RWC 2019 – Suplentes ou “Game changers”?
Com a dúvida a pairar sobre quem ocupará o lugar de titular em muitas posições-chave, resta também saber quem terá a oportunidade de sair do banco no decorrer de jogo e “shake things up”. Há equipas que deixaram de usar a denominação “substitutes” para passar a chamar aos jogadores que não jogam de início de “game changers” ou “finishers“. A verdade é que a nível internacional são efectivamente eles que têm a “responsabilidade” de ou segurar o jogo ou virá-lo a favor da sua equipa.
Eis alguns dos principais “Game Changers” previstos pelo FairPlay:
1- Ngani Laumape
Laumape é uma verdadeira força da natureza. Não se enganem pelo seu 1,77m ou 103 kgs, Laumape é capaz de ganhar metros e quebrar linhas de vantagem como poucos. Entre Sonny Bill Williams, Lienert-Brown ou até mesmo Jordie Barrett para a posição “12“, Laumape poderá ser utilizado por Steve Hansen como verdadeiro “finisher”. A verdade é que os adversários têm sempre dificuldade de parar Laumape à primeira estando ainda frescos, portanto pode ser que o homem dos Hurricanes seja lançado em jogo para aproveitar o cansaço acumulado de jogar 55/60 minutos contra os All Blacks.
2- Cheslin Kolbe
Outro “gigante” que tem brilhado, desta feita ao serviço do Touluse e dos Springboks. Dono de uma finta de pés electrizante, Kolbe deixa os seus adversários pregados ao chão como e quando bem lhe apetece. Terá concorrência apertada pela titularidade à ponta dos Springboks: Aphiwe Dyantyi, Dillyn Leyds ou Sbu Nkosi são três dos principais candidatos mas Kolbe terá à partida um lugar nos 23 convocados para cada jogo. Se sair do banco será sempre um perigo para as linhas atrasadas e cada bola de contra-ataque deverá por os treinadores adversários com os nercos em franja. Veremos se Rassie Erasmus, depois da vitória no Rugby Championship, vai escolher Kolbe como “Game Changer” durante o Mundial do Japão.
3- George Ford
Apontado como um dos melhores nº 10 da actualidade, Ford tem conseguido manter-se como peça fundamental na estratégia de jogo de Eddie Jones. Ora combinando com Farrell a primeiro centro quando o plano é jogar mais ao largo, ou saído do banco quando o controlo táctico é mais necessário. A Inglaterra encontra-se no grupo B, juntamente com a Argentina, França, Tonga e Estados Unidos e se estes dois últimos poderão ser equipas mais acessíveis, as duas primeiras serão um osso duro de roer para além de requererem planos de jogo distintos. Se por um lado a França poderá apresentar um pack pesado e um jogo mais directo (desfavorável para as capacidades defensivas de Ford), a Argentina, a avaliar pela prestação no Rugby Championship tentará explorar a velocidade das linhas atrasadas, que apesar de tudo parece não estar ainda na “mudança certa”. Aqui entra a versatilidade de Ford que, apesar de ser um jogador “pequeno”, consegue pela sua capacidade técnica e visão de jogo atacar de forma eficaz a linha da vantagem adversária. Se o jogo ao pé estiver a ser fundamental (pela chuva ou pelo vento que se fizerem sentir), ou até mesmo se houver necessidade de um pontapé de ressalto de última hora, Ford poderá muito bem ser o homem a chamar. Eddie Jones escolheu os 31 homens que tentarão vencer a Webb Ellis Cup, e Ford poderá ser determinante nesse sentido.