Campeonato Mundial Masculino de Voleibol 2025

Thiago MacielOutubro 12, 202511min0

Campeonato Mundial Masculino de Voleibol 2025

Thiago MacielOutubro 12, 202511min0
O Mundial Masculino ocorreu nas Filipinas entre 12 e 28 de setembro, marcando a primeira vez que o país sediou o torneio.

O Campeonato do Mundo de voleibol trouxe surpresas e desastres, novos heróis e grandes redenções, e relembramos tudo o que aconteceu.

Resumo e Destaques

O torneio masculino coroou a Itália, que se tornou a grande campeã mundial ao vencer a Bulgária na final.

  • Domínio Italiano: A Itália manteve sua hegemonia no voleibol masculino, conquistando mais um título e demonstrando solidez em todas as fases da competição.
  • A Grande Surpresa (Bulgária): A Bulgária foi a maior surpresa do campeonato. A equipe, liderada pelo jovem e potente oposto Aleksandar Nikolov (filho do lendário Vladdy Nikolov), superou adversários tradicionais, como a Eslovênia e a República Tcheca, para chegar à final. Nikolov foi um dos maiores pontuadores do torneio (150 pontos).
  • Fracasso do Brasil: A Seleção Brasileira Masculina teve uma campanha decepcionante e foi eliminada na primeira fase após ser derrotada pela Sérvia no Grupo H. Foi uma das eliminações mais precoces da história recente do time em Mundiais.
  • Surpresas no Mata-mata: Equipes como Portugal também surpreenderam, conseguindo a classificação para as oitavas de final em um grupo disputado que eliminou Cuba. A campanha da Bulgária até a final foi o ponto alto das zebras.
  • Anfitriãs: As Filipinas fizeram sua estreia histórica no Mundial como país-sede, mas foram derrotadas na partida de abertura e eliminadas na primeira fase.

As Grandes Decepções: Japão, França e Brasil

O Mundial Masculino de voleibol de 2025 foi marcado pela queda precoce de seleções que eram cotadas ao pódio ou, no mínimo, à fase eliminatória, incluindo o Brasil (que foi eliminado na primeira fase pelo Grupo H).

A Surpreendente Queda do Japão

O Japão, medalhista de bronze na VNL de 2024 e uma das seleções mais promissoras do cenário mundial, protagonizou a maior decepção da primeira fase.

  • Eliminação Relâmpago: O time foi eliminado no Grupo G após sofrer duas derrotas consecutivas por 3 sets a 0. A primeira veio contra a Turquia e a segunda, decisiva, contra o Canadá.
  • Problema no Ataque: O ponto chave da eliminação foi o baixo desempenho ofensivo. O astro e capitão Yuki Ishikawa, peça central do ataque japonês, teve um aproveitamento muito abaixo do esperado, especialmente no jogo crucial contra o Canadá.
  • Consequência: Com a Turquia e o Canadá garantindo as duas vagas do grupo para as oitavas de final, o Japão deu adeus ao torneio após apenas duas partidas, sendo a seleção de maior “peso” a cair tão cedo.

A Eliminação da França

A França, bicampeã olímpica e uma potência do voleibol, também teve uma campanha abaixo do esperado, resultando em sua eliminação na primeira fase.

  • Grupo C Equilibrado: A França estava no Grupo C com Argentina, Finlândia e Coreia do Sul. Apesar de ser favorita, o grupo se mostrou traiçoeiro.
  • Decisão na Última Rodada: A França lutou arduamente até o fim. No entanto, ela não conseguiu a classificação nas primeiras rodadas, deixando a decisão para um duelo crucial com a Argentina. A derrota no jogo final do grupo selou a eliminação.
  • Resultado Final: A França foi incapaz de avançar ao mata-mata, juntando-se ao Japão e ao Brasil na lista de grandes potências eliminadas na fase de grupos.

As Surpresas do Mata-Mata: Bélgica e Chéquia

Enquanto as favoritas caíam, algumas seleções mostraram garra e técnica, aproveitando o formato expandido para fazer campanhas históricas.

