“Cromos” que foram os primeiros: Isaías na Premier e Angoy na Euro NFL

Pedro PereiraSetembro 6, 20203min0

“Cromos” que foram os primeiros: Isaías na Premier e Angoy na Euro NFL

Pedro PereiraSetembro 6, 20203min0
Mais dois cromos da lista da Caderneta dos Cromos e estes com histórias diferentes mas que têm alguns traços similares. Isaías "Pé Canhão" e Jesús Angoy, são os destaques deste artigo

Há alguns cromos da história do futebol que conseguiram ser os primeiros em algo, como o caso de Isaías e Jesús Angoy, jogadores que a Caderneta dos Cromos oferece dois episódios peculiares de cada um destes nomes do Desporto-Rei!

ISAÍAS, O PRIMEIRO CANARINHO NA PREMIER

Ainda sobre Isaías”PéCanhão”. Como o seu username do instagram indica, o seu remate era a sua principal arma. Mas Isaías era muito mais que isso. Um autêntico poço de força que varria um meio campo inteiro, de área a área. Começou a sua carreira no Fluminense e ainda muito novo mudou-se para um dos clubes do seu coração: Cabofriense. Foi neste clube que fez o seu primeiro e o seu último jogo como profissional. Num daqueles lugares abençoados pela Natureza onde jogar futebol como profissional é um contrato de ouro.

Mas como muitos brasileiros, o desenrolar da carreira haveria de ser feito na Europa. Em 1987 chega ao Rio Ave FC em 1988 ao Boavista FC e em 1990 ao SL Benfica, o segundo clube da sua vida e onde de facto foi muito feliz, deixando muitas saudades no Estádio da Luz. Em 1995 viajar para Inglaterra, para o Coventry. Aqui, fez poucos jogos mas os suficientes para fazer história: foi o primeiro brasileiro a jogar na Premier League e também o primeiro a marcar um golo nesta competição. Trabalhinho feito em terras de Sua Majestade, siga para o Alentejo jogar pelo enorme Campomaiorense. Ainda chega a uma final da Taça de Portugal mas perde para o Beira Mar.

Apaixonou-se por Portugal mas o Brasil também tem saudade no dicionário social. Um cromo a recordar.

JESÚS ANGOY, O REDES BLAUGRANA QUE VIROU LENDA NO FUTEBOL AMERICANO EUROPEU

Jesús Angoy era um promissor e humilde portero da cantera catalã. Com 20 e poucos anos ainda ganhava fibra no Barcelona B. Emprestado ao Union Deportiva Logrones a meio caminho desta jornada de amadurecimento, o objectivo era mesmo representar o plantel principal do FC Barcelona. Porém, a concorrência obrigou-o a sentar-se no banco mais do que lhe apetecia. Vejam bem: Zubizarreta, Vítor Baía, Carlos Busquets ou Lopetegui. Ele era sempre o terceiro, coitado. Aguentou este papel até aos 1996, com 29 anos. Cedo? Para ser jogador de futebol americano, não. Naquela altura, havia um campeonato da NFL na Europa que tinha o objectivo de nos enfiar o futebol americano pela goela baixo, tipo BigMac.

Ah, claro, e de fazer rodar alguns Quarterbacks, Receivers ou Cornerbacks mais jovens que não tinham lugar nos Teams americanos mais qualificados. Ainda enquanto jogador do Barcelona, Angoy recebe um telefonema a chamá-lo para outro desporto, quiçá na esperança de convencer outras terceiras opções a seguir o mesmo caminho. Angoy bom de mãos e de pontapés de baliza, disse que sim. A verdade é que estes jogos enchiam Montjuic com mais de 30.000 pessoas.

Na TV espanhola, passavam os jogos com câmeras instaladas nos capacetes dos jogadores e com todo o aparato hollywoodesco e o showbizz que tão bem caracteriza este desporto. E Angoy deu-se bem. O Kicker dos Barcelona Dragons convenceu esta liga europeia e passados 3 anos desde a sua entrada no desporto, foi considerado o melhor da liga nesta posição. A ida para a liga americana NFL chegou inclusivamente a ser cogitada. Não se concretizou. Angoy jogou ainda nos Bergamo Lions, equipa italiana de futebol americano.


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