Como o Touch Rugby pode ajudar o rugby
Escrever sobre Touch Rugby numa fase de confinamento, não é fácil. Futuramente iremos abordar outros temas do Touch Rugby a nível nacional e internacional, contudo este Covid19 apanhou-nos de surpresa, alterou as nossas vidas, os nossos hobbies e por essa razão, alterou também a linha editorial que tinha sido pensada.
Uma modalidade a querer ganhar o seu espaço nunca convive bem com viroses; as competições foram suspensas, os treinos proibidos e os atletas a terem como única opção, o exercício individual e muitas vezes em casa. É certo que esta situação foi transversal a todo mundo desportivo, mas nesta rubrica tratamos apenas de Touch Rugby.
PASSADO
Durante a presente época, conseguiu concluir-se a Taça Sul com a vitoria do C.R.Técnico;no entanto foram canceladas as provas:
- Open All – Circuito Nacional
- Mixed Open
E foram suspensas as seguintes:
- 2ª Etapa da Taça Regional Norte/Centro
- A Final da Taça de Portugal prevista para o Portugal Rugby Youth Festival foi também suspensa.
Tambem o European Touch Championship em Nottingham que se realiza de 2 em 2 anos, foi adiado para 2021.
PRESENTE
A TPR (Associação de Touch Rugby Portugal) está neste momento a trabalhar numa redefinição de um novo calendário de provas em função das limitações existentes. Certamente que esta calendarização dependerá sempre da evolução do processo de desconfinamento.
Pretende-se que a 2ª Etapa da Taça Regional Norte/Centro possa ser anunciada, se houver autorização por parte das entidades oficiais, até ao dia 12 de Setembro, e a competição deverá ocorrer até ao dia 4 de Outubro, sendo que o objectivo é que a Taça de Portugal seja disputada no dia 17 ou 18 de Outubro, se tiver sido apurada a equipa vencedora da Taça Regional Norte/Centro.
Brevemente a TRP irá apresentar o novo calendário desportivo e os respetivos regulamentos, para a época desportiva de 2020/2021. E vamos ter novidades!
FUTURO
O futuro é desafiante para todos e em particular para o desporto mas o Touch Rugby terá de encontrar uma forma de sair desta crise mais forte, e não mais fraco e certamente que o irá conseguir. E como?
Quem nunca se queixou do mau handling da sua equipa ou da incapacidade de converter as oportunidades de Ensaio num jogo de XV?
O Touch Rugby é uma variante que exige rapidez e que melhora as habilidades cruciais de handling. Esta é uma grande oportunidade, num momento terrível, para promover esta variante do Rugby como forma de proporcionar um conjunto mais completo de skills para qualquer tipo de jogador.
Para já, a prioridade é apenas “perder umas gorduras” e recuperar a “forma física”, devido às limitações ainda existentes para a prática de desportos colectivos, mas chegará o dia em que poderão existir treinos colectivos, com passe e jogo.
Recentemente a World Rugby lançou uma série de propostas para minimizar a concentração de jogadores. No entanto, entre a fase actual (reinicio, com treinos “individuais” dos jogadores de rugby, mas sem passe, nem contacto, nem jogo) e a fase final (treino com contacto e jogo), talvez seja útil realizar uma fase intermédia de jogo colectivo com bola para recuperar as dinâmicas de jogo, mas sem contacto físico (para evitar aglomerações e lesões pois os jogadores estão há muito tempo sem jogar).
E aqui o Touch Rugby pode ser a solução para o Rugby nesse passo intermédio até à reintegração plena da modalidade. Muitas das dinâmicas do rugby existem no Touch; tanto no ataque como na defesa, tais como o passe, a procura do espaço, a procura da superioridade numérica, a comunicação na defesa, etc…
Dada a simplicidade das suas regras e a quase e inexistência de contacto físico/lesões, o Touch poderá permitir aos atletas concentrarem-se nas áreas que negligenciaram e restabelecer o equilíbrio entre os skills de contacto e os skills de não-contacto.
Para já é importante reforçar que o Touch Rugby é uma modalidade autónoma e não é uma actividade de aquecimento mas que pode contribuir para uma melhor e mais rápida reintegração dos atletas. Pelo menos esse é a convicção de algumas estruturas técnicas de Rugby a nível mundial.
Por fim, é sempre útil reforçar a mensagem que existem normas de desconfinamento emitidas pela FPR/DGS que devem ser respeitadas porque é obrigatório garantir uma prática desportiva segura e que os seus princípios básicos estão referidos no MANUAL DE PROCEDIMENTO DE PROTEÇÃO DE PRATICANTES E FUNCIONÁRIOS emitido pela F.P.R.
Até à próxima, bons treinos individuais e em segurança. Certamente que iremos voltar com mais uns quilos e em pior forma física, mas com muito mais garra e vontade para disfrutar cada momento, cada passe e cada ensaio.