“Cromos” polémicos: Paul “Gazza” Gascoigne e duas peripécias

Pedro PereiraAbril 29, 20203min0

“Cromos” polémicos: Paul “Gazza” Gascoigne e duas peripécias

Pedro PereiraAbril 29, 20203min0
É sem dúvida um dos "cromos" mais especiais do futebol inglês, seja pelo seu brilhantismo errático ou arrogância desmedida, mas que nunca será mais esquecido. Paulo Gascoigne relembrado pela Caderneta dos Cromos

Na sua rubrica de “Cromos”, que pode ser mais bem acompanhada no instagram da caderneta dos cromoshoje recordamos Paul Gascoigne um dos jogadores ingleses com mais potencial dos anos 90 mas que por uma série de decisões pessoais acabou por se revelar uma frustração internacional.

O CONTACTO MONARQUICO NA FINAL DE WEMBLEY

18 de Maio de 1991, Estádio de Wembley, final da FA Cup. Depois de falhar a final do Campeonato do Mundo em 1990, Gazza prometeu aos seus adeptos conterrâneos que só saia para a Lazio depois de defrontar o Arsenal na final da Taça de Inglaterra. E assim foi. Gascoigne acabaria por se lesionar gravemente no joelho no decorrer deste jogo e não cumpriu um sonho de infância: levantar a taça do país que tanto amava. Depois da lesão, ele foi imediatamente levado para um hospital londrino. O Tottenham acabou por vencer o jogo mas quem levantou a taça foi Gary Mabbut.

Porém, antes deste penoso acontecimento, Gazza teve um dos melhores momentos da sua vida. Passo-lhe a palavra: “As duas equipas estavam perfiladas no centro do terreno e vemos a entrar em campo a Princesa Diana para nos cumprimentar. Quando ela chegou perto de mim eu disse-lhe: “posso dar-lhe um beijinho, por favor?”. Ela estendeu a mão, um pouco envergonhada, e eu dei-lhe um beijo na mão. O pessoal começou a rir-se. Foi a primeira vez que joguei com uma ereção. Foi inacreditável!”

OUTRA VEZ EM WEMBLEY…

Wembley cheio para receber a anfitriã do Euro 96. Logo contra a Escócia. Um plantel recheado de estrelas do lado dos 3 Lions. Principalmente a segunda parte teve os ingredientes todos para se tornar num repasto inesquecível, numa competição que foi igualmente inesquecível para os ingleses. Shearer, o melhor marcador daquele torneio, abriu a torneira e fez o 1-0. A Escócia ainda teve a possibilidade de empatar o jogo, através de um penalty ganho por Durie (devem ver como este cromo sofre falta e rapidamente se levanta; sem rebolões, sem choros, sem gritos; sofreu falta, levantou o braço a pedir penalty e that’s it). Mas Seaman defendeu. Mas o melhor estava reservado para o minuto 79. Um menino endiabrado chamado Gascoigne procurou durante o jogo todo o seu momento de glória.

O número 8 com um cabelo luminoso que só podia resultar de uma aposta perdida em algum bar, decide mostrar ao mundo todo o seu talento com este graffiti. Para mim, um dos melhores de sempre desta competição. A bola chega a saltitar à entrada da área e Gazza passa gentilmente um lençol por cima do central, como um pai que aconchega o seu filho em jeito de boa noite, deixando o defesa totalmente apagado e finaliza com um remate bruto para o fundo das redes. Um golo só para alguns. Era o momento certo para festejar com uma garrafa na boca e lembrar os tempos loucos de Hong Kong: o festejo do dentist chair ficaria eternizado depois deste golo.

O tal dentist chair


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