Ponto de situação dos surfistas nacionais na luta pela WSL
O Anglet Pro 2024 (WS 3000) terminou e os surfistas portugueses estiveram em destaque. No quadro masculino, Afonso Antunes e Guilherme Ribeiro foram os atletas que mais se destacaram, mas é de louvar a prestação coletiva dos portugueses que viajaram até Anglet, no sudoeste de França, para competir no World Qualifying Series (WQS).
Afonso Antunes, que saiu de Pantín com uma vitória impressionante e chegou a liderar o ranking europeu, viu o primeiro lugar escapar-lhe em Anglet para o basco Keoni Lasa. No entanto, Antunes continua a demonstrar um nível elevado de competitividade e é um dos grandes talentos em ascensão. Guilherme Ribeiro, por sua vez, também teve uma excelente prestação e este ano já garantiu a sua qualificação para representar Portugal no Challenger Series, que dá acesso ao Championship Tour.
No quadro feminino, Portugal apresenta igualmente uma forte representação. Teresa Bonvalot (5ª no ranking), Francisca Veselko (6ª), Carolina Mendes (9ª), Mafalda Lopes (15ª) e Gabriela Dinis (25ª) têm todas mostrado um elevado nível competitivo. Bonvalot, além disso, já tinha alcançado a qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, juntamente com a Yolanda Hopkins (ambas a disputarem os Chaleengers series com Guilherme Ribeiro e Frederico Morais), sendo um dos grandes nomes do surf nacional e internacional.
Portugal está a desenvolver uma geração de atletas de alto nível, refletida não apenas nos resultados, mas também nas prestações consistentes nos principais circuitos europeus e mundiais. Este crescimento não se limita ao surf, mas abrange outras modalidades de ondas. No longboard, António Dantas destaca-se como o representante português no World Surf Tour, estando prestes a competir na piscina de ondas de Abu Dhabi. Dantas, juntamente com Frederico Carrilho e Filipe Ferreira e a Raquel Bento, onde competiram recentemente no Belza Classic Pro, em Biarritz, França, mostrando que o longboard português também está em ascensão no cenário internacional.
O surf, tanto competitivo quanto de lazer, experimentou um crescimento significativo em Portugal na última década. Grandes investimentos, liderados pela Associação Nacional de Surfistas (ANS) e pela Federação Portuguesa de Surf (FPS), têm sido feitos para desenvolver as modalidades de ondas. Esta aposta está a dar frutos, com muitos surfistas portugueses a alcançar destaque internacional. Clubes de surf locais e marcas também têm desempenhado um papel crucial neste crescimento, ao apoiarem financeiramente os atletas e criarem condições para que possam competir ao mais alto nível.
Portugal assume, assim, um papel de destaque nos principais circuitos de surf e modalidades de ondas. Em 2024, muitos dos jovens talentos poderão concretizar o sonho de viver exclusivamente do surf, algo que há poucos anos seria impensável para tantos atletas. O futuro do surf português é promissor e o país está cada vez mais consolidado como uma potência no mundo das ondas.
Isto reflete não apenas o sucesso recente dos surfistas portugueses, mas também o impacto estrutural e o trabalho que tem sido desenvolvido, por outros eventos grandes que decorrem em Portugal como Gliding Barnacles na Figueria da Foz pelo Eurico Gonçalves e o Sliding Society em Faro por Manuel Mestre, entre outros que vão acontecendo em Portugal de norte a sul, numa ótica mais de freesurf que de competição, mas igualmente importante no crescente de nível que estamos a ter por cá.