The Rugby Championship 2024: baralhar e voltar a dar
Já passaram cinco das seis rondas do The Rugby Championship e como tal, façamos aqui um ponto de situação antes do embate final que irá decidir o vencedor, que será entre (rufar de tambor) África do Sul e Argentina! Como a Fairplay tinha mencionado na antevisão ao certame, a Nova Zelândia sob nova batuta teria muito a provar e a Austrália de Joe Schmidt poderia trazer algumas boas novidades; verdade: Scott Robertson anda meio perdido e a selecção Australina mostrou aqui e ali alguns laivos de mudança. Mas a verdadeira surpresa, está na Argentina de Pichot que conquistou o Triple Crown, por ter derrotado as suas três competidoras directas. A dupla Gonzalo Bertranou e Tomás Albornoz, a formação e abertura, respectivamente, fazem muito jogo e Santiago Chocobares está em excelente forma; uma nota para a primeira linha a fazer estragos significativos.
Suplantaram os All Blacks na primeira jornada por 30-38; cilindraram a Austrália na terceira jornada por 67-27 e conseguiram, com alguns pergaminhos da sorte à mistura, levar a África do Sul de vencida por 29-28 nesta quinta jornada, realizada este fim de semana.
A África do Sul, que não detém o troféu desde 2019, fica a precisar de um ponto para conseguir o feito, pois leva quatro vitórias e apenas este desaire com a Argentina, tendo de a receber na última jornada onde o factor casa poderá ser decisivo.
Os Boks continuam a ser aquela equipa dura e clínica sob o comando de Rassie Erasmus mas neste último embate frente aos Pumas, sentiram a pressão e acabaram por cometer faltas que deram mais posse ao adversário.
Em contraponto directo com os Boks, estão os Wallabies, com quatro derrotas e uma vitória em solo Argentino na terceira jornada por uns justos 19-20.
A selecção Australina está de facto em transicção e remodelação e todo o volume de expectativas poderá ter sido demasiado, pois nas primeiras duas jornadas a jogar em casa ( Brisbane e Perth) acabaram por não conseguir levar de vencida a África do Sul. Nota-se no entanto, que há processos que estão a começar a entrar, nomeadamente uma maior basculação, uma preocupação de marcação homem a homem, e sem realização de grandes placagens, o que, tudo junto, lhes tem permitido (embora apenas durante alguns momentos do jogo) alargar o ponto e contacto com a bola e tornar a equipa mais estendida no campo, conseguindo assim envolver mais jogadores com passes inclusivamente mais largos, tática esta que já nos é familiar dos tempos Irlandeses de Schmidt; agora só falta voltar a conseguir incutir a precisão clínica dos lineouts Irlandeses, que eram virtualmente impossíveis de defender e parar (embora num dos ensaios deste jogo frente aos All Blacks já se tivesse visto um bocadinho dessa mestria). Falta a continuidade e reforço dos processos e alguma profundidade tática além de haver necessidade de melhorar o manuseamento da bola e evitar algumas faltas desnecessárias.
Relativamente aos All Blacks, estão a mostrar aquele rugby de ataque contínuo e muito boas dinâmicas a nível do rolling maul mas a nível defensivo há erros a corrigir, sem dúvida. Caleb Clarke é uma disrupção importante na ponta esquerda e quando a terceira linha está afinada, é um “animal” totalmente diferente.
Vamos então para a última jornada, onde a África do Sul é favorita frente á Argentina, não podendo descansar muito, no entanto e a Austrália (1 vitória e 3 derrotas) e Nova Zelândia ( 2 vitórias e 3 derrotas) têm uma prova de fogo, para de certa maneira, tentarem redimir um pouco uma época de Championship menos conseguida.
¡Qué linda victoria en casa! 🇦🇷#SomosLosPumas pic.twitter.com/f942UJeMxM
— Los Pumas (@lospumas) September 22, 2024