Matheus Daniel. “O que mais me impressionou no Santarém foi a força de vontade”
Matheus Daniel, mais uma temporada em solo português… estás feliz em continuar a jogar pelo Santarém?
Sim, bastante! O povo de Santarém é extremamente acolhedor e me sinto em casa aqui. Sempre estão preocupados comigo e minha família, isso é muito bom e faz toda a diferença.
Olhando para trás, foi uma decisão que faria novamente? O que mais impressionou-lhe nos “cavaleiros”?
Faria sim. Tenho uma vida muito feliz aqui em Portugal, já fiz muitos amigos, o país é lindo, e sempre temos alguma coisa legal para fazer.
O que mais me impressionou foi a força de vontade que eles têm nos jogos, podem até não treinar muito bem durante a semana, mas chegam no fim de semana, se transformam e dão tudo de si.
Tem recordações do primeiro dia em que treinou cá? Ficou com boa impressão deste o primeiro momento?
Tenho sim. Lembro que estava frio e a relva estava muito boa, porém molhada e bem gelada! Tive uma boa impressão, vi que era um time novo, mas cheio de potencial e vontade de aprender.
O Santarém tem evoluído de ano para ano, mas ainda falta chegar a uma fase-final… o que falta na sua opinião para atingir esse patamar?
Acredito que precisamos ser mais consistentes, ter uma boa performance independente do adversário e também precisamos ter um quórum maior, com mais competição saudável por posições!
A formação do clube tem dado novos jogadores bons, certo? Tem ajudado em algum dos escalões jovens?
Sim, exatamente! Uma das coisas que mais me chamou atenção aqui foi a qualidade dos escalões de formação. Infelizmente por conta do meu trabalho, não tenho conseguido estar muito presente nos treinos deles, mas sempre que posso, dou algum tipo de ajuda.
O Luís Monteiro Costa é um treinador positivo? O que tem aprendido com ele nesta segunda temporada sob seu comando?
É sim. É um treinador que estuda muito o jogo e tenta sempre colocar coisas novas para nós.
Vamos recuar um pouco para trás… como começou a jogar rugby? Qual foi o primeiro clube? E que memórias tem desses primeiros tempos?
Como todo brasileiro, jogava futebol, e sempre joguei com um pouco mais de “força”, e então um amigo me convidou para ir a um treino, e desde o primeiro treino, me apaixonei pelo exporte!
Comecei a jogar no Jacareí, no clube da cidade onde nasci.
Lembro que logo quando comecei, fiquei t\ao empolgado e gostei tanto do exporte, que ia em todos os treinos, de todos os escalões que eu podia. Atravessava a cidade a pé ou de bicicleta para ir aos treinos!
Houve algum momento importante na sua carreira pré-Tupis?
Lembro dos convívios que tinha com meus amigos do meu clube, não tínhamos muita coisa, mas nos divertia-mos muito com a companhia uns dos outros! Isso me ajudou muito a continuar firme no esporte!
Qual foi a sensação quando foi convocado para a Selecção Nacional do Brasil pela primeira vez? O “caminho” até lá foi difícil? Teve de abdicar de alguma coisa?
Lembro que quando recebi o telefonema que eu ia pro campo da seleção, eu não acreditei, achei que era brincadeira, mas eu tremia muito e suava das mãos. E só me acalmei, quando recebi o email de confirmação e percebi que era verdade,
Jogo que mais gostou de jogar pelos Tupis?
Muito difícil escolher um, colocar a camisa amarela e cantar o hino é um sonho e uma honra muito grande. Mas as primeiras vitórias contra Bélgica, Chile e Portugal tiveram um gosto especial, por ser as primeiras vitórias!
Houve alguma pessoa (ou pessoas) que foram decisivas no jogador e homem que é hoje?
Definitivamente sim! Além da minha família, que é a base de tudo pra mim, tem meu amigo/ treinador Julio Faria que participou de tudo na minha vida. E meus parceiros de seleção, Diego Lopez , Fernando Portugal e Ige, são três monstros do rugby brasileiro, que fizeram história com a camisa amarela e que quando entrei na seleção, me abraçaram e me trataram como filho e tiveram grande parte na minha formação como atleta e pessoa.
Algumas perguntas mais rápidas: jogador com quem mais gostou de jogar até hoje no Brasil e em Portugal?
Irmãos Duque, Ige, Diegao, Portuga no Brasil.
Rafael Morales, José Moreira e Manel Dentinho em Portugal.
Preferia ter que placar o Rafael Morales num 1 para 1 em cima da linha de ensaio ou fugir dele com a bola na sua mão?
Prefiro placar ele, sou muito lento pra fugir! (risos)
Qualidade que mais aprecia no seu jogo?
Inteligência
Como explicaria o que é o Santarém em três palavras?
Esforço, lealdade e bravura
Se pudesse trazer uma coisa do Brasil para Portugal o que seria?
Minha família.
Quer deixar algumas palavras aos torcedores do Santarém?
Que continuem com esse apoio incondicional de sempre, são o nosso motor, e fazem toda a diferença.