Desporto e Saúde Mental: O Papel da Disciplina nos Desportos de Ondas

Palex FerreiraNovembro 23, 20252min0

Desporto e Saúde Mental: O Papel da Disciplina nos Desportos de Ondas

Palex FerreiraNovembro 23, 20252min0
Palex Ferreira aborda a importância do surf, bodyboard e outros desportos de ondas na saúde mental e como pode ser chave para os jovens atletas

 

Os desportos de ondas — surf, bodyboard, longboard, SUP — não são apenas uma atividade física; são uma forma de vida. Exigem contacto com a natureza, leitura do mar e um equilíbrio entre corpo e mente. Cada sessão é um desafio que depende de variáveis incontroláveis: vento, maré, ondulação e estado emocional. Por isso mesmo, quem pratica acaba por desenvolver uma relação íntima com a paciência, a persistência e, acima de tudo, a disciplina.

Disciplina: mais que rotina, é caráter

Nos desportos de ondas, a disciplina não é só acordar cedo para aproveitar a maré certa. É aceitar que nem todos os dias há boas ondas, mas mesmo assim manter o compromisso com o treino, a alimentação e o descanso.

É remar quando o corpo já pede para parar. É levantar-se depois de uma queda, não uma vez, mas cem vezes.

Essa disciplina, construída no mar, transfere-se para a vida fora dele: melhora a capacidade de lidar com a frustração, aumenta a tolerância à incerteza e reforça a autoconfiança. O surf ensina que o controlo é limitado — mas a atitude é escolha nossa.

Impacto na saúde mental

Estudos já mostram que atividades físicas regulares reduzem sintomas de ansiedade e depressão. No surf, esse efeito é amplificado pela exposição ao ambiente natural e pelo estado de flow — aquele momento em que tudo o resto desaparece e só existe o presente.

A disciplina ajuda a transformar o surf num ritual terapêutico: o atleta aprende a respeitar os ciclos do corpo e da natureza, encontra foco e estrutura mental. É uma espécie de meditação em movimento, mas com sal, vento e liberdade.

O equilíbrio entre liberdade e compromisso

O surf é muitas vezes visto como um desporto livre, rebelde, quase anárquico. Mas quem realmente o vive sabe que a liberdade só existe quando há base: técnica, treino, respeito e rotina. A disciplina não mata a liberdade — dá-lhe forma. Sem ela, o surf é só sorte. Com ela, é evolução, dentro e fora de água.


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