A “estória” do fora de jogo desde o seu começo até Filippo Inzaghi
O FORA DE JOGO… IDEIAS REJEITADAS E ESQUECIDAS
No futebol dos anos 20, a modalidade foi se tornando cada vez mais defensiva e aborrecida, eram assinalados em média 40 infrações por fora de jogo durante um jogo, então as autoridades introduziram uma simples alteração mas que se tornou bastante eficaz. Eles decidiram, que o atacante apenas necessitava estar em linha com os últimos dois jogadores (antes eram necessários três jogadores) antes da linha de golo para estar em posição regular.
As equipas imediatamente começaram a repensar as suas táticas, uma das mudanças foi o facto de bastantes equipas terem deixado de jogar com três defesas centrais para combater a nova regra de fora de jogo, esta mudança tática tornou o futebol mais ofensivo do que era anteriormente.
Mais tarde a lei voltou a mudar e novamente em favor do ataque; anteriormente quando um jogador estava em linha com o defesa era considerado fora de jogo, atualmente quando o jogador está em linha com a defesa é considerado que está em jogo. Esta alteração tornou ainda mais difícil o trabalho dos defesas sobretudo quando tinham pela frente jogadores como Ronaldo, Henry ou Owen.
Por fim a última mudança e a mais confusa de todas, um jogador que não tenha interferência na jogada deixava de estar em posição irregular, ou seja o chamado “fora de jogo posicional” deixou de ser uma infração às regras do jogo. Quando esta alteração foi implementada alguns treinadores ficaram beira de um ataque cardíaco durante os jogos, havia bastantes dúvidas sobre o que era um fora de jogo posicional ou não.
Entre 1973 e 1975, foi testada uma nova regra na Taça da Liga da Escócia. O conceito era que a regra de fora de jogo só se aplicava na linha da grande área, ou seja, nos últimos 17 metros do campo. De forma a ajudar as três equipas, as linhas limite da grande área foram estendidas até à linha lateral.
Esta iniciativa recebeu críticas do treinador do Celtic, Jock Stein, não pela lei em si mas pela forma como estava a ser testada, no seu entendimento era injusto usar estas leis num jogo e passado uns dias num jogo a contar para outra competição estas leis já não estavam em vigor. No final da temporada 1974-75, estas iniciativas de inovar a lei do fora de jogo foram abandonadas. No ano passado, van Basten voltou a sugerir algumas mudanças na lei, incluindo esta lei testada no futebol escocês durante a década de 70.
Na época 1987-88, a International Football Association Board autorizou a Federação Inglesa a testar uma nova mudança na lei de fora jogo. Quando um livro era marcado para a grande área, a lei do fora de jogo não se aplicava, esta alteração foi testada na quinta divisão inglesa, mas acabou por não ser introduzida.
OS MESTRES DO FORA-DE-JOGO
Saber estar em linha com a defesa é um bom indicador da inteligência e do “timing” do avançado. Por exemplo, Alan Shearer ou Inzaghi dificilmente eram apanhados na armadilha do fora de jogo. Outros avançados como Emmanuel Adebayor ou Jermain Defoe apresentaram um número bastante elevado de infrações assinaladas por fora de jogo durante toda a carreira.
A defesa do Arsenal com Seaman, Dixon, Winterburn, Adams e Bould foram considerados sublimes na arte do fora de jogo, uma leitura perfeita do jogo e uma entrosamento fantástico entre os defesas, fez deles os “mestres” nas armadilhas de fora jogo.
As introduções das leis de fora juntamente com a lei do guarda-redes estar impedido de segurar a bola com as mãos quando a bola é passada pelo colega de equipa, deu uma nova geração de guarda-redes com melhores capacidades para jogar com os pés e com a cabeça. Shay Given ou David James, por exemplo, estavam adaptados a jogar como libero quando era necessário.
Com a introdução do VAR (Video Assistant Referee), o trabalho do fiscal de linha parece cada vez mais simplificado, pela primeira vez um erro do arbitro assistente pode ser corrigido com o uso a tecnologia.