Bélgica: O Fator “Gigante Killer”

A Bélgica (Dragões Vermelhos) fez uma das campanhas mais notáveis da primeira fase e do início do mata-mata, sendo o grande carrasco do Grupo F:

  • Vitória Histórica sobre a Itália: Na fase de grupos, a Bélgica chocou o mundo ao vencer a atual campeã mundial, Itália, por 3 sets a 2 em um jogo eletrizante (25/23, 25/20, 22/25, 21/25 e 15/13). Essa vitória não apenas garantiu a classificação belga, mas também a liderança do grupo.
  • Destaque Individual: O jovem oposto Ferre Reggers foi o grande nome da Bélgica, figurando entre os maiores pontuadores do campeonato.
  • Caminho no Mata-mata: A Bélgica confirmou sua vaga nas quartas de final ao eliminar a Finlândia nas oitavas (3 a 0). Sua jornada só foi parada pela própria Itália (que conseguiu a revanche nas quartas, vencendo por 3 a 0). A campanha belga consolidou-se como uma das maiores surpresas do torneio.

Chéquia (República Tcheca): De Zebra a Semifinalista

A Chéquia fez uma trajetória de “cinderela” no torneio e chegou a disputar o bronze, um resultado absolutamente inesperado:

  • Classificação no Grupo do Brasil: No Grupo H, a Chéquia classificou-se em 2º lugar, atrás da Sérvia, superando o Brasil (que teve um desempenho instável). A Sérvia, inclusive, foi derrotada pela Chéquia por 3 a 0 na primeira fase.
  • O Mata-mata Fantástico:
    • Oitavas de Final: Venceu a Tunísia por 3 a 0.
    • Quartas de Final: Surpreendeu ao vencer a forte equipe do Irã por 3 a 1.
  • Chegada à Semifinal: O time tcheco chegou à semifinal e só foi parado pela grande surpresa finalista, a Bulgária. Na disputa pela medalha de bronze, a Chéquia perdeu para a Polônia por 3 sets a 1, mas a 4ª colocação final foi, sem dúvida, um dos maiores feitos da história recente do país no voleibol. O oposto Patrik Indra também terminou o torneio entre os líderes em pontuação.

Campanha da Bulgária (Vice-Campeã)

A Bulgária foi a grande surpresa do Mundial, alcançando a final após 55 anos (a última havia sido em 1970). A equipe demonstrou grande poder de reação e consistência ao longo do torneio.

Fase de Grupos:

Os búlgaros tiveram uma primeira fase impecável, com de aproveitamento:

  • Bulgária Alemanha
  • Bulgária Eslovênia
  • Bulgária Chile

Fase Final (Mata-Mata):

A Bulgária enfrentou confrontos duros no mata-mata, mostrando resiliência:

  • Oitavas de Final: Bulgária Portugal
  • Quartas de Final: Estados Unidos Bulgária (demonstração de poder de reação ao virar um jogo que parecia perdido)
  • Semifinal: Tchéquia Bulgária
  • Final: Bulgária Itália

O jovem ponteiro Aleksandar Nikolov foi o grande nome da seleção búlgara, sendo o maior pontuador do torneio com 173 pontos e um dos destaques na Seleção do Mundial. Apesar da derrota na final, a Bulgária conquistou a medalha de prata, seu melhor resultado em mundiais desde 1970.

A seleção italiana, atual campeã mundial (título de 2022), confirmou seu favoritismo e conquistou o pentacampeonato (o 5º título mundial) com uma campanha sólida.

Fase de Grupos:

A Itália perdeu apenas um jogo na fase de grupos, para a Bélgica, mas se recuperou com vitórias convincentes:

  • Itália Argélia
  • Itália Bélgica (única derrota na campanha)
  • Itália Ucrânia

Fase Final (Mata-Mata):

A partir das oitavas de final, a Itália mostrou sua força e não perdeu mais nenhum set até a final:

  • Oitavas de Final: Argentina Itália
  • Quartas de Final: Itália Bélgica (vingando a derrota da fase de grupos)
  • Semifinal: Polônia Itália
  • Final: Bulgária Itália (Parciais: 25/21, 25/17, 17/25 e 25/10)

O ponteiro Alessandro Michieletto foi um dos grandes destaques da equipe e foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) da competição.

O que esperar das próximas edições?

A Itália mostrou ser a força dominante do voleibol mundial em 2025, faturando os dois títulos. As próximas edições (Feminino nos EUA e Canadá em 2027, e Masculino na Polônia em 2027) prometem ser igualmente competitivas, com o Brasil buscando se recuperar do mau desempenho no Masculino

Em resumo, o Mundial de 2025 masculino provou que o voleibol está cada vez mais globalizado e sem espaço para erros. As falhas de Japão, França e Brasil foram imediatamente capitalizadas por seleções em ascensão como Bélgica e, principalmente, a surpreendente Chéquia, que mostrou que é possível sonhar alto no novo formato do torneio.


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