Rugby e o futuro do contacto: o porquê da luta pela prevenção?
No final de Junho, o grupo de revisão de leis do world rugby, reuniu-se, no sentido de produzir um conjunto de recomendações no âmbito da prevenção de lesões na modalidade.
Este grupo, constituído por jogadores, treinadores, árbitros, especialistas em várias áreas de saúde e desporto e representantes da elite de competição, teve como mote principal para as suas recomendações de ensaios e emendas às leis, feitas ao Comité de rugby, a prevenção de lesões.
Desde 1987 que houve um acréscimo de 50% em termos de posse de bola com o número de placagbens a aumentar em 252%. As placagens são responsáveis por 50% das lesões em geral e por 76% das concussões em particular, daí que este elemento de contacto tenha sido um alvo a melhorar, no seguimento de várias alterações que já têm acontecido e dos problemas que se têm verificado em França.
Apesar de casos como o Francês com as mortes verificadas e segundo declarações da responsável máxima do departamento médico da World Rugby, a Dra Eanna Falvey: “ a incidência de concussões decresceu entre 10-14% no ano transacto e a modalidade encontra-se unida no seu comprometimento em reduzir ainda mais o risco de lesão. É uma oportunidade excitante de modo a colocar a prevenção das lesões no coração do processo de revisão das leis, garantindo que a investigação e os factos continuem a informar quem toma as decisões..”.
Algumas das recomendações foram:
-mais investigação para aferir que uma redução do número de substituições possa reforçar mais oportunidades no final de jogo;
– formação de um grupo de estudo de modo a aferir que uma maior rapidez no ruck permita mais espaço e tempo ao lado atacante;
-proposta de ensaios fechados com o seguinte plano: uma equipa em posse que pontapeia da sua metade do campo, indirectamente para a linha de touch dentro dos 22 da linha adversária ou uma equipa em posse que pontapeie dentro dos seus 22 para os 22 adversários resultará em introdução próprio no alinhamento resultante. A ideia é criar espaço, forçando os jogadores a recuar na linha defensiva de modo a prevenir que os adversários pontapeiem para touch;
– proposta para ensaios fechados de redução da altura máxima de placagem para a cintura;
-proposta para ensaios fechados na revisão de cartões amarelos em caso de jogada perigosa.
Além destas recomendações principais, mais algumas foram feitas, nomeadamente para aplicação na prática da modalidade na Austrália ou ainda com implementação no Sevens.
Efectivamente há uma crescente preocupação e essa preocupação tem base em dados, estatísticas, factos e não em ideias de tornar a modalidade menos espectacular. A Realidade é diferente de há 30 anos e o ritmo, a capacidade física, os embates são mais pungentes e como tal, faz todo o sentido investir na investigação e na proposta de ensaios controlados que permitam aferir mais concretamente quais as medidas úteis a implementar para evitar que uma modalidade de impacto se torne numa modalidade de impacto com lesão grave.
Tudo isto, aliado ao crescimento do touch rugby como uma variante sem placagem e com um número crescente de praticantes, faz antever que o contacto terá de ser sempre monitorizado e as leis remodeladas de modo a evitar catástrofes mas que também há variantes com menos impacto a ganharem terreno.
O futuro das placagens está por um fio? Não diríamos tanto! Apenas, que é preciso prevenir!