Palex Ferreira explica a importância de saber o que fazer em caso de agueiros com este artigo a oferecer várias ajudas a surfistas e banhistas
O que são agueiros?
Os agueiros (ou correntes de retorno) são correntes de água fortes que se formam nas praias, geralmente em áreas onde a água do mar quebrou na areia e precisa retornar ao oceano. Em vez de se dispersarem lentamente, estas correntes concentram-se em canais estreitos e fluem para fora com grande velocidade.
Ilustração de uma corrente de retorno: as setas mostram a direção da corrente perigosa.
Como Identificar um Agueiro
Uma área onde as ondas não quebram como nas zonas adjacentes.
Água com cor diferente (geralmente mais escura) devido à profundidade.
Espuma ou detritos a serem sugados mar adentro.
Os perigos para os banhistas
A principal ameaça dos agueiros é a sua capacidade de puxar banhistas para longe da costa rapidamente. Muitas pessoas entram em pânico e tentam nadar contra a corrente, o que pode levar ao esgotamento e, infelizmente, ao afogamento.
Locais de risco
Praias oceânicas, especialmente com grande variação de marés.
Barras de rio com ligação ao mar.
Praias fluviais em zonas de corrente forte e fundo irregular.
O papel dos surfistas: anjos de prancha na mão
Ao longo dos anos, surfistas têm sido aliados silenciosos dos banhistas em perigo. Com o seu conhecimento das marés, correntes e comportamento do mar, estão frequentemente entre os primeiros a identificar e resgatar pessoas em dificuldades.
Exemplos de Ajuda Prestada
Salvamentos rápidos antes da chegada dos nadadores-salvadores.
Indicação de zonas seguras a frequentadores da praia.
Colaboração com entidades de segurança para sinalização de aguêiros.
Muitos surfistas, sem qualquer obrigação formal, colocam a sua própria vida em risco para salvar desconhecidos — uma verdadeira rede de proteção espontânea e altruísta.
O que falta para consciencializar?
Apesar das campanhas sazonais, muitos banhistas continuam sem reconhecer um aguêiro ou saber como reagir. Eis alguns dos principais obstáculos:
Desconhecimento Visual – Falta de sinalética clara e didática nas praias.
Educação Preventiva – Falta de programas educativos nas escolas e redes sociais.
Acesso a Informações Locais – Ausência de mapas de risco nas praias e apps de maré.
Se fores apanhado num agueiro, não entres em pânico. Segue estes passos:
Não lutes contra a corrente! Nada paralelamente à costa (em linha reta ao longo da praia) para sair do canal da corrente.
Deixa-te levar com controle: A corrente perde força mais ao largo; depois, nada diagonalmente de volta à costa.
Sinaliza por ajuda: Levanta um braço e grita por socorro.
Mantém a calma e conserva energia.
Identificação de uma agueiro
Formas de melhorar a consciencialização
Painéis educativos fixos nas praias, com ilustrações simples.
Workshops gratuitos de segurança balnear promovidos por municípios e associações de surf.
Campanhas digitais nas redes sociais com vídeos e infográficos.
Formação nas escolas sobre segurança aquática.
Integração de surfistas como “vigias comunitários” informais.
Conclusão
Os agueiros são perigos invisíveis, mas não inevitáveis. Com conhecimento, prevenção e a colaboração entre surfistas, nadadores-salvadores e a população, muitas tragédias podem ser evitadas. A consciencialização é a primeira linha de defesa — e começa com a partilha de informação como esta.
É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.