Verão de Ondas Grandes: a Tempestade Erin e o Surf em Portugal

Palex FerreiraSetembro 5, 20253min0

Verão de Ondas Grandes: a Tempestade Erin e o Surf em Portugal

Palex FerreiraSetembro 5, 20253min0
Como é que uma tempestade de Verão afectou o surf em Portugal? Palex Ferreira explica tudo neste artigo para o público do Fair Play

O verão de 2025 não foi apenas sol e praias cheias. Foi também um verão de ondas grandes, que surpreendeu surfistas e banhistas de norte a sul. Entre os vários swells que chegaram à costa portuguesa, destacou-se a força vinda da tempestade Erin, que no Atlântico se transformou num motor de energia marítima capaz de enviar linhas poderosas até ao nosso litoral.

Um verão diferente, com mar de inverno

Normalmente, o verão português é conhecido por ondas mais pequenas, boas para aprender e para um surf mais descontraído. Mas este ano foi diferente: várias vezes o mar apresentou-se com perfis de inverno — ondas maiores, séries longas e corrente forte.

A chegada do swell de Erin, no final de agosto, foi o auge desta tendência: a Nazaré mostrou-se em modo outono, com ondas a rondar os 7 a 8 metros, e praias como Carcavelos, Ericeira ou Peniche tiveram dias de mar pesado, que afastaram banhistas mas fizeram a alegria de quem vive para o surf.

O surf: entre a festa e o desafio

Para surfistas experientes, este verão foi um presente. Sessões memoráveis ficaram gravadas na memória, desde os tubos pesados da Ericeira até às paredes longas de Peniche. No entanto, não foi um mar para todos: muitos iniciantes tiveram de ficar em terra, e os próprios surfistas mais rodados sabiam que não bastava entusiasmo — era preciso respeito e técnica.

O verão transformou-se numa espécie de “pré-temporada” para o inverno das ondas grandes, onde se treina o corpo, mas também a cabeça. Cada entrada no mar era uma lição de humildade.

O lado dos banhistas e a segurança

Enquanto os surfistas celebravam, os banhistas enfrentavam outro cenário. As praias estiveram muitas vezes sob bandeira vermelha, e a rebentação forte obrigou a dezenas de resgates.

Aqui vê-se o contraste: para uns, o mar foi palco de conquistas; para outros, foi um risco desnecessário. E é precisamente nestes momentos que ganha importância o respeito pelas bandeiras — porque a mesma onda que dá adrenalina a um surfista pode ser perigosa para quem só queria refrescar-se.

Conclusão: o verão em que o mar falou alto

A tempestade Erin marcou o fim de um verão raro: praias cheias, calor constante e ondas que pareciam de inverno. Um lembrete de que o mar não segue calendários e de que o Atlântico continua a ser indomável. Para os surfistas, ficará na memória como um verão de sessões épicas. Para os banhistas, uma chamada de atenção: o mar pode ser belo, mas pede sempre respeito.

Trajecto da tempestade Erin. fonte: Surfline
Trajecto da tempestade Erin. fonte: Surfline

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS