As corridas de sprint chegaram à F1 em 2021, mas ainda não conseguiram conquistar todos os adeptos. Haverá forma de conseguir agradar a todos?
As corridas de sprint chegaram à F1 em 2021, mas ainda não conseguiram conquistar todos os adeptos. Haverá forma de conseguir agradar a todos?
Austrália, China, Japão, Bahrein, Arábia Saudita, Miami, Ímola e Mónaco. Num instante passou o primeiro terço desta temporada de F1 e no próximo fim de semana vemos o 2.º triple header da temporada a ser concluído com o GP de Espanha. Ainda temos muitas corridas pela frente, mas há certezas que parecem começar a formar-se e acontecimentos que merecem ser comentados.
Se aprecias domínios absolutos e és fã da McLaren, este é definitivamente o teu ano de sorte. A vantagem da equipa laranja para o segundo classificado já vai em 172 pontos e, tendo em conta que a dupla de pilotos papaia tem tido lugar cativo no pódio praticamente em todas as corridas, tudo aponta para que essa diferença continue a aumentar.
E vamos então à previsão óbvia: a McLaren vence o Campeonato de Construtores.
Vamos começar por dizer que já praticamente todos temos saudades de ouvir o hino dos Países Baixos de forma regular, principalmente quando até agora Max Verstappen foi o único piloto a conseguir intrometer-se no domínio da dupla da McLaren – Piastri e Norris.
Piastri já arrecadou 4 vitórias, enquanto que o seu colega Norris está empatado com Max e contam ambos com 2 vitórias (falamos apenas de corridas ao domingo).
Em termos de pontos, estes 3 são os únicos a ter já 3 dígitos na sua contagem e estão apenas separados por 25 pontos – imaginem só um DNF duplo para a McLaren em Barcelona com uma vitória de Max Verstappen e de repente está ele empatado com o atual líder – Oscar Piastri.
Vá pronto, vamos regressar à realidade. O que se diz por aí, é que a McLaren está focada em garantir o mais depressa possível o Campeonato de Construtores e que depois disso é livre trânsito para os seus pilotos lutarem pelo Mundial de Pilotos. Para mim, Piastri tem mais perfil de campeão e a ser um deles a vencer, acho que é ele o real candidato. Mas vamos ter que aguardar pelas próximas corridas e ter a noção que quer queiramos quer não, Max Verstappen ainda tem uma “palavra a dizer” neste setor. Ele até pode estar praticamente numa equipa de um piloto só e já não fazer nada na luta pelo Campeonato de Construtores, mas nesta parte, ele já nos mostrou várias vezes que tem a capacidade de se intrometer neste novo domínio da dupla da McLaren.
Liam Lawson durou apenas duas corridas como parceiro de Verstappen. Arrecadou um total redondinho de 0 pontos e Yuki Tsunoda, mesmo a tempo da corrida em sua casa, foi promovido e trocou com o piloto da Nova Zelândia. Desde que assumiu o posto, Yuki já terminou na zona de pontos 4 vezes (3 corridas e 1 sprint), tendo 10 pontos acumulados (somatório do que fez nas duas equipas), mas mesmo assim, não é o 2.º piloto com mais pontos na família Red Bull. Isack Hadjar tem 15 pontos e está a meio da tabela de pilotos em 10.º lugar. Da maneira que andam a gerir aquelas equipas, não tarda assistimos a mais uma troca e sobe Hadjar à primeira equipa. Sabemos que o maior problema para todos estes pilotos é o carro da equipa principal estar desenhado para Max Verstappen e não ser tão fácil de pilotar como o da segunda equipa, mas isso não impede que, quem manda naquilo tudo, continue a fazer mil e uma trocas e a “estragar” pilotos pelo caminho.
Ah, e para fechar o capítulo Lawson, no caso dele, nem a ida para a segunda equipa lhe começou a trazer maior sucesso. Foi preciso chegarmos ao desfile do Mónaco, perdão, corrida, para ele finalmente pontuar.
