O skateboarding competitivo: a situação portuguesa a nível mundial
O Skateboarding nacional não podia estar em melhores mãos, com Gustavo Ribeiro a vencer a última etapa da SLS em Salt Lake City trazendo pela primeira vez o título para Portugal. O atleta nacional que recentemente obteve o diploma olímpico na vertente de Street em Tóquio tem estado nos lugares cimeiros do Ranking Mundial de Street.
Gustavo surgiu pela primeira vez nos holofotes do skateboarding competitivo depois de vencer o Tampa AM (o mais antigo campeonato de skateboarding amador) em 2017 que lhe valeu um bilhete para a etapa da SLS Londres de 2018 onde conseguiu qualificar-se para as finais e terminar em 7º lugar naquela que foi a sua primeira participação numa prova da SLS. Em 2019 Gustavo qualificou-se para o SLS World Championships e chegou às meias-finais, prestação que lhe valeu um lugar na SLS World Tour.
Em 2019 conquistou mais duas medalhas, uma de prata na SLS Londres e uma de bronze na SLS São Paulo. Depois desta prova todas as competições foram suspensas devido à situação provocada pela pandemia. Neste ano de 2021 Gustavo Ribeiro estreou-se na SLS com uma vitória em Salt Lake City e promete lutar pelo título no Circuito. Num futuro recente Gustavo Ribeiro deverá andar pela Florida onde irá competir no Tampa PRO (15-17 de Outubro) e na próxima etapa da SLS em Miami (29-30 de Outubro), ambos os eventos contam para o Ranking Mundial.
Enquanto Gustavo Ribeiro se destaca a nível internacional, a nível nacional, com a inclusão do skateboarding nos Jogos Olímpicos o pelouro da modalidade transitou para a Federação Portuguesa de Patinagem que decidiu criar a Liga Pro Skate em 2021. A Liga Pro Skate foi criada com o intuito de desenvolver o skateboarding Street competitivo e promover a igualdade entre a categoria masculina e feminina atribuindo prémios monetários semelhantes em ambas as categorias. Os prémios monetários acumulam até um valor superior a 50.000€, algo que torna a competição muito mais atractiva para os skateboarders embora ainda longe de um panorama de profissionalização geral dos melhores atletas nacionais. Ao dia de hoje já foram realizadas 4 etapas, a do Porto, Aveiro, Almada e a de Cascais e ainda estão por realizar as etapas de Lisboa (10 a 14 de Novembro) e as de Faro e Mealhada em que as datas ainda estão por definir, no fim, será atribuído o título de campeão nacional a quem obter o melhor resultado no somatório das quatro melhores qualificações individuais das sete provas realizadas.
Ao fim de quatro etapas Virgínia Fontes é quem lidera o ranking feminino com três vitórias em três participações seguida por Rafaela Alexandra e Margarida Cepeda, na categoria masculina quem lidera o ranking nacional é Bruno Senra com três vitórias em quatro participações seguido de Gabriel Ribeiro e Roger Silva.
Gustavo comanda o skateboarding nacional além fronteira mas embora o nome do atleta olímpico ecoe por Portugal como a cara da modalidade, existem outros atletas com condições para lutarem por um lugar em Paris 2024. O segundo nome mais sonante no skateboarding competitivo em Portugal é o de Gabriel Ribeiro, irmão gémeo de Gustavo, ele que sempre competiu a um nível semelhante (por vezes superior) ao de Gustavo teve menos sorte nos últimos tempos, fruto de sucessivas lesões que tem sofrido. Hoje Gabriel está mais próximo da sua melhor forma e vai competindo na Liga Pro Skate enquanto recupera o ritmo perdido.
Gabriel terminou a época de 2021 no 52º lugar do Ranking Mundial e logo atrás dele está Bruno Senra, o skateboarder de Almada tem estado em grande forma na Liga Pro Skate e tem tido boas prestações lá fora que permitiram terminar a época de 2021 na 56ª posição do Ranking Mundial. Outros skateboarders portugueses que devem ser referenciados embora não constem no Ranking Mundial são Jorge Simões, skateboarder do Porto que tem estado afastado do skateboarding competitivo mas apresenta nível para competir por um lugar nos Jogos Olímpicos e o jovem Madu Teixeira, skateboarder do Porto com apenas 12 anos, tem mostrado um grande nível mesmo para a sua idade, competindo por pódios na Liga Pro Skate. No que toca ao skateboarding feminino a nível internacional, este ainda está algo distante do patamar do masculino, no entanto as atletas lusas têm mostrado grande evolução. Nomes como Virginia Fortes, Rafaela Alexandra, Margarida Cepeda ou Maria Pinto Alves têm dado nas vistas na Liga Pro Skate e prometem levar o skateboarding nacional a novas experiências internacionais.
De notar que todos estes skateboarders portugueses competem na vertente de Street, a mais comum em Portugal fruto do pouco investimento nas restantes. É inexistente em Portugal qualquer infraestrutura para a prática de Park ou Vert a nível competitivo, no Parque das Gerações em São João do Estoril espera-se pelo primeiro Bowl Olímpico de Portugal depois deste projecto vencer o Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Cascais em 2017 e desde esse dia nada ter sido feito a esse respeito.