e optou por se retirar em Janeiro de 2017, depois de várias tentativas de um retorno que nunca viria a acontecer. Entre 2014 e 2017, o internacional sub-21 teve cinco recaídas e acabou a coxear durante um longo período de tempo, com aqueles anos a lutar no meio-campo a começarem a surgir. Falta de descanso quando era internacional jovem pela França acabou por custar uma carreira inteira que, a certo ponto, podia ter sido sensacional e a um nível especial. Felizmente, Gueïda Fofana preparou o fim de carreira, estudando para ser treinador, sendo hoje em dia o treinador principal do Lyon “B”, e com resultados até positivos.

O trinco era uma unidade genial e que vale a pena revisitar os vários vídeos seus no youtube, ou assistir alguns dos jogos do Lyon de 2011/2012 para perceber o quão bom era no seu máximo, o que ainda cria ainda mais tristeza perante as lesões e problemas físicos que puseram um fim à sua carreira.


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