outra movimentação que tivemos foi na equipa da Alpine. Jack Doohan assumiu o lugar, na minha opinião, já com a cabeça a prémio. Ainda antes da época começar, já ouvíamos rumores de que ele nem sequer iria correr e Franco Colapinto iria assumir o lugar dele. O maior erro veio logo do lado da Alpine que em vez de desmentir esses rumores assim que começaram, parecia nem estar sequer preocupada com o impacto negativo que isso poderia trazer ao piloto novato. Da minha parte, e deixei isso bem assumido no primeiro episódio da 2.ª temporada do podcast de F1 – Away We Go – queria ver o argentino de volta à grelha, mas achava feio que isso envolvesse aquele tratamento que a equipa estava a dar a Jack Doohan. O piloto australiano infelizmente retirou-se logo na corrida de casa, nunca pontuou e a sua última corrida teve o mesmo desfecho da primeira. Depois, Oliver Oakes que era o Team Principal abandonou o cargo, houve um Flavio Briatore à mistura, e o que já se esperava aconteceu – Franco Colapinto voltou à grelha. O problema nesta situação toda é que regressou mas também com um prazo imposto, e enquanto vai decorrendo a época, vamos assistindo à Alpine a brincar às equipas e com aqueles que querem como segundo piloto.
Fernando Alonso não está definitivamente a viver uma época de sonho. A caminho do 9.º GP do ano, o experiente espanhol e bicampeão de F1, continua a tentar chegar à tão ansiada 33.ª vitória, mas a vida não lhe sorri. Claramente que naquele carro, em comparação com os que andam lá por cima na tabela, chegar a essa vitória este ano é algo visto como impossível, mas a verdade é que nem o sonho mais alcançável – pontuar em alguma corrida – está fácil de acontecer. Em 8 corridas, acumula 3 desistências, e o melhor que conseguiu foi acabar a 1 lugar de distância dos 10 lugares que dão direito a pontos. Pior ainda, é ver o seu colega Lance Stroll que costuma ser tão desprezado pelos adeptos da modalidade a estar a meio da tabela com 14 pontos arrecadados. Alonso é assim 1 dos 3 pilotos atualmente presentes na grelha a não ter ainda conseguido pontuar este ano e, só a esperança de que Adrian Newey lhe traga algo incrível no próximo ano o irá manter motivado enquanto passa por esta fase que ele só quer esquecer.
A desilusão vai ter que ser a minha equipa. Vá que agora são os “reis” da Pit Stop e ninguém tem sido mais rápido que eles nesse setor, mas assim como finalmente acertaram nessa parte, parece que no resto não está tão fácil de isso acontecer. Sim, é verdade que a concorrência direta desenvolveu muito bem os seus carros, mas a equipa de Maranello também está com problemas em desenvolver o seu para fazer frente à evolução dos adversários. Os resultados têm ficado muito aquém do que se deveria esperar e em 8 corridas já acumulámos desde os momentos mais deprimentes aos mais caricatos com direito a criação de memes pela internet fora.
O ponto mais baixo foi definitivamente a dupla desqualificação na corrida da China. O momento mais deprimente para todos os tifosi logo no dia a seguir a vermos Lewis Hamilton a vencer a sua primeira corrida de sprint e também a primeira da Scuderia Ferrari. Tirando essa vitória de Hamilton, a única vez que voltou ao pódio foi na outra corrida de sprint em Miami. Idas ao pódio em corridas de domingo só Charles Leclerc é que já conseguiu – um 3.º lugar na Arábia Saudita e um agridoce 2.º lugar no Mónaco. Mas do lado dele, para além da tal desqualificação, também assistimos à batida em Miami que o impediu de participar na corrida de sprint. Não têm sido tempos felizes em pista (não esquecer a corrida em Ímola em que ambos falharam o acesso à Q3), e nas comunicações pelo rádio as coisas também não andam melhores. Lewis Hamilton já teve direito a viver o famoso “We are checking…” e na última corrida parecia que o engenheiro dele não queria nada com ele, ao ponto do britânico questionar se estava chateado com ele. Do lado do monegasco temos o momento que deu meme com Charles Leclerc a ouvir um “must be the water” e talvez o mais deprimente, quando ao falhar o acesso à Q3 em Itália ouvimos da sua parte uma série de “My god”, em que se sentia toda a frustração e desapontamento do piloto. Não se avizinham tempos melhores, e parece que o máximo de felicidade que vai ser possível aos tifosi viver este ano, serão as pequenas aparições de algum dos pilotos no pódio, mas não no degrau mais alto dele.
E pronto, é isso. Acho que já divaguei bastante sobre este primeiro terço de época e obviamente haveria muito mais para dizer, mas acho que este apanhado já representa bem o que se viveu nestas primeiras 8 corridas. Se leram até aqui e são adeptos da McLaren, os meus parabéns pela época que estão a ter. Se por acaso são tifosi como eu, olhem, estamos juntos e deprimimos todos em conjunto.
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