Um tricampeão eternizado: a Dinamarca no topo do Mundial

Bernardo GalanteJaneiro 30, 20235min0

Um tricampeão eternizado: a Dinamarca no topo do Mundial

Bernardo GalanteJaneiro 30, 20235min0
A Dinamarca atingiu, novamente, o Olimpo do andebol mundial derrotando a França numa super final analisada com um convidado especial

A França não conseguiu impedir aquilo que, em 2013, acabaria por não conseguir: ser a única nação na história a alcançar o tricampeonato. A Dinamarca, não foi de modas, e assinou o seu nome como o primeiro e único tricampeão mundial da história.

A última oportunidade que uma seleção teve para se tornar tricampeã mundial foi, em 2013, num Campeonato do Mundo realizado em território espanhol. A oportunidade pertencia à França, após as vitórias em 2009 e 2011, contudo a Croácia, nos Quartos de Final, acabaria por arruinar-lhes um sonho. Essa mesma edição viria a ser conquistada pela seleção da casa, a Espanha.

Na 28ª edição do Campeonato do Mundo realizada entre a Polónia e a Suécia, os países nórdicos foram fortes oponentes para os seus adversários à medida que a competição ia decorrendo. A Dinamarca chegava a esta fase com o selo de bicampeã mundial, algo que os faria sonhar com a possibilidade de se tornarem na primeira seleção do Mundo a chegar ao tricampeonato… o que acabou por acontecer.

O trono de rei está entregue no reino da Dinamarca… ou não será bem assim?

Simon Pytlick encontra-se presente na All-Star Team do Mundial. Mathias Gidsel foi eleito o MVP da competição e sagrou-se no melhor marcador da prova sem converter um único sete metros, algo que nunca tinha acontecido, até então.

Redutor seria afirmar que o talentoso Mathias Gidsel seria o rei num trono recheados de príncipes do andebol mundial, assumindo, todos eles, um papel extremamente importante. Niklas Landin – que, na momentos chave da final, fechou a baliza e não permitiu a França ganhar alento -, Rasmus Lauge (somou 10 golos em toda a competição, sendo que foram todos consumados na final frente à França), o experiente Mikkel Hansen, Kevin Moller, entre tantos outros.

Com a ajuda de Ricardo Vasconcelos, selecionador da Grã-Bretenha, fomos tentar perceber o quão importante é um guardião na conquista de uma grande prova como o Campeonato do Mundo e, em jeito de desafio, questionámos o técnico natural do Penedono sobre quem preteria entre Gidsel e Landin, caso fossem portugueses e a resposta deixa-nos com algumas reflexões em mente. “O papel do GR no andebol é, como se sabe, preponderante. Um bom guarda-redes faz a diferença e, muitas vezes, ganha competições. Escolhia o Landim, indiscutivelmente. Colocando-me (com todo o respeito) no papel do Paulo, julgo que a nossa opção principal para LD está muito bem entregue e tem potencial para ultrapassar o Gidsel. O Landim é fenomenal e faz toda a diferença”, salientou.

A final caiu para o lado da Dinamarca, após vencer a França, por 29-34, consumando o seu nome na história do andebol mundial, fruto de uma participação imaculada na competição. Em nove encontros, os dinamarqueses apenas empataram frente à Croácia a 32 bolas, tendo anotado oito vitórias, diante da Bélgica, Barém, Tunísia, Estados Unidos, Hungria, Espanha e, por último, frente à França.

Estados Unidos da América: a surpresa para Ricardo Vasconcelos

À boleia da conversa com o técnico da Grã-Bretanha, eis que fomos ao encontro da surpresa da competição para Ricardo Vasconcelos. “As duas vitórias dos Estados Unidos da América foram a surpresa do campeonato, pois são uma equipa proveniente de um país sem expressão andebolística e sem estrutura consolidada ao nível de competições internas, formação, etc”, salientou.

Os Estados Unidos da América comandados pelo sueco Robert Hedin, alcançaram a Ronda Principal da competição, após vencerem na jornada inaugural a seleção marroquina por 27-28. Após esse encontro, os americanos somaram quatro derrotas (Croácia, Egito, Barém e Dinamarca), despedindo-se da prova com uma vitória perante a Bélgica (24-22), somando assim 2 pontos no Grupo IV da Main Round.

“Em sentido contrário, as prestações de Marrocos, Tunísia e Macedónia do Norte ficaram, no meu entender, bastante aquém do esperado”, completou.

O mesmo top-4 pela segunda edição consecutiva

Em 2021, Espanha defrontou a Dinamarca nas meias-finais e a França mediu forças com a Suécia. Na altura, Dinamarca e Suécia levariam a melhor e defrontar-se-iam numa Final, que acabaria por ser ganha pelos dinamarqueses pela segunda vez consecutiva.

Dois anos se passaram e os mesmos confrontos tiveram lugar nas meias-finais, porém, desta feita, a França bateria a Suécia e acabaria por marcar presença na grande Final… diante da bicampeã Dinamarca, que acabaria por se tornar tri.

No entanto, no jogo de atribuição da medalha de Bronze só se alterou o adversário, porque a vitória sorriu, pela segunda edição consecutiva, para o lado espanhol. Em 2021, a Espanha bateria a França por 35-29, desta feita, derrotou a Suécia, no seu reduto, por 36-39, num encontro em que o ataque se sobrepôs às respetivas defesas.

Que próxima grande competição se avizinha? Eis o Europeu de 2024

Apesar da qualificação para o Campeonato da Europa do próximo ano, ainda estarem a decorrer eis que já é possível prever (com algumas “certezas”) que Portugal, Macedónia do Norte, Noruega, Sérvia, Islândia, Chéquia, Áustria, Croácia, Suíça, Hungria, Eslovénia, Montenegro, Polónia, França, Alemanha, Espanha, Dinamarca, Suécia e França estarão presentes.

Para Ricardo Vasconcelos, a turma comandada por Paulo Jorge Pereira é candidata a realizar um “brilharete” e surpreender a europa do andebol. “Somos sempre candidatos. Conquistar uma medalha seria um “brilharete”, e é possível”, concluiu.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS