Joga no Apoio: Vítor “Vitinha” Ferreira

Luís MouraSetembro 15, 20244min0

Joga no Apoio: Vítor “Vitinha” Ferreira

Luís MouraSetembro 15, 20244min0
Luís Moura fala de Vitinha, alguém que sempre sonhou com as estrelas e que acabou por chegar longe no futebol

Vítor Machado Ferreira, mais conhecido como Vitinha no mundo do futebol. Um atleta português de 24 anos, inteiramente formado em Portugal. Apesar de ser um atleta conhecido- ultimamente titular na seleção nacional- o percurso e as valias de Vitinha deveriam ser mais faladas e discutidas. Por esse motivo, a segunda edição de Joga no Apoio é destinada ao médio português, recentemente nomeado para a bola de ouro.

Começou a sua formação no CB Póvoa Lanhoso. Um clube distrital sedeado a cerca de 40 km da sua terra natal, Santo Tirso. Anos mais tarde, quando ainda jogava futebol de sete, teve uma curiosa passagem pela Casa Benfica Póvoa Lanhoso, isto é, um clube de formação satélite do Sport Lisboa e Benfica. O salto para o clube do seu coração aconteceu em 2011/2012, época em que o Futebol Clube do Porto venceu o bicampeonato com Vítor Pereira ao leme da equipa principal, após a saída do agora presidente André Villas-Boas para o Chelsea.

A jogar pelas camadas de formação do Porto, não foi brilhante. Tenho como principais recordações o ano mais importante na história dos sub-19 do clube da invicta, quando venceram a Uefa Yhouth Legue. Na altura fazia parte desse plantel o atual capitão da equipa principal dos dragões, Diogo Costa. Vitinha não se afirmou como um titular absoluto, nem na competição da Uefa, nem no campeonato nacional- cujos dragões venceram por escassos pontos. O salto surgiu um ano mais tarde, quando se tornou um titular incontestável da equipa B orientada por Rui Barros. Estreou-se como sénior numa derrota contra o SC Covilhã por duas bolas a zero, em 2019/2020.

Realizou 17 jogos, nos quais apontou nove golos e três assistências, antes de ser chamado por Sérgio Conceição para servir a equipa principal. Jogou mais 12 vezes na equipa A com uma assistência efetuada. O bom rendimento na estreia como sénior valeu-lhe um empréstimo com opção de compra de 20 milhões ao Wolverhampton. Em 2021/2022, os ingleses treinados por Bruno Lage, decidiram não acionar a cláusula de compra, fazendo o atleta regressar à cidade do Porto. O resto é história. Quatro golos e quatro assistências em 47 jogos que lhe valeram o prémio de melhor jovem jogador da liga portuguesa e o direito a pertencer ao onze do ano.

Ao longo da carreira, conquistou duas Ligas portuguesas, duas Taças de Portugal, duas Ligue 1, duas Trophée des Champions e uma Coupe de France, para além da UEFA Youth League e do Nacional Juniores A na formação.

Na época que se consagrou bicampeão português evoluiu muito as suas características de jogo. Com Sérgio Conceição aprimorou o nível defensivo, tornando-se uma peça crucial no alinhamento tático de Conceição. Ofensivamente destinou-se a espalhar a magia que o caracteriza. Era o motor ofensivo do Futebol Clube do Porto, que nessa época, venceu o campeonato com relativa facilidade e com um futebol atraente para os adeptos. Foi com uma segunda passagem mais afirmativa que conquistou a atenção de Luís Campos, diretor desportivo do Paris SG. O clube francês bateu à porta da direção liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa com 40 milhões de euros, suficientes para levar o internacional português para Paris.

Ao serviço do campeão francês, para além dos títulos coletivos já enumerados, na época passada, foi reconhecido individualmente ao integrar o melhor onze do ano da Liga dos Campeões. Para Luis Enrique, segundo palavras do próprio, foi o jogador mais influente da época dos parisienses. Até ao momento, jogou 97 vezes, com 12 golos e 9 assistências. Todavia, não são só os números que definem Vitinha. A qualidade de passe e remate, o sentido posicional e o toque de bola enchem os olhos a qualquer apaixonado por futebol, características bem expressas, por exemplo, no último Europeu ao serviço de Portugal.

Quem gosta de futebol, gosta de Vitinha. Quem é português deseja o seu pleno sucesso para que possa ajudar a nossa seleção. A continuar o rendimento, Vitor Ferreira, será um dos melhores médios do mundo e muito útil para Portugal nos próximos anos. A nível coletivo, a saída do PSG poderá ser importante para alcançar outros objetivos que dificilmente serão alcançados em Paris, como é o caso da Liga dos Campeões.


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