3 Reforços contratados in extremis no último dia de Mercado de Transferências
O dia de fecho de Mercado(s) é sempre imposto por uma azafama total, procurando cada emblema não só garantir mais um bom negócio como impedir como uma das suas principais estrelas abandone o “barco”. Mas que grandes transferências se deram no momento em que o “gongo” soava? Três casos em vários a nível Mundial, num total in extremis por parte destes clubes!
MESUT OZIL (REAL MADRID -» ARSENAL)
O estratégico médio-centro alemão chegou a Londres no dia 2 de Setembro de 2013 a troco de 48M€, com poucas horas para o fecho do mercado, numa daquelas transferências que eram vistas como improváveis de acontecer mas que acabou por se realizar. Foi um dos últimos grandes reforços da Era Wenger no Arsenal e, na altura, foi visto como uma espectacular contratação pelo emblema londrino que sonhava voltar a levantar o “caneco” da Premier League. Mas porquê a saída do internacional alemão do Real Madrid?
Depois de uma temporada em que registou 10 golos e 29 assistências (em todas as competições), esperava-se que o médio mantivesse o seu estatuto no plantel de Carlo Ancelotti, que tinha entrado em Junho de 2013 para o lugar de José Mourinho. Contudo, a verdade é que houve um choque entre o treinador e jogador, e a chegada de Gareth Bale acabou por ditar o fim do alemão na capital espanhola. Ancelotti explicou anos depois o porquê de ter vendido Özil, com palavras nada simpáticas em relação ao caractér do médio (já José Mourinho tinha questionado o mesmo durante a melhor temporada de Özil no Real Madrid):
“Eu decidi que era a hora de sair do Özil. Prefiro o Di Maria, pois representava um maior equilíbrio para a equipa. Sim, podes dizer que o Di Maria tem menos qualidade em relação ao Ozil, mas em relação ao dinamismo, caractér e indíce de trabalho e prédisposição para ajudar a equipa, é melhor o Angel Di Maria.”
Para os gunners a chegada de Özil representou virtuosismo no “miolo” de jogo, mas também de algumas épocas menos espectaculares… pelo caminho estão três taças de Inglaterra e um total de 74 assistências em seis temporadas.
JULIAN DRAXLER (SCHALKE 04 -» WOLFSBURGO)
Considerado durante anos como um dos novos miúdos-maravilha do futebol alemão, Julian Draxler ainda não atingiu o que prometia na sua “juventude” e a forma como tem saído dos clubes por onde passa tem ajudado a “riscar” a sua imagem enquanto profissional. Vamos então a factos… formado no Schalke 04, onde chegou com apenas 8 anos, Draxler rapidamente foi somando excelentes prestações em todas as camadas de formação do histórico emblema alemão chegando aos séniores com apenas 17 anos.
Dotado com a bola entre os pés, dono e senhor de um pontapé furioso e de uma explosão vertiginosa que deixava os adversários esticados no relvado, Draxler foi deambulando pelos mineiros como um extremo vagabundo que espalhava o “terror”, ocupando a faixa esquerda com total vigor e qualidade que nos primeiros três jogos na Bundesliga foi autor de dois golos e uma assistência.
Permaneceu até 2015 no Schalke 04, e chegado a Junho desse ano começou numa campanha para sair à força do emblema negociando com outros clubes sem comunicar à direcção ou à equipa técnica dos mineiros… caldo entornado por assim dizer, com Draxler a ficar amplamente mal visto, com o próprio director-desportivo do Schalke 04 a mostrar o seu desagrado pela forma ingrata e pouco profissional como o internacional alemão se estava a portar, para além dos adeptos terem ficado completamente “loucos” vaiando Draxler nos poucos jogos que realizou no início da nova época. No dia 31 de Agosto de 2015, Draxler foi vendido aos rivais do Wolfsburgo por 43M€ pondo fim a esta saga e começando uma nova agora em outras paragens.
Curiosamente, Draxler saiu do Wolfsburgo também pela “porta pequena” passado apenas um ano e meio, demonstrando mais uma vez um comportamento nocivo e criticável. Os “lobos” estavam de forma fartos do comportamento do extremo, que venderam-no por menos 8M€ do que quando o tinham adquirido…
ANTHONY MARTIAL (AS MONACO -» MANCHESTER UNITED)
Quem se consegue esquecer que Martial chegou ao maior emblema de Manchester com 19 anos prometendo mundos e fundos de um potencial novo e genial extremo/avançado, iniciando-se de imediato um processo comparativo com Thierry Henry, até pelo seu ponto de “origem”, já que ambos provieram do mesmo clube: AS Monaco.
Martial custou aos Red Devils cerca de 60M€, com o emblema monegásco a encaixar esta verba exorbitante depois de terem adquirido Martial ao Lyon em 2013, um valor muito acima do seu valor de mercado, marcando a diferença nesse Verão de 2015.
O então jovem francês chega no última dia de abertura de Mercado de Transferências envolto num “pano” de mistério mas altamente aliciante, já que no principado deslumbrou com golos, assistências e mais importante de tudo, boas exibições.
Com uma idade tão prematura, esperava-se que Martial marcasse o início de uma novo período de bonança no Manchester United… infelizmente, como aconteceu com Depay e outras estrelas jovens que ambicionavam ser “reis” em Old Trafford, Martial tem passado algo ao lado do Manchester United seja pela falta de consistência durante toda a temporada, a ausência de uma maturidade necessária para entender o jogo ou a capacidade de evoluir tanto tactica e tecnicamente.
Em 174 jogos pelos Red Devils, Martial marcou 48 golos e assistiu por 29 ocasiões, números algo parcos para um jogador vaticinado para outros patamares… será que o valor de 60M€ acabou por ser uma pressão desnecessária e esmagadora para o futuro e actual presente de Anthony Martial?
José Mourinho, que apesar de não ter estado bem nos últimos meses no United, deixou algumas pistas para o que realmente se passa com Martial, para além de Shaw, Rashford e afins,
“Eles têm falta de maturidade. Grande potencial, não há dúvidas disso, mas ele (Luke Shaw) não sabe competir. E quando falamos do Luke Shaw, também serve para Martial ou Lingard e mesmo para o Marcus Rashdford, todos jogadores com potencial mas sem coragem para assumir.”