Supertaça Futsal 2019: Vitória de luxo no palácio do futsal
Joel Rocha, treinador do SLB, definia o jogo da final como o melhor jogo do mundo da modalidade, atendendo ao nível dos jogadores de ambos os plantéis e ao nível de execução que eles são capaz de colocar em campo. Não disse, mas acrescentamos nós, os técnicos portugueses também são dos melhores do mundo. Para ajudar a consubstanciar estas considerações o jogo disputou-se no Palácio dos Desportos em Torres Novas, apinhado de adeptos.
Mas para um grande espectáculo, que indiscutivelmente o foi, faltou um tempero que habitualmente ajuda a apimentar os derby’s: a emoção gerada pelo balançar da liderança do marcador de campo para campo. A entrada a matar do leão sufocou a águia, fazendo com que esta só acordasse já com dois golos no seu ninho, da autoria de Rocha e Taynan.
Os comandados de Joel Rocha aprestaram-se a reagir, mas o Sporting apareceu com Guita, que foi bloqueando de todas as formas e feitios os remates constantes. Os rapazes de Nuno Dias, castigado, reagiram com frieza e inteligência, sabendo descansar atrás. É o que ritmo imposto de inicio a manter-se de forma constante iria apresentar uma factura difícil de fazer frente, mais ainda no inicio de época. A primeira parte acabaria assim como quase começara: dois golos de vantagem para os campeões europeus.
Se a primeira parte foi o que foi pode-se dizer que a segunda começou em modo Chaguinha. A infelicidade do jogador benfiquista ao fazer um autogolo deitou por terra qualquer veleidade de reacção. Quando o SLB deu conta o jogo estava já decidido, com o placard a registar 5-0, golos de Chaguinha (p.b.), Rocha e Cardinal. O jogo haveria de terminar com meia dúzia de golos, como o vencedor a deixar o campeão nacional completamente ofuscado e até confundido com o que lhe acabava de acontecer.
Saliência para a habitual magia de Merlin e para a imperturbabilidade dos leões a opor-se ao 5-4 do tudo ou nada. Fica assim desfeito o empate em vitórias nesta competição, com o Sporting a distanciar-se do adversário, que fica parado na casa oito, neste jogo em busca permanente para ocupar a casa da glória. Apesar do desnível do resultado ninguém espera que esta seja a nota dominante da próxima época. O ombro a ombro entre os dois gigantes da modalidade vai continuar em cada uma das competições em que entrarem. Mas realmente foi um espectáculo total e um jogo que merece a etiqueta de “Melhor Jogo do Mundo da modalidade”?
Se não olharmos para os espectaculares nomes que ostentam as camisolas de ambos os lados, o jogo em si foi recheado de uma intensidade genial como já foi demonstrado, seja pelo caudal ofensivo dominador e “ditatorial” dos leões ou pela forma como André Coelho continuou a insistir no manobrar de uma possível reviravolta que nunca se sucedeu. Faltou mais coesão ao SL Benfica durante praticamente todo o jogo e a impossibilidade de assentar um ritmo de jogo que manipulasse a equipa de Nuno Dias a entrar num tipo de estratégia menos lúcido, acabou por ser vital e preponderante para o resultado final.
MVP DA SUPERTAÇA – CAPITÃO MATOS PARA TODA A OBRA
Pode não ter sido o melhor em termos exibicionais, já que Rocha com dois golos e mais uma assentada de pormenores fez furor ou Taynan com um toque de bola explosivo e pautado por um ritmo alucinante conseguiu descobrir formas de desmontar a defesa encarnada, mas João Matos é sem dúvida alguma o jogador-nuclear deste Sporting Clube de Portugal.
Soberbo no comando da equipa, assertivo e friamente eficaz na condução de bola e sempre um pêndulo defensivo de elevada qualidade, o internacional português de 32 anos foi um dos responsáveis pela vitória incontestável dos verde-e-brancos.