Um tricampeão eternizado: a Dinamarca no topo do Mundial
A França não conseguiu impedir aquilo que, em 2013, acabaria por não conseguir: ser a única nação na história a alcançar o tricampeonato. A Dinamarca, não foi de modas, e assinou o seu nome como o primeiro e único tricampeão mundial da história.
A última oportunidade que uma seleção teve para se tornar tricampeã mundial foi, em 2013, num Campeonato do Mundo realizado em território espanhol. A oportunidade pertencia à França, após as vitórias em 2009 e 2011, contudo a Croácia, nos Quartos de Final, acabaria por arruinar-lhes um sonho. Essa mesma edição viria a ser conquistada pela seleção da casa, a Espanha.
Na 28ª edição do Campeonato do Mundo realizada entre a Polónia e a Suécia, os países nórdicos foram fortes oponentes para os seus adversários à medida que a competição ia decorrendo. A Dinamarca chegava a esta fase com o selo de bicampeã mundial, algo que os faria sonhar com a possibilidade de se tornarem na primeira seleção do Mundo a chegar ao tricampeonato… o que acabou por acontecer.
The 2023 world champions: ?? Denmark#POLSWE2023 #sticktogether pic.twitter.com/7mekPF5PtP
— International Handball Federation (@ihf_info) January 29, 2023
O trono de rei está entregue no reino da Dinamarca… ou não será bem assim?
Simon Pytlick encontra-se presente na All-Star Team do Mundial. Mathias Gidsel foi eleito o MVP da competição e sagrou-se no melhor marcador da prova sem converter um único sete metros, algo que nunca tinha acontecido, até então.
The #POLSWE2023 All-star Team ⭐ pic.twitter.com/RSh7lC3jiY
— International Handball Federation (@ihf_info) January 29, 2023
Redutor seria afirmar que o talentoso Mathias Gidsel seria o rei num trono recheados de príncipes do andebol mundial, assumindo, todos eles, um papel extremamente importante. Niklas Landin – que, na momentos chave da final, fechou a baliza e não permitiu a França ganhar alento -, Rasmus Lauge (somou 10 golos em toda a competição, sendo que foram todos consumados na final frente à França), o experiente Mikkel Hansen, Kevin Moller, entre tantos outros.
A huge final for ?? Rasmus Lauge ? The Denmark back missed several games at #POLSWE2023 due to injury and had scored no goals before the trophy game, then unleashed 10 on the path to the world title ?#sticktogether pic.twitter.com/kTXnc4hU5D
— International Handball Federation (@ihf_info) January 30, 2023
Com a ajuda de Ricardo Vasconcelos, selecionador da Grã-Bretenha, fomos tentar perceber o quão importante é um guardião na conquista de uma grande prova como o Campeonato do Mundo e, em jeito de desafio, questionámos o técnico natural do Penedono sobre quem preteria entre Gidsel e Landin, caso fossem portugueses e a resposta deixa-nos com algumas reflexões em mente. “O papel do GR no andebol é, como se sabe, preponderante. Um bom guarda-redes faz a diferença e, muitas vezes, ganha competições. Escolhia o Landim, indiscutivelmente. Colocando-me (com todo o respeito) no papel do Paulo, julgo que a nossa opção principal para LD está muito bem entregue e tem potencial para ultrapassar o Gidsel. O Landim é fenomenal e faz toda a diferença”, salientou.
A final caiu para o lado da Dinamarca, após vencer a França, por 29-34, consumando o seu nome na história do andebol mundial, fruto de uma participação imaculada na competição. Em nove encontros, os dinamarqueses apenas empataram frente à Croácia a 32 bolas, tendo anotado oito vitórias, diante da Bélgica, Barém, Tunísia, Estados Unidos, Hungria, Espanha e, por último, frente à França.
Estados Unidos da América: a surpresa para Ricardo Vasconcelos
À boleia da conversa com o técnico da Grã-Bretanha, eis que fomos ao encontro da surpresa da competição para Ricardo Vasconcelos. “As duas vitórias dos Estados Unidos da América foram a surpresa do campeonato, pois são uma equipa proveniente de um país sem expressão andebolística e sem estrutura consolidada ao nível de competições internas, formação, etc”, salientou.
Os Estados Unidos da América comandados pelo sueco Robert Hedin, alcançaram a Ronda Principal da competição, após vencerem na jornada inaugural a seleção marroquina por 27-28. Após esse encontro, os americanos somaram quatro derrotas (Croácia, Egito, Barém e Dinamarca), despedindo-se da prova com uma vitória perante a Bélgica (24-22), somando assim 2 pontos no Grupo IV da Main Round.
When you make a great save that ultimately doesn't count, but back it up with a penalty save ?♂️ Pal Merkovszky for the ?? USA on the way to their first main round win ??#POLSWE2023 #sticktogether pic.twitter.com/0SnkipltXh
— International Handball Federation (@ihf_info) January 23, 2023
“Em sentido contrário, as prestações de Marrocos, Tunísia e Macedónia do Norte ficaram, no meu entender, bastante aquém do esperado”, completou.
O mesmo top-4 pela segunda edição consecutiva
Em 2021, Espanha defrontou a Dinamarca nas meias-finais e a França mediu forças com a Suécia. Na altura, Dinamarca e Suécia levariam a melhor e defrontar-se-iam numa Final, que acabaria por ser ganha pelos dinamarqueses pela segunda vez consecutiva.
Dois anos se passaram e os mesmos confrontos tiveram lugar nas meias-finais, porém, desta feita, a França bateria a Suécia e acabaria por marcar presença na grande Final… diante da bicampeã Dinamarca, que acabaria por se tornar tri.
No entanto, no jogo de atribuição da medalha de Bronze só se alterou o adversário, porque a vitória sorriu, pela segunda edição consecutiva, para o lado espanhol. Em 2021, a Espanha bateria a França por 35-29, desta feita, derrotou a Suécia, no seu reduto, por 36-39, num encontro em que o ataque se sobrepôs às respetivas defesas.
Influential from the start in the #POLSWE2023 final ? Niklas Landin ?? with a great penalty save ?#POLSWE2023 #sticktogether pic.twitter.com/TY26IodnOK
— International Handball Federation (@ihf_info) January 29, 2023
Que próxima grande competição se avizinha? Eis o Europeu de 2024
Apesar da qualificação para o Campeonato da Europa do próximo ano, ainda estarem a decorrer eis que já é possível prever (com algumas “certezas”) que Portugal, Macedónia do Norte, Noruega, Sérvia, Islândia, Chéquia, Áustria, Croácia, Suíça, Hungria, Eslovénia, Montenegro, Polónia, França, Alemanha, Espanha, Dinamarca, Suécia e França estarão presentes.
Para Ricardo Vasconcelos, a turma comandada por Paulo Jorge Pereira é candidata a realizar um “brilharete” e surpreender a europa do andebol. “Somos sempre candidatos. Conquistar uma medalha seria um “brilharete”, e é possível”, concluiu.